Itajaí
O bairro que é um parque de sabores
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Depois do passeio pela orla do saco da Fazenda até Cabeçudas, se bater a fome não faltam alternativas na via gastronômica que é a avenida Ministro Victor Konder, a Beira-rio. Uma das novidades iniciou as atividades em janeiro deste ano. Não uma, são 10 opções em food trucks, trailers, contêineres e quiosques que formam o Charlestown Food Park. Numa área de mil m², dispostos ao redor de um espaço coberto, os bares e restaurantes itinerantes ganharam ponto fixo com oferta de diversas atrações para o público atrás de comida boa e barata.
A ideia de juntar as opções de lanches e bebidas num espaço temático ocorreu aos amigos Renato Gantus e Fernando Miyamoto. Os dois tocam o saloon de chopes e cervejas artesanais, além de outras bebidas. Renato conta que ambos tinham experiência no comércio tradicional. Paulista acostumado com comida de rua, ele pensou em criar algo semelhante em Itajaí, terra da esposa dele. No início pensou em bar de espetinhos, como está bombando em Sampa. Depois, amadurecendo a ideia, partiu para o food truck.
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Renato explica o nome do parque. Eu sempre gostei de coisas que têm alma, tem explicação, tem um porquê. Então fomos atrás da história do primeiro food truck e achamos a história de Charles Goodnignt, um fazendeiro do Texas, naquela época da disputa dos Estados Unidos pelas terras que antes pertenciam ao México. O Charles Goodnight criou uma carroça onde ele adaptou uma mesa e tinha compartimentos onde guardava carne seca, pães e outros alimentos não perecíveis. No meio das jornadas que fazia, acabava vendendo esses lanches para outros fazendeiros e viajantes que cruzavam o caminho dele. Com base nessa história do Charles Goodnight a gente criou a Charlestown, que nada mais é do que a cidade do Charles, e se baseou na arquitetura da época em que ele viveu. Tem relatos que o auge do sucesso dele foi em 1860, 1866, relata.
O local conta com 12 espaços. São 10 fixos e dois rotativos. As opções de comida são bem variadas: massas, pizzas, hambúrgueres, petiscos, cachorro-quente, churros, sorvetes, pastéis, lanches, e ainda as surpresas dos veículos eventuais. Renato conta que ainda falta entrar em operação uma temakeria. Sushi e sashimi, como também os yakissobas, porque são procurados por quem não gosta de crus. Aí a gente fica com o parque completo.
No centro, sob a cobertura, estão 110 mesas. A intenção dos proprietários é instalar um telão para a galera curtir os jogos da Olimpíada, futebol ou lutas. Nas sextas e sábados rola música ao vivo. Atendendo à maioria dos frequentadores, na faixa entre 30 e 45 anos, a sonzeira é ao ritmo do rock antiguinho. No início tentamos sertanejo, mas não agradou, diz. Como está sendo implantada a quarta-feira insana, em que todos os pedidos são atendidos em dobro, Renato espera que o movimento aumente e justifique incluir música ao vivo também nesse dia.
Lugar até pros pets
Além da comida e bebida de rua, o Charlestown tem um parquinho para a gurizada se divertir. Sempre bem-vindo, o animalzinho de estimação tem um espaço próprio. Uma prova de que o parque é amigável com a cachorrada é a cãominhada que está sendo organizada. No dia 26 de junho e em todos os últimos domingos do mês, a partir dele serão vendidas camisetas por um preço simbólico. Todo o valor arrecadado nesse primeiro evento será doado para a entidade SOS Peludinhos, de Itajaí. E mais: na data, 10% das vendas do parque também vão ser revertidos para doação. A cada edição uma entidade diferente será beneficiada. Ainda rola desfile de cachorros, com premiação até o 3º lugar de cada categoria.
Expectativas superadas
O sucesso que o Charlestown Food Park contabiliza, nas palavras do sócio Renato Gantus, até agora foi acima das expectativas. Eles já se preparam para enfrentar o inverno. Fazia praticamente dois anos que não se tinha inverno, o pessoal sentiu bastante. Em contrapartida, a gente está mudando o cardápio de todo mundo. Estamos entrando com vinho quente e o pessoal tá criando sopa no pão italiano, caldos, caldinho de feijão... tá todo mundo se adaptando à situação, acrescenta.
Para conquistar e manter a freguesia, agora em junho o parque entra no clima de festa junina. A decoração ganha toques caipiras com fogueira e música especial, além da pipoca, quentão e pinhão, que não podem faltar.
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A partir desse domingo (22 de maio), o parque passa a abrir para o almoço, coisa que ainda não tinha sido feita. É uma fase de teste, informa Renato. A gente começa ao meio-dia e vai até às 23h. Os horários normais são: segunda-feira, fechado; terça, quarta e quinta, das 18h às 23h. Na sexta-feira a gente vai das 18h até à meia-noite. E sábado vai das 17h até à meia-noite.
Comes e bebes com muito requinte
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Um espaço cosmopolita em Itajaí. As mesas sob ombrelones na frente da 45 Bakery convidam para um café, um chocolate ou um espumante. Para acompanhar, o melhor da confeitaria e da panificação que Djalmma Reinalldo e Gustavo Guttierreez têm o dom de criar.
Dentro da casa construída em 1948 mas reformada para abrigar a Bakery, há espaço climatizado para degustar as delícias expostas nos balcões. Tudo fresquíssimo, além de esteticamente perfeito. A lista das gostosuras é grande, porque a criatividade dos especialistas não tem fim.
Gustavo é chef e responsável pela panificadora. Botar a mão na massa é com ele mesmo, e este conhecimento ele repassa em cursos no país e lá fora. Já Djalmma, que também dá cursos, tem o reconhecimento mundial como cake designer, com vários prêmios faturados em concursos e até um livro publicado na Inglaterra.
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Com o frio, os sócios estão introduzindo no cardápio os caldinhos e as sopas. Também já estão agitando as novidades para o Dia dos Namorados, especialmente o Bicho de Pé. É um doce muito antigo, que agora voltou a ser moda, explica Gustavo. Ele traduz como um brigadeiro feito com frutas vermelhas. O chef não soube definir um só produto para ser a marca registrada da Bakery. Decisão difícil, entre tantos cupcakes, éclairs, macarons, tortas e outros doces.
Nem só de doce vive a 45 Bakery. Gustavo conta que os sanduíches são surpreendentes. Nosso hot-dog gourmet leva queijo gratinado ao forno, informa. Os pães são feitos lá mesmo, sem pré-mistura, sempre com manteiga e fermento natural. O sabor é especial.
A empresa atende eventos e datas festivas. Para casamentos, Djalmma fez fama com os bolos nacionalmente conhecidos. A dupla tem intenção de franquear a marca, possivelmente no ano que vem. A 45 Bakery fica na rua Lauro Müller nº 1067. O charmoso point funciona de terça a sábado das 15h às 20h e no domingo, das 14h às 19h. Segunda-feira é dia de descanso.
- Trecho da reportagem especial publicada na edição de segunda-feira, 23 de maio de 2016.
Redação DIARINHO
Reportagens produzidas de forma colaborativa pela equipe de jornalistas do DIARINHO, com apuração interna e acompanhamento editorial da redação do jornal.