O comerciante Paulo Rodrigues de Carvalho, 47 anos, dono da pastelaria do Paulinho, tá tristonho. A barraquinha dele, armada sempre aos sábados na feira da rua 200, esquina com a avenida Central, no Balneário Camboriú, foi interditada pela vigilância Sanitária da Maravilha do Atlântico. Paulinho diz que tava com a documentação do comércio em dia e não concorda com o pé na bunda.

Paulo trabalha na city há mais de três anos. Além da barraquinha na feira, ele é dono da pastelaria que fica na avenida Alvin Bauer e diz não ter entendido a ação da prefa no último sábado. Ele sipreparava pra ir à feira com os pastéis quando foi enquadrado pelos fiscais da secretaria de Saúde. “Eles [vigilância] já tinham mandado interditar, mas não conseguiram. Dessa vez conseguiram, alegando que não tem alvará sanitário pra funcionar”, diz.

O comerciante afirma que os demais feirantes da Maravilha não têm alvará e mesmo assim continuam trampando. “Quando eu quis [o alvará], eles não me deram alegando que abriria precedente pro resto. Por que então só interditaram a minha barraca?”, questiona.

Pastel num pódi

Sandro Alexandre Franco, diretor da vigilância Sanitária de Balneário Camboriú, disse que o pessoal da feira da rua 200 vem trabalhando há décadas sem qualquer fiscalização e agora o Reino da Dinamarca tá tentando regularizar a bagaça. Sandro garante que a fiscalização rola com todos os feirantes, não só com o Paulinho. “Lá tem produtos de origem animal sem inspeção e tão vendendo palmitos. Nós também interditamos na hora”, diz.

No entanto, o diretor diz que o caso do Paulinho é diferente. Segundo Sandro, a associação dos Feirantes de Hortifrutigranjeiros e Produtos Básicos do Balneário (Afeira), que regulamenta a atividade dos feirantes na Maravilha, não prevê a fritura de pastel numa feira livre, já que não é um produto colonial. “Ele coloca [o pastel] exposto ali de qualquer forma. Não tem temperatura ideal pra conservar”, lembra Sandro.

Feirantes terão que se regularizar

Sandro avisa que todos os feirantes terão que passar por adequações, como fazer a ligação de água e esgoto. A associação repassa as exigências aos feirantes. Quem não acatar as mudanças será notificado e, se necessário, a barraquinha será interditada.