Mais de 100 estudantes levando cartazes com frases como “pesquisa não é balbúrdia”, “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda #confisconaeducação” e “a educação tem preço, sua falta tem custo” caminharam da frente do IFC até a prefeitura de Camboriú.
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O estudante Pedro Henrique Wietcovsky José, do 3° ano do Curso Técnico em Controle Ambiental, explica que a manifestação teve como objetivo mostrar a importância da educação e da pesquisa, principalmente no campus do IFC Camboriú, que vem sofrendo há anos com cortes drásticos em sua estrutura.
“Queremos que a cidade de Camboriú e a população brasileira tenham ciência da importância das redes federais em nosso país e sua dedicação para com a pesquisa, ciência e inovação, de uma instituição que é pública, gratuita e acima de tudo, de qualidade. Precisamos proteger essa educação e ir contra esses cortes que inviabilizam a continuação dessas instituições”, explica Pedro.
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A assessoria do IFC Camboriú confirmou que permanece em situação financeira preocupante, desde o corte de 10,47% do orçamento de custeio que ocorreu no início do segundo semestre de 2022. “A soma corresponde a R$ 546.405,58, de um total de R$ 5.218.773.45 programados para o custeio das despesas correntes do presente ano. O bloqueio orçamentário foi realizado no início do segundo semestre e, por consequência, acarretou na demissão de oito colaboradores terceirizados e nove estagiários, além do corte da alimentação dos bolsistas do campus, cancelamento de viagens de estudo, custeio de projetos de pesquisa e extensão, aquisições de materiais e equipamentos, bem como capacitações, diárias e passagens”, explicou em nota a direção do IFC.
Déficit de R$ 250 mil
Mesmo fazendo redução de despesas, o IFC Camboriú estima fechar o ano com um déficit aproximado de R$ 250 mil, afetando o pagamento dos serviços terceirizados e demais ações acadêmicas. “Estão previstos futuros cortes no fornecimento da alimentação dos alunos dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, exceto dos estudantes em vulnerabilidade social”, explica.
Para 2023, o IFC Camboriú já tem previsto que o recurso orçamentário será 7,5% menor do que em 2022. “Desde 2016, a matriz orçamentária do campus vem oscilando e reduzindo gradativamente, o que dificulta a manutenção das atividades da instituição”, finalizou a nota.
IFC desenvolve a educação da região, destaca vereador
O vereador Eduardo Zanatta (PT), de Balneário Camboriú, também participou da caminhada. Ele comenta que desde o meio do ano o governo federal vem cortando recursos dos institutos federais. Com isso, os 150 professores e 3 mil alunos do IFC Camboriú vem sofrendo com a falta de recursos. “Vale lembrar que dos 3 mil estudantes, mais de 500 são de Balneário Camboriú. O IFC atua de forma importantíssima para o desenvolvimento e formação dos jovens e adultos da região. Tanto a universidade como o instituto são condutores do desenvolvimento", explica o vereador.
Com novo corte anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de outubro, que teve o recuo do ministro da Educação, Victor Godoy, o IFC perderia mais R$ 800 mil. “Os estudantes, apesar do recuo do ministro, mantiveram uma data de mobilização, que foi nesta terça-feira de manhã, porque, por exemplo, não vai ter alimentação gratuita para os estudantes secundaristas no próximo ano. Os estudantes estão pedindo alimentação, qualidade de ensino, bolsa de assistência estudantil e pesquisa”, destaca.
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