Condições climáticas extremas e água fria são fatores importantes para a diminuição do calor do corpo humano que podem colocá-lo numa situação de risco. A perda da temperatura essencial para manter as funções vitais chama-se hipotermia, uma das maiores causas de morte no mar, segundo a organização voluntária francesa de salvamento no mar, Société Nationale de Sauvetage en Mer (SNSM).

O enfermeiro de voo do helicóptero Arcanjo 1, André Ricardo Moreira, que trabalha para a parceria corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e Samu (serviço Móvel de Urgência) Santa Catarina, explica o que acontece: “O corpo humano consegue funcionar adequadamente quando a temperatura está em torno de 36°C em pessoas adultas, porém, quando está abaixo, o que é considerado hipotermia, problemas graves podem ocorrer e até ocasionar a morte”, detalha.

Na água fria, a perda de calor do corpo é 25 vezes mais rápida do que no ar frio, segundo o departamento Minnesota Sea Grand, da universidade de Minnesota (EUA). Uma pessoa pode sobreviver até 45 minutos em águas com temperatura de 0.3°C, mas por volta de 15 minutos passa a ter chances de perder a consciência, no chamado período de exaustão.

No mar, onde a variação fica entre 15.6 e 21.1°C, já há riscos de hipotermia, embora para entrar em exaustão possa levar de duas a sete horas, e o tempo de sobrevivência aumente para o mínimo de duas e o máximo de 40 horas. Mas tudo depende de cada pessoa – peso, altura, idade e tolerância ao frio –, estado psicológico e equipamentos, como acessórios de flutuação e roupas adequadas.

O departamento gringo orienta, ainda, que o náufrago procure vestir um colete salva-vidas antes de cair na água, porque vesti-lo depois é quase impossível, e se apoiar em algum material flutuante, tentando deixar o corpo longe da água. E não recomenda que a vítima nade, a menos que esteja a cerca de 1,5 quilômetro da costa.

Como tratar

Primeiramente, é preciso brecar a perda de calor; depois, esquentar o acidentado e procurar ajuda médica o quanto antes, orienta o Minnesota Sea Grand. Massagens e movimentos bruscos são proibidos. A universidade avisa, também, que reanimações em casos de hipotermia devem ser feitas por pessoal treinado.