ITAJAÍ

Parque Ilha das Capivaras pode virar um parque de verdade após 20 anos

Área de 11,5 hectares no rio Itajaí-mirim virou parque no papel em 2006

Ilha é refúgio ambiental entre os bairros Ressacada e Cidade Nova 
 (Foto: João Batista)
Ilha é refúgio ambiental entre os bairros Ressacada e Cidade Nova (Foto: João Batista)

Criado por decreto em 2006, o Parque Natural Municipal Ilha das Capivaras, que fica numa ilha no rio Itajaí-mirim, em Itajaí, está perto de sair do papel após quase 20 anos. Reunião nesta semana, entre as entidades envolvidas na implantação, tratou da elaboração do plano de manejo – o documento com as regras de uso e ocupação do espaço. A promessa é que o parque possa ser aberto ainda em 2026.

“Esta terceira fase vai possibilitar ao poder público implementar ações concretas para a criação do parque, tornando-o um local acessível à população e aos turistas”, explica Diego Trevisan, técnico de projetos da Univali. A reunião que deu mais um passo no processo aconteceu na terça, no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Foi o terceiro encontro dos representantes das entidades que trabalham pra criação do parque.

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De acordo com Diego, a reunião quer cumprir as exigências da lei 9985, que estabelece o Sistema Nacional das Unidades de Conservação e trata da exigência do plano de manejo. Diferentemente de áreas de Preservação Permanente (APPs), uma unidade de conservação (UC) como o parque da Ilha das Capivaras permite o uso sustentável, sob regras. Assim, o parque poderá receber moradores e turistas, virando uma nova opção de lazer.

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Grupo trabalha no plano de manejo, que traz regras de uso sustentável do local (Foto: João Batista)

Participam da implantação do parque a Univali, IFSC, Guarda Ambiental e Instituto Itajaí Sustentável (Inis), que será o órgão gestor da unidade. O parque contará com conselho gestor formado por representantes de entidades, órgãos públicos e sociedade civil. Ainda haverá muitas etapas até a conclusão do processo de implantação, mas a previsão é que seja entregue pra comunidade até o final de 2026.

Quando pronto, o parque será uma área de lazer, contemplação e educação ambiental, permitindo que moradores e turistas desfrutem da biodiversidade da ilha. O analista ambiental do Inis, Marcel Ferrari, ressaltou a importância da criação do parque não apenas para a preservação ambiental, mas também para a população do entorno.

“Estamos trabalhando para garantir a efetivação dessa unidade de conservação, ampliando os espaços verdes e proporcionando à comunidade a oportunidade de conviver com a natureza”, comentou. Ele ainda destacou que o acesso ao parque é fundamental para a conscientização ambiental: “Só preservamos aquilo que conhecemos, e quanto mais as pessoas puderem acessar essas áreas, mais conscientes serão sobre a sua importância”, disse.

Refúgio ambiental

A Ilha das Capivaras, no rio Itajaí-mirim, ocupa área de 115.282,33 m², cerca de 11,5 hectares, entre a avenida Contorno Sul, na Ressacada, e o bairro Cidade Nova. A área foi criada pelo decreto municipal 7954, de 24 de julho de 2006, com alteração em 2012, mas o parque nunca saiu do papel.

Desde a mudança em 2012, o Inis diz que vem trabalhando pra efetiva implantação do parque e abertura do acesso ao público. A biodiversidade do local é rica, pelo que foi levantado em estudos. Além das simpáticas capivaras, que deram nome ao parque, a ilha é habitat de outras espécies, segundo informa a professora Janaína Bannwart, do IFSC. “Normalmente essas ilhas abrigam muitas aves e outros animais. E dentro de um contexto urbano como o nosso, que a gente tem pouca área realmente preservada para os animais poderem ficar e descansar, é bem importante ter um local pra ser um refúgio dessa vida silvestre”, comentou.

Além da Ilha das Capivaras, Itajaí tem outros três parques naturais municipais. O de Cordeiros, decretado em 2002, abrange as margens do canal retificado do Itajaí-mirim. O do Atalaia, decretado em 2007 e aberto em 2010, é o mais estruturado. O parque da Ressacada é o mais antigo, decretado em 1982 e esperando sua implantação há 43 anos.

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A cidade ainda conta com outras três áreas ambientais: Apa do Brilhante (1993), Apa do Saco da Fazenda (2008) e Apa da Orla (2023), e tem projetos de novos parques, dois deles esperados desde 2014 e que foram alvo de ação civil pública do Ministério Público. Em 2024, um acordo judicial foi firmado pra que o município faça a implantação do Parque Natural do Canto do Morcego, entre a Brava Norte e Cabeçudas, a ampliação do Parque do Atalaia e a criação do Parque Linear do Ribeirão Cassino da Lagoa, que integram a Apa da Orla. O acordo também prevê a demarcação do parque da Ressacada. A implantação de novos parques dependerá da elaboração do plano de manejo e formação do conselho gestor.




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