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Itajaí

Entrevistão com o biógrafo de Chico Xavier, Jhon Harley

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Jhon Harley
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NOME COMPLETO: Jhon Harley Madureira Marques  IDADE: 53 anos NATURAL: Pedro Leopoldo/MS ESTADO CIVIL: casado FILHOS: três filhos  FORMAÇÃO: educação física e psicologia  EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS: professor aposentado; atua no grupo espírita Scheilla desde 1980, integrante da Fundação Cultural Chico Xavier e da Casa de Chico Xavier; autor dos livros Voo da Garça e Nas Trilhas da Garça.  Afastar a figura do mito e escrever sobre o lado humano de Francisco Cândido Xavier. Esse é o objetivo de Jhon Harley – um dos principais biógrafos de Chico. Jhon e Chico nasceram na mesma cidade, a centenária Pedro Leopoldo, em Minas Gerais. Mas as afinidades foram além da terra natal. Ao longo de duas décadas, eles mantiveram uma amizade que fez Jhon conhecer e se encantar com a figura humana do médium mais conhecido do Brasil – e que foi eleito o Brasileiro do Século. Jhon esteve em Itajaí para lançar o seu segundo livro sobre Chico Xavier: “Nas Trilhas da Garça”, e conversou com a jornalista Franciele Marcon. Ele contou sobre a personalidade de Chico, suas alegrias, dores e a enorme generosidade. Para Jhon, Chico era um mineiro típico, que gostava de uma boa prosa e atendia a todos com o mesmo respeito e compreensão. As fotos são de Sandro Silva.  "Falar em Chico é falar em ética, falar em cidadania, falar em respeito pelas diferenças" "A maior virtude de Chico, tão necessário nos dias de hoje, chamasse “respeito pelas diferenças”" "Nós sofremos não por aquilo que é necessário. Nós sofremos, sobretudo, por aquilo que é absolutamente descartável" DIARINHO - O que lhe aproximou de Chico Xavier? Jhon: Eu nasci em Pedro Leopoldo e vim de uma família católica, apostólica, romana. Sempre tive interesse em conhecer o Chico. Tanto que quando eu fui conhecê-lo minha mãe disse: “olha, Jhon, cuidado com esse negócio de espiritismo, mas Chico Xavier é gente boa”. O interesse veio desde adolescente. Eu tinha 19 anos. Fui querer saber se ele tudo aquilo que diziam dele era verdade ou se tinha muito exagero. Eu posso dizer que após 21 anos de convivência, se reuníssemos todos os biógrafos para dizer quem foi Chico, não conseguiríamos dizer.  DIARINHO – Para Jhon Harley quem é Francisco Cândido Xavier? Jhon: Eu vou parafrasear um biógrafo uberabense para dizer que Chico Xavier “não foi um anjo exercendo o papel de um homem. Ele foi um homem, do mundo e no mundo, exercendo o papel de um anjo”. O Chico foi um ser humano de carne e osso, mas que deu tanto sentido à sua humanidade que parecia não humano. Mas não, sofreu, chorou, sorriu, amou, errou, acertou, com uma única diferença: demostrou fidelidade a Cristo durante 75 anos de sua existência. Noventa e dois anos de idade, e não queria morrer. O Chico era um mineiro clássico, adorava uma boa prosa. Ele ficava profundamente constrangido com elogio. Mas isso era real, não era um faz de conta. Eu levanto a tese que ele só teve reconhecimento público depois do programa Pinga-fogo. O primeiro programa aconteceu em julho de 1971. O segundo em dezembro. Aí, ele teve um reconhecimento público, mas até então, era um típico mineiro. Um homem simples. Talvez, o que mais me tenha chamado a atenção na vida e na obra foi a simplicidade. No mundo de hoje é “cada um por si e Deus por todos”, “salve-se quem puder”, ou então a mais recente “você sabe com quem você está falando?”. De repente, a gente encontra um homem nadando contra essa lógica social. Talvez, o maior legado de Chico Xavier tenha sido aquela recomendação do Evangelho: “amai-vos uns ao outros”… como as pessoas são e não como nós gostaríamos que elas fossem.  DIARINHO -E  quando resolveu escrever a biografia dele? Jhon: Eu nunca pensei em escrever, nunca pensei em ser escritor. Eu tive uma convivência com ele de 1981 a 2002. Meu interesse era a humanidade do Chico. Era conhecer esse lado humano. O Chico estava completando 89 ou 79 – agora me falha a memória, e alguém me pediu para escrever alguma coisa sobre ele. Um jornal chamado “Oficina Humana”, de Pedro Leopoldo. Eu escrevi uma coisa muito simplória. Uma conversa ao pé do ouvido e intitulei: “A figura humana de Chico Xavier”. Falei que o Chico era um homem simples, comum e mandei para ele. Para minha surpresa, respondeu: “meu filho, gostei muito do que você escreveu”. Poxa, mas eu não escrevi nada demais. Eu vi que destacando a humanidade dele, ele ficou muito feliz. Eu acho que ele ficava muito constrangido quando o tratavam como um mito. Gente que chegava perto dele e se ajoelhava. Ele dizia: “meu filho, não faça isso comigo”. O Chico gostava de ser tratado como um ser humano.  DIARINHO - O senhor escolheu contar o que conheceu de Chico Xavier enquanto pessoa e não como médium. Por que essa opção? John: Fala-se muito do homem, do médium, mas muito mais do mito Chico Xavier. Nesses 21 anos de convivência, eu vi o lado humano de Chico. Não o médium. Presenciei alguns fenômenos mediúnicos. Aliás, extraordinárias faculdades mediúnicas de Chico Xavier. Mas não era isso. Como podia existir um homem tão simples? Como diria o bom carioca: o Chico era para ter sido o cara mais marrento do mundo. De tanta puxação de saco que ele teve de espíritas e não espíritas, empresários, artistas, políticos. Começou simples, permaneceu simples e terminou simples. Eu mesmo tentei puxar o saco dele algumas vezes. Por exemplo, no final da década de 80, nós de Pedro Leopoldo resolvemos construir um museu para Chico Xavier. Lá fui eu dar a notícia para ele. Fui lá em Uberaba, ele já morava em Uberaba quando eu o conheci.  “Oh, Chico nós estamos querendo fazer em Pedro Leopoldo um museu para você”. Ele não gostava que o chamasse de senhor. Ele só respondeu assim: “meu filho, pelo amor de Deus, não me mate antes da hora”.  Museu e projeto cancelado. Eu costumo dizer uma coisa que tem gente com tão pouco querendo mostrar o que tem. Chico Xavier com muito, escondia o que tinha. Eu sou muito fã do Elvis Presley. O Elvis faleceu em 16 de agosto de 1977, eu conheci o Chico em maio de 1981. Naquela época se falava se Elvis estava vivo ou morto. Elvis não morreu. Veio uma ideia na minha cabeça, já sei para quem eu vou perguntar. Me falaram que ele sabia de tudo. Em 1981, estávamos sozinhos, eu falo: “Chico, posso te fazer uma pergunta?”.  Ele: “pode, meu filho”. Você tem alguma notícia de Elvis Presley? Eu achei que ele me daria uma dissertação sobre Elvis Presley no mundo espiritual. Foi a resposta mais decepcionante da minha vida: “nenhuma, meu filho. Se você souber de alguma coisa, você me avisa” [risos]. Isso que me chamava a atenção. Porque se fosse um Zé Mané qualquer, faria igual a Rolando Lerô: fala, fala e fala, e não fala nada.  DIARINHO – Quando Chico faleceu, em 30 de junho de 2002, eram pouco mais de 400 obras que ele atribuía aos ditados dos espíritos. Mas esse número parece ter recentemente atingido os 500 livros. Como se explica? John: 501 livros. O Chico deixou muito material psicografado guardado com alguns amigos. A Editora Vinha de Luz, da cidade de Belo Horizonte, sob a coordenação do Geraldo Lemos Neto, adquiriu da filha de um ex-patrão do Chico, chamada dona Vanda Jorian. Ela passou todo o material guardado, psicografado pelo Chico entre os anos de 1935 a 1952. Só a Vinha de Luz já publicou em torno de 20 obras psicografadas por Chico Xavier. Sem falar das cartas consoladoras. Quantas pessoas foram agraciadas com essas cartas de familiares, onde os pais iam buscar algum consolo, alguma ajuda e o Chico não ficava com essas mensagens. Ele entregava para os familiares. Eu acho que outras obras ainda virão do Chico, há material inédito a ser publicado.  DIARINHO – A infância de Chico foi cheia de privações, humilhações e provações. O senhor acha que isso influenciou na postura que ele adotou como ser humano pro resto da vida? John:  Acredito que sim. Uma vida sofrida. O Chico não teve nenhum privilégio. Inclusive, no meu segundo trabalho eu relato que o Chico sofreu quadros depressivos. Ele ficou oito meses em depressão. E a multidão lá fora, querendo conversar com ele. Um homem de carne e osso. Sonhou, chorou, sorriu, sofreu, amou, como qualquer um. Ele usava peruca. Eu faço uma pergunta para as pessoas: “porque será que ele usava peruca?”. As pessoas ficam com medo de falar uma palavrinha: “vaidade”. Qual o problema? O Chico dizia assim: “eu tenho direito de enfeiar o mundo”. “Será que eu não posso andar arrumado?!” Ele sofreu como sofreria um jovem qualquer com a queda do seu cabelo. Eu peguei o depoimento de um poeta que nasceu na mesma rua que nasceu Chico Xavier. Ele disse, e eu publiquei no segundo trabalho, que quando ele começou a perder o cabelo, ele usou todas as loções contra queda de cabelo da época. E o poeta terminou assim: “lamentavelmente, o cabelo teimava em permanecer no pente”. Ficou careca! E sofreu! E ainda dizia: “porque o criador, ao invés do cabelo cair, não fez a barba cair e manteve o cabelo?”. Sofreu como qualquer outro… Esse é o lado humano. Esse sentido que o Chico deu à vida, na minha opinião, partiu do seu histórico. Uma vida difícil, sofrida, mas se preocupando com aquilo que, de fato, é essencial. Ele tem uma frase que me acompanha. “O homem mais feliz é aquele que tem menos necessidades”. Nós sofremos não por aquilo que é necessário. Nós sofremos, sobretudo, por aquilo que é absolutamente descartável, mas não largamos mão do osso. Carregamos um peso desnecessário, reclamamos, mas não vivemos apenas com o essencial. Chico viveu com o essencial.  DIARINHO - Como Chico reagia aos ataques tentando desqualificá-lo enquanto médium? John: Ele não reagia. O Chico era um pacifista. Na época, eu levantei na pesquisa, que o bispo de Uberaba ia encontrar pela primeira vez com Chico Xavier na televisão. Foi aquela polêmica. Como que seria o comportamento do bispo e do Chico? Sabe o que o Chico fez? Quando viu o bispo, caminhou em sua direção, pegou a mão e beijou o anel. Beijou o anel do bispo para mostrar o respeito que sentia. A maior virtude de Chico, tão necessária nos dias de hoje, chama-se “respeito pelas diferenças”.  Respeitar o outro é aceitar o outro como ele é, não como você gostaria que ele fosse. Diz respeito em todos os sentidos hoje: respeito pela opção sexual, pela opção política, seja por qual for a opção. Desejar ao outro o que nós desejaríamos a nós mesmos. Chico não se preocupava com a crítica. Aliás, se tivesse se preocupado não teríamos tido um Francisco Cândido Xavier. Ele pararia no meio do caminho. Trabalhou, serviu, para mim um apóstolo do amor e da caridade. Independentemente do rótulo, o Chico superou as limitações do nosso movimento. Eu sou espírita, ele superou. Porque o nosso movimento é limitado, como qualquer outro movimento humano.  O Chico entrou no hall dessas grandes almas: Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela. Falar em Chico é falar em ética, em cidadania, em respeito pelas diferenças. São valores universais presentes em todos os movimentos humanos – religiosos ou não.  DIARINHO – Falando em termos de fenomenologia, o que você presenciou efetivamente junto de Chico Xavier – ou viu junto de pessoas próximas – que é incontestavelmente um fenômeno, seja do ponto de vista da mediunidade sob o enfoque espírita ou mesmo da chamada paranormalidade? Jhon: Foi uma cena tão simples que até hoje permanece na minha memória. Eu estava no grupo espírita onde ele recebia as mensagens, os consoladores, e ele atendia um grupo antes de começar a psicografia. Umas 80 pessoas. Na época, eles diziam: cuidado com o que você pensa perto de Chico Xavier, que ele lê pensamentos. Eu estava acompanhando, e de repente, uma senhora surtou de tanto sofrimento. Ela havia perdido o marido e os filhos em um acidente automobilístico. O surto foi tão grande que todo mundo ficou estático. Eu imaginei o que o Chico falaria para consolar a  mulher. Chico Xavier se levantou, todo mundo em silêncio, a senhora estática, e ele caminhou em direção a ela. Eles se abraçaram e choraram os dois juntos. Se você perguntar: o que é isso? Isso para mim foi um fenômeno. Ele se sensibilizou pela dor de alguém que nunca viu […]. Ele resolveu o problema dessa senhora? Não! Mas passou um componente neste abraço que eu não sei dizer o que é… Imagino, mas não sei dizer. O maior legado de Chico Xavier: “amai-vos uns aos outros como o Cristo nos amou”. A gente não sabe que amor é esse. O Chico vivenciou. Ele não fazia de conta, não era um hipócrita. Temos muitos religiosos hipócritas. Temos muitos ateus que, às vezes, são muito mais éticos do que muitos religiosos.  DIARINHO – Chico Xavier, dizem alguns biógrafos, foi um líder que não quis assumir liderança alguma, devido a sua simplicidade; mas foi também conservador no campo religioso. Ele não poderia ter ido um pouco mais além no campo dos direitos sociais e humanos? John: Cada um no seu quadrado. O Chico tinha uma frase muito interessante: “a melhoria do mundo começa em cada um de nós”. Claro que não é a mudança de uma simples pessoa que vai mudar o contexto, mas o conjunto de pessoas pode alterar esse contexto. Eu acho que Chico viveu e demonstrou na prática que é possível a construção de um mundo mais justo, mais feliz e mais fraterno. Eu fico imaginando mais de um Chico Xavier no país. E deve ter muitos anônimos também trabalhando. Ele não foi um militante da política, mas eu diria que a vida dele foi uma atividade política. Não partidária, mas os exemplos dele ficaram como referência para todos nós. Eu acho que virou uma referência. O Chico não caiu naquele “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. Ele exemplificou. O exemplo não é a melhor maneira de se convencer alguém de alguma coisa?! Pra mim é a única! Falar é fácil, vivenciar é mais difícil.  DIARINHO – Os dois livros que o senhor lança em Itajaí possuem conotações diferenciadas. Poderia nos falar um pouco de ambos? E o motivo da garça na capa das publicações?  John: Eu fui conhecer a história da minha cidade. Pedro Leopoldo é município desde 1924,  mas vila desde 1895. Descobri uma história oral que circulava pela cidade registrada pelo poeta José Izafir. Ele entrevistou uma antiga benzedeira, dessas do interior de Minas, que morreu com 105 anos, na década de 60. Ela falou que a manhã do dia 2 de abril de 1910, a manhã que o Chico nasceu, foi a manhã mais bonita que ela já viu na vida. Pedro Leopoldo é uma várzea. Ela descreveu que nesta manhã, excepcionalmente, ela viu muitas garças. Eu me apropriei dessa história oral para dizer que uma dessas garças, Chico Xavier, posou na cidade de Pedro Leopoldo. Olha como completa o poeta: “Trazendo amor e compaixão. E transformando as noites de muitos aflitos e angustiados em dias ensolarados de esperança e alegrias”. O primeiro livro é para falar dessa garça na cidade de Pedro Leopoldo: 1910 a 1959. O segundo, Nas Trilhas da Garça, é para falar do Chico em Minas Gerais. Eu consegui catalogar 36 cidades por onde ele transitou. Agora, tem um terceiro em construção, para falar do Chico fora de Minas e fora do país – por onde essa garça transitou. Eu peguei essa metáfora, uma história oral que circulou na cidade, para falar dos caminhos, dos percursos, das trilhas deixadas por Francisco Cândido Xavier. DIARINHO – Alguns biógrafos de Chico, com Geraldo Lemos Neto, Carlos Baccelli, e a médica já falecida Marlene Nobre anotaram apontamentos do médium acerca do que os espíritas têm chamado de ‘data-limite’, ou resumidamente, que Chico teria pelo menos em nove entrevistas diferentes em vídeo e também em livros falado sobre a iminência de uma nova guerra mundial – isso até o ano de 2019. O que o senhor diria sobre esse tema? John: Não é da minha pesquisa. Mas eu acho que o mundo será o que nós, seres humanos, fizermos do mundo. Eu, você e qualquer outro dando a nossa contribuição. Eu sou otimista por natureza. Não sou um pessimista. Eu acho que as coisas avançam, mesmo que a gente tenha impressão que elas não avancem. O Brasil só será o “Brasil coração do mundo, pátria do evangelho” se nós brasileiros ajudarmos na construção desse país. Não vai cair nada do céu. O esforço é humano, é diário, é constante. Ética não é só na política. A ética é na nossa vida pessoal. No dia a dia, no trânsito. Acredito no ser humano.  DIARINHO – Chico foi eleito pela TV Globo de Minas o maior mineiro do século 20; e pelo SBT o maior brasileiro de todos os tempos, em julho de 2012. Chico, no SBT, concorreu com Irmã Dulce, Santos Dumont, Princesa Isabel, Juscelino Kubitscheck, Getúlio Vargas, Oscar Niemeyer e Luís Carlos Prestes, só para citar alguns. E venceu todos. O senhor vê justiça nessas premiações, pelo fato de ele não ser um líder político, e sim do campo religioso? John: Eu achei que ele não passaria. Depois que ele foi concorrer com a Irmã Dulce, que é outra grande irmã da caridade e sendo o Brasil um país de formação historicamente católica, eu falei: “agora se esgotou”. Eu confesso que no Mineiro do Século eu votei mais de uma vez nele [risos]. A Telemar e a Rede Globo Minas fizeram essa promoção, eu ligava para os meus amigos. Mas foram 705 mil votos. Muitos espíritas votaram, mas não espíritas votaram também. Pelo fato de ele ter sido espírita? Não creio. Pelo falto de ter sido médium? Não creio. Pelo fato de ter sido um grande homem! Um homem de bem, que independe da sua denominação religiosa. O Chico extrapolou os limites dos movimentos religiosos. Essa é identificação do brasileiro com o Chico Xavier. Isso um historiador do Rio Grande do Sul, próximo de vocês, que lançou uma tese de doutorado, um antropólogo, falou. Ele chamou o Chico de "O Grande Mediador". Ele faz uma leitura antropológica que eu achei de muito bom gosto. Em um país católico, sendo eleito o Mineiro do Século, olha que Minas Gerais é profundamente católica, todas as cidades de formação historicamente católica. E agora no SBT, o maior brasileiro de todos os tempos.  Isso não partiu dos movimentos espíritas. Isso partiu do voto popular. Coisa interessante. Talvez Chico tenha sido um dos religiosos mais influentes do último século. DIARINHO – O senhor pode nos contar uma passagem de alegria e uma de tristeza na vida de Chico Xavier? John: De alegria foram várias. Eu me lembro de um episódio que eu coloquei no segundo livro. "O homem mais feliz é aquele que tem menos necessidades." O Chico saindo atrasado para ir ao cartório. Ele estava pegando o ônibus em Uberaba, quando ele vê uma criança gritando o nome dele apavorada. O cara do ônibus não podia esperar a criança chegar. “Pode seguir que eu vou aguardar,” disse. O menino chegou todo apavorado e o Chico perguntou o que tinha acontecido. “Eu queria te dar um beijo, tio Chico”. Essa cena, para ele, foi uma das mais impressionantes da vida. E foi como ele viveu. O Chico para mim era uma criança e um general. De bobo, ele não tinha nada. As pessoas, às vezes, tinham uma visão de que todo mundo o fazia de bobo. Ao contrário. O dizer dele era sim, sim e não, não. Triste, olha eu não sei como este homem, conhecendo a minha cidade, sobreviveu. Esse menino maluquinho, ou como diria o Raul Seixas, esse Maluco Beleza, como ele sobreviveu com tanta pressão, sob tanta pressão. Na época nós não tínhamos prefeito, a maior autoridade abaixo do prefeito era o sacerdote católico. Foi perseguido de todas as formas imagináveis e inimagináveis, e se manteve lúcido, se manteve coerente. Um pacifista. Ele não reagia. Ele convencia o outro através dos seus exemplos. Mas sofreu, sofreu muito nesse período e, digo mais, ele só teve esse reconhecimento público aos 61 anos de idade. [kaltura-widget uiconfid="23448188" entryid="0_g35ukotn" responsive="true" hoveringControls="true" width="100%" height="56.25%" /]




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