Uma discordância sobre os valores cobrados pela empresa Ambiental pode deixar as praias de Balneário Camboriú completamente emporcalhadas, isso a apenas dois meses pro início da temporada de verão. Desde quinta-feira passada, a empresa deixou de fazer o serviço de limpeza das praias, das ruas, capinação e pintura dos meios-fios. Tudo porque a prefa não paga pelos serviços desde janeiro, quando a dona justa determinou que a taxa de lixo deveria ser paga pela prefeitura e não mais pela população.
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O secretário de administração da prefa da Maravilha do Atlântico, João Batista Leal, diz que até ontem a empresa não havia comunicado oficialmente a decisão de suspender os trabalhos. Soube por ...
O secretário de administração da prefa da Maravilha do Atlântico, João Batista Leal, diz que até ontem a empresa não havia comunicado oficialmente a decisão de suspender os trabalhos. Soube por boatos, mas até agora ninguém nos comunicou oficialmente, explica.
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O bagrão confirma que desde a mudança da forma de cobrança da taxa de lixo, em janeiro, a prefa não pagou mais um centavo pra concessionária. Isso porque a administração municipal não concorda com o valor apresentado no relatório da empresa, que é de R$ 10 milhões por ano. Enquanto não chegarmos a uma conclusão sobre os valores, não terminar o levantamento e confirmar se o que pedem é o correto, a prefeitura não vai pagar nada, lasca. A dívida já estaria em cerca de R$ 6,5 milhões.
O procurador da prefa, Marcelo Freitas, diz que o jurídico ainda não meteu o bedelho no caso porque a expectativa é resolver o impasse na base da conversa. Pra ele, a prefa deveria contratar uma empresa terceirizada de auditoria pra checar se o que a Ambiental pede é o justo. Talvez nem tenhamos funcionários que pudessem analisar com propriedade essas planilhas dentro da prefeitura. É um cálculo complexo. Precisamos ter segurança jurídica e financeira, defende.
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Segundo ele, em 15 anos que a empresa presta o serviço pro município, essa foi a primeira encrenca. Porque até janeiro o contribuinte pagava no carnê da taxa de lixo. Por decisão judicial houve mudança e o pagamento passou a ser feito diretamente pela prefeitura, conta.
A empresa Ambiental confirma que suspendeu as atividades de limpeza no dia 29 porque a prefa não efetua o pagamento do trampo desde janeiro. A empresa diz que o valor total dos atrasados só pode ser informado pela prefa, que teria sido comunicada da suspensão das atividades através de ofício no dia 28.
A brecada dos serviços não atinge a coleta de lixos reciclável, hospitalar e das nojeiradas que vão pro aterro sanitário. Porém, todas as outras atividades realizadas pela empresa, como a varrição de ruas e da praia, limpeza de bocas de lobo, pintura de meio-fio, capina, estão suspensas.
Até o final da tarde de ontem a prefa não havia contatado a empresa pra negociar o pagamento das dívidas. Enquanto isso, os cerca de 200 funcionários que trampavam nos serviços brecados tão em férias coletivas. A empresa diz que não quer largar a teta e que vai voltar a fazer o serviço tão logo os pagamentos sejam regularizados.
Sujeira na praia já tá aparecendo
Nesta segunda-feira não havia nem sombra dos garis que costumam limpar a praia Central. Na areia, o lixo acumulado dava a pinta do que está por vir caso a pendenga não seja resolvida. O servidor público Roberto Cardoso, 32 anos, veio de Brasília pra passear na Maravilha do Atlântico e ficou dicara quando soube da suspensão da limpeza das praias.
Acho que a limpeza e organização são justamente o diferencial das praias do sul do Brasil, diz. Ele não achou a areia muito suja, mas diz que o seu parâmetro de comparação são algumas praias do nordeste que, segundo ele, costumam ficar emporcalhadas. Se suspender a limpeza, vai espantar os turistas, acredita.
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