Luto
Aos 100 anos, morre Abrão das Neves, pescador que acompanhou o crescimento de Penha e Piçarras
Seu Abrão entrou no Exército em 1944, e foi testemunha da pesca artesanal em toda a região / Divulgação
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]



Mais do que um pescador centenário e um reservista do Exército brasileiro, um homem que atravessou um século acompanhando e sendo parte das histórias de Penha e Balneário Piçarras acaba de partir. Faleceu na madrugada de segunda-feira Abrão Laurentino das Neves, aos 100 anos.
Seu Abrão estava internado no hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde deu entrada semana passada, para o tratamento da dengue – suas condições agravaram e ele não resistiu à forte pneumonia.
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Abrão era natural de Joinville, onde nasceu em 1923, dia 14 de dezembro. Inicialmente, veio morar em Penha, com sete anos de idade. Começou na pesca artesanal ainda garoto e aos 25 casou-se com Luzia das Neves, a dona Lôla, fileteira de pescados, já falecida.
O casal teve 13 filhos, numa vida que acompanhou toda a trajetória da pesca artesanal, tanto em Penha quanto em Piçarras. Como comprou terras em Piçarras, com a emancipação da cidade permaneceu em solo piçarrense desde então, acompanhando a trajetória de crescimento da cidade.
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Do município, recebeu em 2010 o título de “Mestre dos saberes populares”, por sua contribuição à pesca e à formação da cidade. Seu Abrão entrou no Exército em 1944 e chegou a receber a convocação para integrar a tropa brasileira da 2ª Guerra Mundial. O chamado, entretanto, não veio. Já aos 98 anos, ele recebeu a “Medalha da Vitória” do Exército Brasileiro, em 2021.