Itajaí

As sete fontes de água mais populares

Povão usa água para cozinhar e até para beber

Texto e fotos: Sandro Silva

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Apesar das autoridades sanitárias alertarem pro risco de se tomar água antes de ser tratada, não tem jeito: na hora de garantir o abastecimento doméstico pra beber, cozinhar ou mesmo preparar um suco gelado, o povão apela pras bicas e fontes que têm espalhadas por Itajaí.

O DIARINHO deu um passeio nos seis pontos mais populares da city peixeira onde muita gente se abastece com água presenteada pela natureza, sem precisar pagar um tostão pelo líquido que começa a se tornar uma raridade no planeta.

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Nesta sexta-feira você lê a primeira parte do Guia das Bicas. Vai saber onde fica dada uma delas e como funcionam.

Na edição de amanhã o Guia das Bicas inclui três fontes fora da cidade onde a água também é considerada de boa qualidade: uma em Balneário Camboriú, uma em Navegantes e outra na Penha. Além disso, você vai saber o que os especialistas dizem sobre essa mania do povão de usar a água de bicas e fontes.

Bica do BNH

Tem se tornado uma das mais populares. Foi criada até uma ONG pra defendê-la, a associação dos Moradores do BNH e Amigos da Bica. No ano passado, uma construtora mudou o curso d’água e fechou a fonte. O povão fez um “abraço” de protesto e teve gente que chegou a ficar na frente de uma retroescavadeira.

Entre os que se organizaram pra salvar a bica tava o marinheiro Lierte Silvestre, 56. “Já pego água aqui há três anos. Faço tudo com ela. É pra comida e pra tomar”, informa, enquanto se abastecia com exatos 82 litros, no comecinho da tarde de ontem.

Giordano Furtado, presidente da associação dos Amigos da Bica, estima que por dia mais de 50 pessoas parem por lá pra encher garrafas e bombonas.

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Onde fica: Na rua José Patrocínio Zaguini, no conjunto do BNH. Siga até o final da rua Uruguai. Quando passar pela praça da Pipa, vire à direita na rua Cecília Brandão. Vá até o final e tá na bica.

Como é: Você não verá a fonte. Somente uma mangueira amarela que se conecta a uma preta. Solte as duas e encha seus galões. O líquido vem de um olho d’água no pé do morro.

Olho d’água do Parque da Atalaia

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É uma água que brota do chão na área de amortecimento do parque Natural da Atalaia, na região da Fazendinha, bem no pé da morraria. “Eu venho pegar aqui não pelo custo, mas pelo sabor da água”, afirma o vendedor Darlan Alberto Bergamin, 22, que frequenta o local há seis meses. “Eu tomava lá da Gruta de Cabeçudas, mas comecei a ficar desconfiado e vim pra cá”, completa.

O mestre de obras Orceni Damasceno, 44, também confia no líquido que vem do olho d’água. “Nunca passei mal, nunca tivemos problemas por beber daqui”, ressalta. Ontem, enchia três bombonas de 20 litros mais algumas garrafas pet. “É pra duas famílias”, comenta.

Onde fica: Rua João Antônio de Oliveira. Se vier do centro de Itajaí, vá pela Osvaldo Reis e antes de subir o Morro Cortado passe por debaixo do túnel da rua Venezuela. Ao invés de voltar pra rodovia, dobre à direita e já está na rua da fonte. Se vier de Balneário, quando chegar no alto do Morro Cortado entre na rua que dá pra Cabeçudas. Mais adiante, haverá uma rua à esquerda. Entre nela e desça a ladeira até chegar na fonte.

Como é: Fica na beirada da estrada e, sem exagero, dá pra estacionar o carro a um metro da torneira instalada por lá.

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Bica da Ressacada

Essa o povão vai aos montes. E tem um charme: fica no meio do mato. Ontem, no meio da tarde, tinha um vai-e-vem de gente com bombonas nas costas. “Ela é a melhor de todas, é a perfeita”, propagandeava o síndico Márcio José Bortoli, 38 anos, que mora na praia Brava e praticamente cruzou a cidade pra se abastecer. “Pego água aqui há 18 anos”, afirmou.

A motoboy Fernanda Vasconcellos, 26, também era só elogios pra bica da Ressacada. Há mais de dois ano frequenta o local. “Depois que descobri só venho aqui, ela é a melhor”, garantiu. Fernanda só usa pra beber.

• Onde fica: Na rua Lepoldo Zarling, no bairro Ressacada. Vá pela Contorno Sul e entre do lado da concessionária da Renault. Vá toda vida até chegar no loteamento Jardim das Mansões. A Leopoldo Zarling é a terceira rua à direita. Siga até o final. Entre numa trilha e caminhe uns 80 passos dentro da mata.

• Como é: É um pequeno riacho que desce a morraria da Ressacada. O povão colocou mangueiras na parte da cima. São umas três, o que a torna rápida pra pegar a água.

Gruta das Cabeçudas

Já foi famosa. Hoje também tá pra baixo. O córrego de água que descia do morro tá praticamente seco e o laguinho formado no pé da gruta de Nossa Senhora da Rosa Mística tá com água parada e suja. O local tá servindo mesmo só pra orações, meditações e pra apreciar a passarinhada que pinta por lá. Ontem à tarde, uma vistosa sabiá laranjeira e uma sabiá branca passeavam entre as pedras da bica.

Onde fica: na rua José Menescau Do Monte, nas Cabeçudas. Se for pela praia, siga pela rua Floriano Peixoto e dobre à direita na João Bauer Júnior. Na segunda quadra vire à direita. Se vier do Balneário Camboriú, entre na rua Tereza Francisca Pereira, que fica no alto do Morro Cortado. Quando descer o morro, dobre à esquerda na rua Cônsul Carlos Renaux e vá até a João Bauer Júnior. Por lá você chega na quadra onde fica a gruta. É bem sinalizado. Não tem como se perder.

Como é: É um córrego que desce o morro. Bonito, mas tá na secura e a pouca água que cai forma um laguinho sujo.

Poço do seu Branco

Essa é uma das situações em que a gente reforça a fé na humanidade. O estivador aposentado Idemar Mendonça, o Branco, 75 anos, há 43 anos libera na boa o uso do seu poço pelo povão. “Não acho justo trancar a água, cobrar a água. Água a gente não vende”, discursa, numa pureza rara de se ver hoje em dia. Seu Branco, que esta semana já havia sido personagem de uma matéria que o DIARINHO fez sobre os portuários, chegou a construir uma estrutura no quintal de casa pra servir quem aparece por lá com algum galão, bombona e garrafa. Ontem à tarde, o autônomo Douglas Mateze Conti, 34, apareceu por lá com uma bombona de 20 litros. “Água pra filha e pra mulher beberem em casa”, ressalta. “Eu pegava água na Cabeçudas e lá na Brava, mas aqui a água é bem mais leve”, comenta.

Ah! E nem pense em oferecer dinheiro ou qualquer agrado para seu Branco. Isso vai ofendê-lo. Dê um sorriso e um aperto de mão que isso será, para o velho portuário, uma riqueza bem maior do que qualquer outra coisa.

Onde fica: O seu Branco mora na rua Júlio Joaquim Fernandes, 289, no bairro Fazenda. A melhor maneira de chegar é pegar a rua nos fundos da Havan e dobrar à direita, bem onde tem aquela loja de estátuas. Vá seguindo pelos fundos do cemitério, suba uma ladeira e toque reto, até chegar na esquina da Júlio Joaquim Fernandes. Vá até o final. É a última casa da esquerda, num terrenão que é quase uma chácara.

Como é: A fonte do seu Branco é um poço. Ele mesmo tapou e botou uma bomba pra puxar a água. O portão fica fechado, que é pra cachorrada não fugir. Mas fica sempre destrancado e sempre tem alguém em casa. Só leve os vasilhames já lavados, porque senão o seu Branco dá uma bronca.

Bica da Fazendinha

Já foi a mais popular e hoje tá em decadência. O cenário é meio deprê e a fonte fica no chão, com a água saindo de um cano. Pra bem da verdade, é até meio antipática. “Colabore aqui. Se não colaborar, fecharei”, ameaça o aviso pintado

numa caixinha e num tubo de concreto, onde fica o cofrinho pra uma ajudinha em dinheiro.

Onde fica: Na esquina da rua Artur Torquato Batista com Donato Pereira. É a “rua de cima” da Fazendinha. O melhor jeito de chegar lá é tocar pela rodovia Osvaldo Reis e, antes de subir o morro Cortado, dobrar à direita. Suba a ladeira, que é a rua Donato Pereira, e já na primeira à direita é a Artur

Torquato.

Como é: Como a fonte fica no chão e num buraco, é preciso ter força nas pernas e nos braços pra descer, encher os galões e trazer pra cima. Ou, então, contar com a ajuda de alguém com força pra dar uma puxada pra cima. E tem o cofrinho lá, que é uma caixa azul de madeira, que pede uma ajuda em dinheiro.






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