A previsão de atracação do Aidacara no píer turístico Guilherme Asseburg é 9h da matina. Mas já a partir das 8h você pode dar um pulo nos molhes pra ver o bonitão entrando na boca da barra. O Aidacara vai trazer aproximadamente 1,5 mil pessoas, entre passageiros e tripulação, diz Valdete. Nesse navio vêm geralmente franceses, italianos e, claro, os alemães, completa a bagrona da Sectur.
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Pra dar conta de tanta gente batendo pernas pelaqui, o pessoal da secretaria de Turismo já organizou como vai rolar o receptivo no píer e no entorno da praça Vidal Ramos, no final da rua Hercílio Luz. Estarão por lá pelo menos 40 dos 80 transportadores cadastrados, entre vans e táxis, de 20 a 30 carregadores e uns 15 recepcionistas, estima Valdete.
Como o Aidacara vem lotado de gringos, esta é uma oportunidade e tanto pra quem manda bem no inglês, no alemão, no italiano e no francês. Nesta semana já estamos ligando para todos os cadastrados. No sábado, deve ter por lá de 15 a 20 intérpretes, acredita Valdete.
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Um intérprete costuma ganhar entre 50 e 100 dólares por dia de trampo. Isso dá entre uns 115 pilas e pouco mais de R$ 200. O valor depende do tamanho e da pão-durice do grupo atendido, além, é claro da performance de quem presta o serviço. Quem estiver interessado no trampo, afirma Valdete, pode procurar a secretaria de Turismo pra fazer o cadastro. A Sectur fica no centreventos da Marejada.
Uma pesquisa do ministério do Turismo aponta que cada turista estrangeiro gasta no Brasil algo perto de 100 dólares por dia, comenta Valdete. Se isso for mesmo verdade, significa dizer que a gringalhada vai deixar na região mazomêno uns 150 mil dólares entre transporte, serviços de leva-malas, intérpretes, rango, badulaques pra levar como souvenirs e, de repente, até o tiozinho dos churros leva um qualquer de algum estrangeiro curioso em experimentar aquele negócio mole, açucarado e com uma gosma dentro.
Itajaí terá 26% a menos de navios
Nesta temporada, que vai até março do ano que vem, Itajaí receberá 26% menos transatlânticos que no período anterior. De acordo com Valdete Campos, diretora da Sectur peixeira, estão programadas 22 escalas no píer turístico. Na temporada passada, foram 34.
Nas contas de Agnaldo Hilton dos Santos, secretário de Turismo de Itajaí, a previsão é que cerca de 25 mil turistas passem por Itajaí nesta temporada. Ou seja, menos da metade que esteve aqui entre 2012/2013, quando 54 mil pessoas embarcaram ou desembarcaram nos transatlânticos.
A redução nas escalas, enfrentada também em outras regiões do Brasil, rolou porque as companhias marítimas resolveram mandar seus naviozões para o Caribe e para a Ásia, onde os custos são menores.
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Porto Belo já recebeu seu primeiro navio da temporada
A baía de Porto Belo recebeu, sábado passado, o primeiro navio da temporada de cruzeiros marítimos 2013/2014. O pequeno Seabourn Quest chegou trazendo cerca de 500 turistas e algo perto de 350 tripulantes. Mas não vá pensando que a temporada em Porto Belo será minguada. Apesar de ter o mesmo número de escalas que Itajaí (22 ancoragens), por lá está prevista a chegada de 45 mil turistas.
É que a baía de Porto Belo pode receber embarcações maiores, como é o caso do gigante Msc Preziosa, o maior navio de cruzeiro que está operando na costa brazuca. A primeira escala do Preziosa está marcada para fevereiro, quando ele trará numa, tacada só, 4345 passageiros.
Outra boa notícia pra quem ganha dinheiro com turismo em Porto Belo é que a operadora Pullmantur, que só botava os transatlânticos pra atracar em Itajaí, resolveu também ancorar por lá. Só o navio Zenith vai pintar em Porto Belo nove vezes e levar nada menos que 16.452 passageiros.
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Transatlânticos empregam cerca de 2,6 mil brasileiros
Levantamento da direção da associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar Brasil) é que, nesta temporada de cruzeiros, mais de 2,6 mil tripulantes brasileiros sejam contratados nos 12 navios estrangeiros que irão operar na costa tupiniquim. Se contarmos ainda os empregos gerados em escritórios, agências de viagem, receptivos e nas cidades onde os navios fazem escala, este número é quadruplicado, estima Ricardo Amaral, presidente da entidade.
Ainda pelo levantamento, o setor emprega, principalmente, jovens com idade entre 18 e 35 anos com o inglês na ponta da língua. Os salários pagos giram entre R$ 1,2 mil e R$ 2,7 mil. Os trampos são, na maioria, para as áreas de restaurante, bar, limpeza, recreação, fotografia, massoterapia (massagem em madane e ricaço empelhancados), manicure e cabeleireiros.
Pela legislação brazuca, 25% da tripulação de embarcações comerciais que operam na costa precisa ser, obrigatoriamente, composta de brasileiros.
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