Itajaí
DNIT pede brecada das obras da BR-470
Pedido foi feito ao Ministérios dos Transportes, que ainda não avaliou o caso. Associações fazem berreiro pra evitar breque. Pedido foi encaminhado ao Ministério dos Transportes e revoltou usuários da rodovia da morte"
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O Ministério dos Transportes, Porto e Aviação Civil ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de paralisação das obras de duplicação da rodovia BR-470, entre Navegantes em Gaspar. No começo do mês, o departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) propôs a suspensão dos contratos em diferentes obras pelo país, incluindo a 470. O motivo seria a falta de grana.
Entidades que lutam há mais de uma década para que a rodovia seja duplicada vão continuar a pressionar o governo federal. Um exemplo disso é a associação Empresarial de Rio do Sul (Acirs), município onde as empresas usam a 470 para escoar produtos nos portos de Itajaí e Navegantes.
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A organização encabeça as campanhas Faça igual ao governo, vá devagar e Incompetência mata; imprudência também. As frases estão expostas em vários outdoors por toda a região.
Segundo a Acirs, a proposta de suspender as obras partiu da diretoria do DNIT e atingiria os lotes 1, do quilômetro 1 até o quilômetro 18, e o lote 2, do quilômetro 18 ao 44, hoje sob a responsabilidade dos consórcios Ivaí/Setep e Azza/Sogel.
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Em nota encaminhada à associação, o DNIT esclareceu que a medida está inserida em um contexto amplamente conhecido de redução da disponibilidade de recursos orçamentários, a famosa falta de grana. A autarquia afirmou que a proposta da direção do órgão não gera qualquer efeito de paralisação em nenhum contrato, já que o Ministério dos Transportes ainda não se manifestou.
Para efetivar a paralisação de um contrato, é necessário primeiramente notificar a empresa contratada, lavrar um termo e, posteriormente, publicar a decisão no Diário Oficial da União. Nenhum destes atos foi praticado pela administração, informou o DNIT por meio de nota à Acirs.
Uma das classes mais afetadas pela demora do governo federal é a dos caminhoneiros. Ademir de Jesus, presidente do sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres e Cargas em Geral de Itajaí e Região (Sitracon), avalia que a duplicação no trecho de Navegantes é mais do que urgente. Acontecem muitos acidentes naquela parte, sem contar que é caminho para o porto de Navegantes, disse.
As mortes na rodovia
Além da falta de estrutura para os motorista que trafegam na rodovia, a BR-470 é palco de constantes acidentes, muitos deles fatais. Semana passada, dois casais morreram no quilômetro 27 da BR-470, em Ilhota, rota da duplicação.
Os moradores de Balnéario Camboriú, Maikel Spode, 29, e Michele Bezerra, 25, e o casal de Gaspar, Wilson Wieser, 52, e Elaine Wieser, 49, foram vítimas da 470 que já ganhou o apelido de rodovia da morte.
Segundo informações da polícia Rodoviária Federal, o Chery QQ, placa MLT 7270 (Rio do Sul), rodou na pista. A lateral bateu com o Meriva, placa MFP 1697 (Gaspar). Os carros vinham em sentido contrário e chovia no momento do acidente. Maikel, Michele e Wilson ficaram presos nas ferragens e morreram na hora. Elaine morreu no hospital.
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Redação DIARINHO
Reportagens produzidas de forma colaborativa pela equipe de jornalistas do DIARINHO, com apuração interna e acompanhamento editorial da redação do jornal.