Colunas


Coluna Fato&Comentário

Coluna Fato&Comentário

Por Edison d'Ávila -

Enchentes: lições da história


Enchentes: lições da história

Itajaí viveu nestas semanas que passaram novamente o pesadelo das enchentes. Desta vez, felizmente, com menos atribulações e perdas, em que pesem os transtornos para centenas de desalojados e prejuízos materiais.

As enchentes são uma realidade constante na história do Vale do Itajaí. Do historiador blumenauense José Ferreira da Silva, em 1975, publicou-se um trabalho póstumo “As enchentes no Vale do Itajaí”. A competente pesquisa de Ferreira da Silva listou enchentes nos anos de 1852, 1855, 1862, 1864, 1868 (em julho e novembro), 1869, 1870, 1871, 1878, 1875, 1880, 1885, 1886, 1888 (junho e outubro), 1889 (abril e maio) 1891, 1898 (abril e dezembro), 1900, 1905, 1907, 1911(setembro e outubro), 1923, 1925, 1926 (janeiro e setembro), 1927, 1928 (maio, agosto e setembro), 1935, 1936, 1939, 1943, 1946, 1948, 1950, 1953, 1954 (maio e outubro), 1955, 1957 (julho, agosto e setembro), 1960, 1961 (três ocasiões, a partir de setembro), 1962, 1963, 1966, 1967, 1969, 1971, 1972 e 1973 (junho, julho e agosto).

Em Itajaí, essas enchentes, à exceção daquelas de 1880 e 1911, tiveram mediana intensidade, visto que as áreas alagadiças da vargem do Espinheiros (Santa Regina), parte baixa de Cordeiros, Rio Pequeno (Dom Bosco e São Judas)  eram lugares totalmente desabitados até meio do século passado. As enchentes de 1880 e 1911 foram devastadoras, porque inundaram toda a cidade, à exceção do bairro Fazenda,  com mortes e prejuízos materiais de grande monta.

Dessas duas enchentes temos relatos nos jornais antigos da cidade, que fazem parte do acervo do Arquivo Publico de Itajaí. Da enchente de 1880, tem-se ainda o relato vívido do construtor alemão aqui residente,  Guilherme Müller, escrito em seu diário.

As tantas enchentes, com seus imensos transtornos, perdas e prejuízos, enfim, ensinaram lições aos governantes, inclusive, aos de Itajaí. Em 1957, o governo federal deu início através de um grupo de trabalho a estudos necessários à regularização  das águas do rio Itajaí-açu, de que resultaram anos depois a construção de duas barragens no Alto Vale e o canal retificado do rio Itajaí-mirim, Itajaí. Todavia, a sempre prometida barragem no rio Itajaí-mirim e sua dragagem nunca se efetivaram.

Aprenderam também os municípios afetados pelas enchentes a se prevenir e passaram a constituir  Defesa Civil nas cidades, dotando-a de elemento humano qualificado, veículos e equipamentos, tecnologia e conhecimento técnico a respeito. Tal aparato se intensificou principalmente após as desastrosas enchentes de 1983 e 1984. A administração do porto, neste século, com constantes dragagens do rio e novo posicionamento dos molhes da barra favoreceram a rápida vasão das águas.  O município de Itajaí em 2009 reorganizou totalmente sua Defesa Civil,  depois dos prejuízos da enchente do ano anterior. Ela ganhou pessoal capacitado,  sede própria, veículos e equipamentos modernos, auxiliando a população a se prevenir e no socorro.  Mas, principalmente,  passou a contar com estrutura institucional inteiramente técnica e profissional;  que em governos posteriores se deixou contaminar pela política. Lamentável.


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

Você já está protegido contra as doenças respiratórias e vacinado?

Ainda não, mas vou conferir como está a vacinação da minha família

Eu não acredito em vacina!

Nem sei...

Sim, tomei a vacina da gripe e estou com a da covid em dia

Tô indo me vacinar agora



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Autorização de limpeza de pasto mascara e 'legaliza' desmatamento ilegal

meio ambiente

Autorização de limpeza de pasto mascara e 'legaliza' desmatamento ilegal

O recomeço de Muçum, a cidade que foi três vezes levada pelas águas

RESILIÊNCIA

O recomeço de Muçum, a cidade que foi três vezes levada pelas águas

Minoria dos promotores acha que fiscalizar a polícia é prioridade do Ministério Público

PESQUISA

Minoria dos promotores acha que fiscalizar a polícia é prioridade do Ministério Público

Como a guerra entre grupos criminosos fez a violência explodir na Zona Oeste do Rio

SEGURANÇA

Como a guerra entre grupos criminosos fez a violência explodir na Zona Oeste do Rio

“Países estão com pé no acelerador das renováveis, mas também dos combustíveis fósseis”

entrevista

“Países estão com pé no acelerador das renováveis, mas também dos combustíveis fósseis”



Colunistas

JC almoça com o prefeito

JotaCê

JC almoça com o prefeito

Meio bilhão!

Coluna Esplanada

Meio bilhão!

O mundo tem um novo papa

Charge do Dia

O mundo tem um novo papa

Proposta para saneamento valoriza municípios

Coluna Acontece SC

Proposta para saneamento valoriza municípios

Conexão Miami

Coluna do Ton

Conexão Miami




Blogs

Cannabis Medicinal funciona? Sim, e muito!

Espaço Saúde

Cannabis Medicinal funciona? Sim, e muito!

Bayer Leverkusen aposta na formação de jovens em São Paulo com metodologia europeia

A bordo do esporte

Bayer Leverkusen aposta na formação de jovens em São Paulo com metodologia europeia

Lewis Hamilton em BC

Blog da Jackie

Lewis Hamilton em BC

Grêmio estudantil

Blog do JC

Grêmio estudantil






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.