Ontem completou um mês do bárbaro assassinato da cozinheira Marlene Machado, 37 anos, encontrada em sua própria cama, numa casa do bairro Monte Alegre, em Camboriú, amarrada, amordaça e enforcada. São 30 dias de angústia pra família de Marlene, que ameaça repetir o berreiro que fez na frente da depê do bairro, caso a polícia não apresente nenhum resultado das investigações. Eles pediram prazo até dia 4 [ontem]. Se até segunda-feira [hoje] não tivermos resposta, vamos fazer outro manifesto, afirma Solange Machado, irmã da cozinheira.
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Pra família, a barbaridade tem a ver com um caso que Marlene mantinha com um homem casado.Quando foi encontrada pelo padastro, o nome do amante estava escrito em um dos seus pés. Solange não acusa ...
Pra família, a barbaridade tem a ver com um caso que Marlene mantinha com um homem casado.Quando foi encontrada pelo padastro, o nome do amante estava escrito em um dos seus pés. Solange não acusa o homem de cometer o crime, mas diz não ter dúvidas de que a morte de Marlene tá relacionada com o rolo. Dias antes da desgraça, a cozinheira, que não era metida com o crime, disse aos parentes que tinha sido ameaçada de morte, mas não contou o motivo.
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Pra família Machado, a polícia estaria fazendo corpo mole pra chegar até aos assassinos. Por isso, querem novamente reunir amigos de Marlene e voltar a fazer um protesto. No dia 15 de agosto, já haviam feito uma manifestação com cartazes na frente da depê. Está muito enrolado. Se não tiver solução, vamos processar o estado, lascou ainda Solange.
Família ficou destroçada
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Marlene ficou viúva há três anos. O marido morreu de um piripaque no coração. Desde então, pra poder pagar as contas, trampava como cozinheira. Ela tinha três filhos, de nove, 13 e 22 anos. A gurizada, conta a irmã Solange, tem sentido pacas a perda da mãe, passa os fins de semana entristecida e tem vivido na casa de parentes.
A mãe, Nilza Machado, entrou em depressão. A coitada chegou a alugar uma outra casa pra deixar pra trás a lembrança do corpo da filha assassinada no quarto. Mas não adiantou e, conta Solange, sequer tem conseguido fazer as tarefas diárias. Ela esquece tudo, deixa fogão ligado e sai. Meu padrasto até teve que deixar o trabalho pra ficar em casa cuidando dela. Ela chora o tempo todo, lamenta a filha.
Polícia faz boca de siri
O delegado Elcio Ferreira, responsável pelo caso, não foi encontrado pra comentar o assunto. A equipe da polícia Civil da depê do Monte Alegre faz boca de siri e não fala sobre o assunto. Os tiras limitam-se a dizer que todos os envolvidos já foram ouvidos e pretendem encerrar o inquérito no início da semana que vem. Alegam que o prazo é de 30 dias pra investigação e ainda estão dentro do tempo exigido pela dona justa.