Balneário Camboriú
Agência de modelos é acusada de preconceito e multifobia
Chamada para campanha de perfumaria nacional seria “sem diversidade” e “só com modelos lindos”. BO foi registrado
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Uma conceituada agência de modelos de Balneário Camboriú está sendo questionada por integrantes do seu casting e também por pessoas ligadas ao setor após um chamamento de seleção de profissionais considerado preconceituoso e que expressou “multifobia”, segundo quem não gostou como a seletiva foi apresentada.
A polêmica começou em grupos específicos de WhatsApp destinados à chamada de modelos, quando uma representante da agência D. convocou modelos entre 25 a 35 anos de idade para o que seria uma campanha de uma empresa de perfumaria de âmbito nacional, destinada a divulgar uma marca específica de perfume.
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A responsável pela seleção, identificada apenas como Dana nas mensagens, inicialmente pediu modelos casadas com homens bonitos ou charmosos, na faixa de 40 a 45 anos – e aí veio a primeira polêmica: que a propaganda teria “muita pegação na cena”, ou seja, cenas de namoro ou sensualidade. Até aí tudo bem – ela teria antecipado o conteúdo da propaganda.
Mas o segundo requisito é que complicou: Dana pediu que os modelos selecionados fossem lindos, “com cara de modelo, modelo”, para “comerciais de beleza mesmo, com corpos. cabeças e rostos lindos” já que não haveria “diversidade” na peça publicitária, “apenas gente linda mesmo”.
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Uma das modelos juvenis integrantes da agência ficou indignada com a postagem da seletiva. A modelo, de 15 anos, passou o post para o pai, Cesar R., que também se manifestou revoltado.
A filha integra o casting da agência desde o ano passado mas, segundo o pai, não concorda com situações de racismo, machismo, ou homofobia.
“Já havia comentários sobre essas posturas da agência. Mas ao representar essa perfumaria grande de São Paulo, ela posta essa mensagem, completamente absurda, preconceituosa, multifóbica, porque envolve fobias nesse mundo de modelagem, por exemplo, contra o gordo, contra o considerado feio”, destacou ele, ao DIARINHO.
Para ele, o pior momento é quando ela diz que não haverá diversidade na propaganda, “só modelos lindos”. “Que tipo de acepção ela está promovendo? O que a agência considera lindo?”.
Na visão do pai, as posturas podem complicar também o grande cliente nacional.
B.O. registrado
Cesar registrou um boletim de ocorrência on-line sobre o caso, e sua filha pediu para retirar-se da agência. “Temos que pregar amor, paz, liberdade, não segregar desse jeito”, frisou.
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O DIARINHO entrou em contato telefônico e digital com a agência D. nesta quarta-feira, durante todo o dia. Não houve retorno à redação.