O estabelecimento não estaria cumprindo o que está estipulado no alvará, teria promovido festa rave, proibida por lei, além de perturbação de sossego e de ter sido palco de dois homicídios envolvendo clientes. O alvará foi suspenso temporariamente até que a polícia apure as irregularidades.
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Os policiais da Regional de Balneário estiveram no Sky Beach por volta das 17h. Adesivos de interdição foram colados nas portas e os responsáveis notificados. A delegada Magali Nunes Ignácio informa que a interdição ocorreu por causa das diversas denúncias de perturbação de sossego provocadas pelo som alto e algazarra dos frequentadores, tráfico e uso de drogas no local.
Segundo a delegada, o alvará do Sky Beach é para funcionamento de bar e restaurante, das 10h à meia-noite, sem música. Porém, não eram essas atividades que o local vinha desenvolvendo. Magali comenta que foi comprovada a realização de festa rave, que geralmente acontece em local espaçoso e tem longa duração com música eletrônica, o que é proibido por lei naquela região.
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A última aconteceu no domingo, dia 9. A festa, publicada no Facebook do clube, começou às nove da manhã, nas areias da praia do Estaleirinho e teve a presença de DJs. Eles começaram o evento bem cedo, porque às oito horas da manhã a polícia já tinha sido chamada, explica a policial.
Este tipo de festa, que não está previsto no alvará do clube, segundo a delegada, perturba o sossego dos moradores e causa insegurança. É o segundo homicídio que acontece lá, com o envolvimento de frequentadores do local. E este tipo de festa atrai muita gente e outras pessoas poderiam ser atingidas, comenta.
O homicídio citado pela delegada aconteceu no domingo à noite, em frente ao Sky Beach, quando Wesley Ferreira Luiz Cândido, 20 anos, morreu após ser alvejado por vários tiros. Antes de morrer, o rapaz se envolveu em uma briga com outras pessoas. Outro rapaz, Rodolfo Von Der Osten, 29, também foi ferido, mas não morreu.
A delegada Magali informa que foi aberto um processo administrativo que pode cassar o alvará de funcionamento ou liberar, caso os responsáveis se adequem. O processo pode levar até um mês e, em caso de descumprimento da ordem, os responsáveis podem ser presos por desobediência, além de pagar multa.
A delegada comenta que em 2014 o Sky Beach já tinha sido interditado por não cumprimento do alvará, mas voltou a funcionar após conseguir uma liminar na justiça.
Mortes e tráfico de drogas
Além do homicídio que aconteceu no fim de semana passado, a polícia Civil investiga denúncias de tráfico de drogas no Sky Beach. O caso está sendo apurado pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Balneário Camboriú. A primeira morte que aconteceu no local foi em janeiro. Douglas Alves Meira, 23 anos, foi assassinado a tiros na virada do ano.
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Nesta semana o conselho gestor da Área de Preservação Ambiental da Costa Brava (APA) de Balneário já tinha feito uma denúncia ao MP pedindo o fechamento da balada. Na denúncia, o conselho afirma que o clube incomoda a vizinhança com som alto e não respeita as legislações ambientais.
Proprietário diz que fechamento é arbitrário
O proprietário do Sky Beach, Jaison Germano Corrêa, afirma que tem o prazo de cinco dias para a defesa, mas foi até a delegacia e não conseguiu localizar o processo instaurado pela polícia Civil. De acordo com ele, a decisão de fechar o estabelecimento foi arbitrária. Não consegui saber quais são as acusações para fechar a casa. Traz prejuízo para a imagem do clube e também financeiro. Nós somos um beach clube com restaurante e bar, que esporadicamente faz festas eletrônicas, que só começam à tarde, nunca de manhã, explica.
Corrêa também garante que a casa nunca trabalhou fora do horário de alvará, que é das 10h às 22h. Ele também destaca que os homicídios aconteceram fora do estabelecimento. Dentro da casa nunca teve briga ou confusão. O problema que a gente vê é a falta de policiamento, às vezes vai uma viatura lá e depois vai embora. A segurança deveria ser maior, não se pode cobrar da casa quando acontece fora, diz.
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Para ele, se houvesse maior policiamento esse tipo de ação seria inibida. O poder público e a polícia Militar têm que nos dar apoio, assim como acontece com outras casas, reclama. Corrêa relata que está estudando uma medida junto com seus advogados: É mais fácil fechar a minha casa do que combater o problema que acontece no entorno, alfineta.