Em 41 produtos analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas uma marca de creatina, usada pra bombar os músculos, foi aprovada em todos os três critérios. O resultado foi com a amostra da Creatine Monohydrate 100% Pure, da marca Athletica Nutrition, fabricada pelo ADS Laboratório Nutricional. Uma marca, não divulgada, foi a única com teor de creatina abaixo do previsto.
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Para o produto estar adequado, o total de creatina não pode ser maior que 20% em relação ao declarado na rotulagem nutricional, além de atender o valor de referência, que é de 3000 mg. ...
Para o produto estar adequado, o total de creatina não pode ser maior que 20% em relação ao declarado na rotulagem nutricional, além de atender o valor de referência, que é de 3000 mg. A única amostra com erro de teor de creatina está em processo administrativo e de apuração, o que não permite a divulgação da marca neste momento, segundo explicou a Anvisa.
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Os produtos avaliados são de 29 fabricantes, que respondem pelas marcas mais vendidas no Brasil. A análise foi feita pra verificar a regularidade dos produtos em três aspectos: teor de creatina, adequação de rotulagem e presença de matérias estranhas. Apenas a amostra da Athletica Nutrition foi aprovada em todos os quesitos. Todos os demais produtos possuíam incorreções de rotulagem.
Na análise de matérias estranhas, todas tiveram resultados satisfatórios. Para a análise, a Anvisa considerou as creatinas vendidas em embalagens de 300 gramas, que são as mais comuns no mercado. A coleta de amostras foi feita no segundo semestre de 2024, nas empresas fabricantes de suplementos, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
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Autorregulação do mercado
Segundo a Anvisa, os resultados mostram um cenário diferente do divulgado em levantamentos dos próprios fabricantes. Em 2024, a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) divulgou que 80% dos produtos estavam abaixo do teor permitido de creatina. Foram avaliadas 66 marcas, das quais 25 não atendiam ao total declarado no rótulo.
“A diferença entre os resultados pode indicar uma autorregulação do mercado entre as análises feitas no período de 2022 a 2024. Ou seja, alguns fabricantes podem ter ajustado seus processos produtivos após os resultados iniciais divulgados”, informou a Anvisa.
Os principais problemas estão ligados à rotulagem. Dos 41 produtos, 40 traziam rótulos com algum erro de informação. De acordo com a regulamentação, os produtos devem atender a requisitos específicos de rotulagem pra correta orientação do consumidor. Os erros encontrados não representam risco à saúde, de acordo com a Anvisa, mas podem gerar notificação para as fabricantes.
No Brasil, os suplementos alimentares são regulados por resolução e normas específicas, que determinam que os produtos devem ser notificados à Anvisa para serem vendidos. A partir de 1º de setembro de 2025, todos os suplementos que já estavam no mercado, mesmo antes da publicação da norma, deverão estar regularizados na Anvisa.