Balneabilidade

Praia de BC continua poluída com a pausa da chuva; Itajaí está 100% limpa

Metodologia do IMA, questionada pela prefeitura de BC, é usada no Brasil e no mundo, explica o instituto

Balneário, segundo o IMA, continua  com a água imprópria nos 10 pontos monitorados

(foto: João Batista)
Balneário, segundo o IMA, continua com a água imprópria nos 10 pontos monitorados (foto: João Batista)
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Apesar dos índices de coliformes fecais abaixo do limite, o relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), divulgado na última sexta-feira, ainda mostra a praia Central de Balneário Camboriú com a água imprópria para banho nos 10 pontos monitorados. A condição só muda se após cinco semanas em ao menos quatro tiverem resultados dentro dos limites.

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Já em Itajaí, os cincos pontos analisados nas praias Brava, Cabeçudas e Atalaia seguem 100% limpos para o banho de mar. Ao todo, o IMA analisou 237 pontos em mais de 100 praias monitoradas ...

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Já em Itajaí, os cincos pontos analisados nas praias Brava, Cabeçudas e Atalaia seguem 100% limpos para o banho de mar. Ao todo, o IMA analisou 237 pontos em mais de 100 praias monitoradas em 27 municípios do estado. Deste total, 152 locais estavam próprios para banho, o que representa 64,14%. Durante a temporada de verão, os relatórios são divulgados semanalmente.

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Nas últimas cinco análises, as praias de Itajaí aparecem com balneabilidade positiva, mesmo após as chuvas no fim de novembro e começo de dezembro. O bom desempenho na cidade é atribuído, principalmente, ao aumento da rede de tratamento de esgoto, bem como à fiscalização de ligações clandestinas e irregulares.

De acordo com o secretário de Turismo de Itajaí, Evandro Neiva, as praias limpas são os principais atrativos para os visitantes. “Começamos a temporada de verão com as praias 100% limpas e isso garante ainda mais tranquilidade a todos que nos visitam”, comenta.

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Já para Balneário Camboriú, a temporada começou com os relatórios apontando as praias em condições impróprias. Apenas Laranjeiras, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho aparecem como próprias para banhoo. Na praia Central, os 10 pontos estão impróprios desde 30 de novembro, apesar da queda expressiva da taxa de coliformes. Dois dos locais estão impróprios desde o relatório de 21 de novembro.

BC questiona a metodologia do IMA, defendendo que as coletas não deveriam ser feitas após dias de chuva porque as condições do mar são afetadas e comprometem o resultado das análises. De acordo com o diretor da Emasa, Douglas Costa Beber, análises após períodos chuvosos em 30 de novembro e 5 de dezembro contrariam a resolução 274 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

“A resolução afirma que nessas condições [de chuva] as águas do mar ficam deterioradas”, disse. Ele informou que na semana do dia 12 de dezembro, sem a condição de chuva, já foi percebido no relatório do IMA que as praias de Balneário apresentam balneabilidade em todos os pontos. Os índices estão bem abaixo do limite de 800 Escherichia coli por 100 mililitros. No entanto, a classificação de “imprópria” para “própria” só muda após cinco semanas com ao menos 80% dos testes com coliformes abaixo do limite.

Balneário faz coletas por conta própria no período do verão três vezes por semana, evitando análises em períodos de chuva. O monitoramento foi retomado no dia 7 de dezembro, após a interrupção no final de novembro. No último relatório, dos 15 pontos analisados, apenas a lagoa de Taquaras aparece imprópria.

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O diretor de saneamento de Itajaí, Victor Silvestre, acredita que diversas variáveis podem explicar a diferença de balneabilidade entre BC e Itajaí. Uma delas seria a configuração geológica, que influencia na força das correntes marítimas. Victor observa que Balneário é uma baía mais fechada, protegida das correntes predominantes.

“Esse fator faz com que as trocas e o efeito da dispersão realizada pelas correntes ocorram de maneira diferente e a água 'poluída fique um pouco mais de tempo 'aprisionada' em Balneário após as chuvas”, considera. Apesar das chuva em geral prejudicarem as águas do mar temporariamente, a condição de Itajaí, na Foz do rio Itajaí, pode ser diferenciada na dispersão de poluentes.

“Isto porque, dado o expressivo volume de chuvas, é possível que a grande quantidade de água que desceu o rio Itajaí-açu em direção ao mar pode ter contribuído para amortizar e diluir a poluição agravada pelas chuvas em Itajaí”, avalia. No caso de Balneário, Victor ainda lembra que a vizinha Camboriú não tem rede de esgoto, com os lançamentos atingindo o rio Camboriú, que tem uma vazão média de 2,9 metros cúbicos por segundo pra diluição do esgoto. O volume é bem menor que a vazão de 504 metros cúbicos por segundo do rio Itajaí-açu, permitindo uma concentração maior de esgoto no rio Camboriú.

As ligações clandestinas de esgoto em Balneário podem ser outros fatores, pois os dejetos vão parar no mar pela rede de drenagem, numa situação que é agravada em períodos de chuva. Victor ressalta que sua avaliação leva em conta conjecturas técnicas e que outros efeitos da dispersão de poluição podem estar relacionados às características da praia, ações de ondas, salinidade, correntes e temperatura da água.

“BC vem vencendo há muito tempo com a implantação de redes e tratamento de esgoto. No entanto, BC está na foz do rio Camboriú e mesmo que esteja atingindo a universalização do saneamento, enquanto for o único município da bacia do rio Camboriú com coleta e tratamento de esgoto estes problemas de balneabilidade temporários poderão voltar a ocorrer”, completa, lembrando que a vizinha Camboriú trata 0% do esgoto da sua cidade.

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IMA defende a sua metodologia 

O IMA explica que a frequência de sete dias para coletas é usada no Brasil e no mundo, sendo o tempo adequado para uma limpeza dos locais analisados. Se a contaminação persistir por mais uma semana, o entendimento é que fica caracterizado a poluição recorrente por coliformes fecais.

As análises levam em conta várias condições, entre maré, temperatura de água, temperatura do ar, direção e força do vento e pluviosidade. Segundo o IMA, as análises nas mais variadas condições não seriam possíveis se as coletas fossem direcionadas, o que levaria a “resultados tendenciosos”.

“A manipulação de cenários para a coleta de amostras, como alteração de frequência para evitar períodos chuvosos ou com influência de chuvas, levaria a resultados tendenciosos, uma vez que o indicador utilizado [E. coli] possui rápido decaimento em águas salinas e na presença de radiação solar, enquanto outros patógenos presentes no esgoto não”, disse o diretor de engenharia e qualidade ambiental do IMA, Fábio Castagna da Silva.




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