Segundo o boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), Itajaí teve oito mortes por vírus respiratórios neste ano, até 19 de abril, sendo cinco mortes por covid-19, dois por gripe influenza e um por rinovírus. No total, foram 154 casos de doenças respiratórias confirmados. Na região da Amfri, são 503 casos com 17 mortes. Até a tarde desta terça, a ocupação das UTIs estava em 99% nos hospitais de Itajaí e Balneário Camboriú, com um leito vago no Pequeno Anjo.
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O decreto foi publicado na segunda-feira e atende orientação da Secretaria de Estado da Saúde, que recomendou a medida também para Florianópolis diante da alta nos casos de doenças respiratórias que somam quase três mil no estado. O decreto em Itajaí tem prazo de 90 dias, durante o qual o município poderá fazer contratações emergenciais de pessoal, serviços e materiais, incluindo a compra de leitos.
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Enquanto persistir a situação, as redes hospitalares que prestam serviços ao SUS deverão adotar medidas administrativas urgentes para priorizar a disponibilização de leitos clínicos de suporte ventilatório e de UTI para os casos de SRAG. A Secretaria de Saúde de Itajaí ficará responsável pela coordenação das ações quanto às atividades e aos serviços voltados ao enfrentamento da emergência.
O decreto prevê foco no atendimento de crianças, idosos e outros perfis de vulnerabilidade. Ficam suspensos, durante o período emergencial, os efeitos do decreto de 9 de janeiro de 2025 sobre a limitação de funcionamento dos postos de saúde, do laboratório municipal e da sede da secretaria, pra garantir plena operação e atendimento contínuo à população.
Prefeitura amplia leitos pediátricos e equipes no CIS

A ala pediátrica do Centro Integrado de Saúde (CIS), no bairro São Vicente, recebeu sete novos leitos e oito poltronas clínicas. A ação da Secretaria de Saúde de Itajaí visa ampliar os atendimentos em meio ao aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
O CIS Infantil, como é chamado, tinha até então nove leitos e uma poltrona. Agora, são 14 leitos, sendo sete clínicos e sete respiratórios, além de nove poltronas clínicas. A secretaria também ampliou o quadro de profissionais, com uma equipe extra de enfermagem e um pediatra de plantão 24h para casos específicos de SRAG.
“É importante que os pais façam a prevenção da síndrome respiratória aguda. Para isso, é essencial vacinar as crianças com menos de seis anos”, explica a secretária de Saúde, Mylene Lavado.
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Em caso de sintomas gripais leves, como coriza, tosse e dor de garganta, é recomendado buscar o atendimento no posto de saúde mais próximo. Para sintomas mais graves ou à noite e em finais de semana, o ideal é procurar as UPAs de Cordeiros ou do CIS.
Crianças podem ser levadas ao hospital Pequeno Anjo e, acima de 12 anos, à Central da Dengue, que funciona no 10º andar do complexo Madre Teresa, no hospital Marieta Konder Bornhausen. A Secretaria de Estado da Saúde informou que está prevista a abertura de 10 leitos de UTI neonatal no Marieta e 10 leitos de UTI adulto em Itapema.
Mais de dois mil casos e 48 mortes por síndrome respiratória em SC

Segundo o último boletim da Dive-SC, Santa Catarina registra mais de dois mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2025. Até 19 de abril, foram 2377 casos e 48 mortes no período.
Os dados apontam a maior incidência de Outros Vírus Respiratórios (OVRs), com 697 casos (18,3%); seguido pela covid-19, com 217 casos (13,3%) e a gripe influenza, com 166 casos (4%). Os demais casos não tiveram a identificação do agente.
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Em relação aos OVRs, crianças até quatro anos são as maiores vítimas (71,6%), seguidas de crianças entre cinco e nove anos (14,6%). O registro de óbito é mais comum na faixa etária acima de 70 anos. Até o momento, foram registradas sete mortes por OVRs no estado.
Já na covid-19, os casos destacam-se nas faixas etárias até quatro anos (23,5%) e acima de 70 anos (41,7%). Os óbitos são mais frequentes em pacientes com 50 anos ou mais (26). Em 2025, 30 óbitos foram registrados no primeiro trimestre do ano.
Os casos sobrecarregam os leitos clínicos e de UTIs na rede estadual. O painel da secretaria da Saúde de SC mostrava lotação de 91% nesta terça-feira, com apenas 121 leitos disponíveis em UTIs. A lotação é total nos 65 leitos de UTI do hospital Marieta, em Itajaí, e nos 16 do Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. No Pequeno Anjo, entre 20 leitos só um não estava ocupado.
Itajaí entre cidades com mais casos e mortes

A influenza atinge principalmente idosos acima de 60 anos, que representam 38,5% dos casos. Depois vêm as crianças até quatro anos, respondendo por 19,2% dos casos. As mortes são mais comuns na faixa acima dos 50 anos, com oito mortes no estado.
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As regiões catarinenses que mais apresentam casos e óbitos por vírus respiratórios são Florianópolis, com 459 casos e 15 mortes; Itajaí, com 154 casos e oito mortes e Joinville, com 121 casos e cinco óbitos.
A situação preocupa o governo estadual porque o inverno ainda não chegou e o número de pessoas com doenças respiratórias segue aumentando. “A principal forma de prevenção é a vacinação, principalmente dos grupos prioritários, que são os que mais sofrem com as formas graves da doença, como os idosos e as crianças”, alerta o diretor da Dive, João Fuck.
Santa Catarina está entre os quatro estados com maior cobertura vacinal contra a gripe no país. Atualmente, 17,13% da população prioritária foi imunizada no estado, sendo que a média nacional foi de 14,18%. Ao todo, 520.409 doses da vacina foram aplicadas no território catarinense.
A faixa etária que mais se vacinou foi a dos idosos: 132 mil, entre 60 e 69 anos; 105 mil, entre 70 e 79 anos e 44 mil nos maiores de 80 anos. Já as crianças, entre dois e seis anos, cerca de 35 mil foram imunizadas.
“Nossa meta com a campanha vacinal é atingir em Santa Catarina mais de dois milhões de pessoas. O foco é continuar a imunizar a população dos grupos prioritários para atingir ao menos 90% desse público. Queremos evitar as internações e o agravamento das doenças respiratórias”, destacou o diretor.