Uma família de índios da aldeia Bananeiras, que fica em Miraguaí, no Rio Grande do Sul, está pelo Balneário Camboriú comercializando ervas e raízes supostamente milagrosas. Os indígenas prometem que, com as suas receitas, curam resfriados, melhoraram a aparência dos clientes e até resolvem problemas de impotência sexual. Apesar de afirmarem que tão cheios da boa intenção, o DIARINHO descobriu que eles tão trampando sem autorização da prefeitura e sem licença da vigilância Sanitária, responsável por fiscalizar a venda de medicamentos.
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Ido Galvão, 49 anos, e Alzira Sales, 30, estiveram no DIARINHO pra divulgar o comércio de plantas medicinais. Contam que vendem 90 tipos de raízes e plantas, usadas na prevenção e na cura de tudo ...
Ido Galvão, 49 anos, e Alzira Sales, 30, estiveram no DIARINHO pra divulgar o comércio de plantas medicinais. Contam que vendem 90 tipos de raízes e plantas, usadas na prevenção e na cura de tudo quanto é tipo de doenças.
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A venda é feita em um ponto ambulante e eles chegam a oferecer receitas pro povão. Alzira afirma que tem remédio pra diabetes, colesterol alto, depressão, reumatismo, entre outros. Mas o campeão de vendas, diz, é o viagra natural, que serve até mesmo pra mulherada que anda um tanto fria. As ervas são cultivadas pelos próprios índios, lá no Rio Grande do Sul, faz questão de dizer a índia.
Há um mês, o casal veio pra Santa Catarina divulgar e vender os remedinhos naturebas. Em Itapema, teriam conseguido autorização para exportar e comercializar seus produtos durante uma semana, na praça da Paz, no centro da cidade.
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Agora estão no Balneário, onde pretendem até montar barraquinha na rua 2448, esquina com a marginal leste, ao lado da autoescola VIP. O plano do casal é ficar na cidade durante todo o final de semana. Eles não revelam quanto cobram por seus produtos. A negociação rola na hora com o cliente.
O índio Ido diz que o trato com as folhas e raízes e a venda dos supostos medicamentos faz parte da cultura da sua tribo. Ele é um Kaigang. Conta que trampa com isso desde que tinha nove aninhos e já rodou o Brasil de carango, com ajuda da fundação Nacional do Índio (Funai), pra fazer a divulgação e a venda.
Sem autorização
Nenhum órgão da prefeitura de Balneário Camboriú autorizou o casal a comercializar as ervas e as raízes pra fazer os remedinhos milagrosos. Na semana passada, o casal até deu um pulo na secretaria da Fazenda, que libera alvará pra comercialização de produtos na city, mas não conseguiu a licença.
Rafael Weiss, assessor de imprensa da prefa da Maravilha do Atlântico, conta que no início do ano foi feito um acordo com índios de tribos de Biguaçu e São José, que volta e meia aparecem por aqui. Ficou acertado que eles venderiam apenas artesanados na praça Higino Pio, no centro. Fiscalização é com a Fazenda, que vai sair no feriadão e verificar, porque eles têm que ter um alvará pra esse tipo de coisa, afirmou.
Pelo acordo, a autorização é dada aos índios pela fundação Cultural, que não confirmou qualquer pedido ou licença emitida para os Kaigangs venderem ervas na cidade.
O pessoal da vigilância Sanitária, responsável por fiscalizar a venda de medicamentos, também não tava sabendo da intenção dos índios em vender remédios naturebas em Balneário Camboriú. Pra manipular algum tipo de produto, eles deveriam passar por aqui, ressalta Sandro Alexandre Franco, diretor do órgão.
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Sandro diz que vai acionar os fiscais da vigilância pra dar um bizu pela city. Caso eles encontrem algum índio comercializando e dando receitas irregulares, a Funai será acionada.