A dona justa estadual não acatou a denúncia-crime por improbidade administrativa e corrupção passiva, feita pelo Ministério Público e que pesava sobre o ex-governador Leonel Pavan (PSDB). É o que informou ontem ao DIARINHO o próprio tucano, feliz da vida com o resultado. As acusações tão ligadas ao resultado da operação Transparência, uma investigação feita pela polícia Federal em 2009 e que envolve abobrões que estiveram no comando do governo do estado e empresas apontadas como sonegadoras de impostos. Como o processo criminal rola em segredo de justiça, a decisão caso realmente tenha saído não tá acessível ao público no saite do Tribunal de Justiça.
Ao conversar com o DIARINHO ontem à tarde pelo telefone, Pavan parecia eufórico. Eu falei que tava sendo injustiçado, falei que era inverdade, que não tinha cabimento, disparou o ex-governador ...
Ao conversar com o DIARINHO ontem à tarde pelo telefone, Pavan parecia eufórico. Eu falei que tava sendo injustiçado, falei que era inverdade, que não tinha cabimento, disparou o ex-governador, completando: Só tinha aquele indício do meu nome citado por alguém numa escuta telefônica. Por isso sempre acreditei na Justiça.
O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, de Floripa, confirmou ao DIARINHO a notícia dada por seu cliente. Mas limitou-se a dizer: Amanhã [hoje], às 10h, vou reunir a imprensa no meu escritório pra informar sobre o caso.
Apesar de feliz pela decisão judicial, Pavan fez questão de dizer que sofreu perdas com o envolvimento do seu nome na operação Transparência. A parte emocional foi muito grande, minha família sofreu, teve choro e isso não tem como reparar, afirmou. Também reclamou da grana que precisou gastar com o advogado.
Mas o maior dano parece ter sido mesmo o político. Isso me enfraqueceu para pleitear a vaga para governador. Talvez hoje fosse eu o governador, desabafou.
Entenda como Pavan entrou no rolo
A operação Transparência da PF foi montada em janeiro de 2009 e investigou denúncias de sonegação de impostos em empresas do ramo dos combustíveis. No meio do caminho, os federas descobriram um esquema pra beneficiar a Arrows Combustíveis do Brasil, que envolvia funcionários da secretaria Estadual da Fazenda, funcionários públicos e, pela acusação dos federas, também o então vice-governador do estado, Leonel Pavan. O tucano virou governador meses depois, com a saída de Luiz Henrique da Silva (PMDB).
A Polícia Federal indiciou Pavan e mais seis pessoas. O então vice-governador foi acusado pelos crimes de corrupção passiva (receber grana em troca de favor), quebra de sigilo funcional (vazar informações sigilosas) e de advocacia administrativa (usar do cargo público pra defender interesses de particulares).
A prova usada pela PF pra botar Pavan no rolo eram afirmações feitas por outros envolvidos no esquema que, em ligações telefônicas grampeadas sob permissão da dona justa, citavam o nome dele.
Ainda sobre o mesmo caso, Pavan responde como réu numa ação civil pública também movida pelo Ministério Público Estadual por improbidade administrativa e que foi aceita pela dona justa.