Mariângela Franco

A nona edição da Gororoba do JC serviu uma baita feijoada no sábado, na sede da Sociedade Recreativa e Cultural da Fazenda, na Praia Brava, em Itajaí. No entanto, o feijão e seus acompanhamentos foram apenas uma desculpa pra turma da política, bagrinhos e bagrões se encontrarem como se fossem todos de um mesmo partido.

Candidatos, pré-candidatos, ex-candidatos, gente que não manja nada de política e especialistas na difícil arte de representar os anseios do povo, todos pareciam se entender e estar felizes ao compartilhar com o colunista JC, do DIARINHO, o 11º aniversário da coluna que ele escreve “um dia sim, outro também” no jornal mais lido do sul do mundo.

Como não poderia faltar, o deputado federal e presidente estadual do PP, Esperidião Amin, vestiu a camiseta do encontro e orgulhou-se de nunca ter faltado ao rango do colunista. Liso, o careca fugia dos assuntos sérios e brincava com todos. O também deputado federal e presidente estadual do PSB, Paulinho Bornhausen, ao contrário, quis falar da indiferença

do governo federal aos problemas da região, principalmente por ter ignorado Santa Catarina no programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária, que teria garantido a grana para a dragagem do rio Itajaí-açu. “Se depender do governo federal, estamos... e mal pagos”, deixou escapar.

O prefeito Jandir Bellini (PP) foi um dos primeiros a chegar, contrariando as expectativas das bocas-de-matilde que palpitavam o contrário. Meio arisco, Bellini preferiu traçar um horizonte de muito trabalho pra recuperar o município, principalmente nas áreas da saúde e da educação. De Balneário Camboriú, o vice-prefeito Cláudio Dalvesco (PR) representou a prefa.

Outros prefeitos das cidades vizinhas fizeram questão de prestigiar a comilança: Bob Carlos (PSDB) de Navega, Ana Paula da Silva (PDT) de Bombinhas, e Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB) de Penha se dividiam para bater papo e cumprimentar os presentes – pareciam em plena campanha.

Nikolas e Fabrício "no jogo"

A eleição para prefeito só rola no ano que vem, mas as pré-candidaturas e arranjos já estão sendo alinhavados e costurados desde já. Numa disputa bem-humorada, o ex-deputado estadual Nikolas Reis (PDT) e o deputado federal Fabrício Oliveira (PSB) apontavam um para o outro como candidatos em 2016, respectivamente em Itajaí e Balneário. “Estamos no jogo”, garantiu Nikolas, afirmando que tem firmes intenções de disputar o cargo de prefeito peixeiro.

Fabrício também pretende concorrer nas eleições futuras, mas preferiu focar seu trabalho na Câmara, em Brasília, no combate à corrupção e na proposta de emenda à Constituição. O projeto que ele encaminhou na semana passada propõe o fim da prescrição para os atos ilícitos de improbidade administrativa, que hoje caducam em cinco anos.

Muita gente ficou esperando que o deputado estadual Volnei Morastoni (PMDB, agora) aparecesse, mas quem representou a família foi o filho, vereador Thiago Morastoni, que desconversou sobre sua intenção de concorrer à prefeitura de Itajaí e também sobre a filiação ao PMDB, acompanhando a mudança do pai. “É cedo para falar em candidatura; antes temos que definir se e quando vamos para o PMDB”, declarou. No mesmo dia, entretanto, já circulava convite do PMDB estadual confirmando que Thiago também vai de muda pro 15.

Beto Graf de olho em Volnei; Pavanzinho e Carlos Humberto na disputa

Mais um pré-candidato a prefeito por Itajaí, o novato Beto Graf (PMDB) sempre se recusou a participar de eleições, apesar de ter sido convidado várias vezes. Desta vez, aceitou entrar no que ele chama de “jogo democrático”, consciente que tudo pode mudar, no mês que vem, quando o partido elege o novo diretório municipal. “Se o atual vencer, eu concorro; se perder, entra outro candidato”, ponderou. Esse “outro” de quem ele fala é Volnei Morastoni, que ainda nem chegou direito ao partido e, nas palavras de Beto Graf, já tá sinalizando como quer que as coisas sejam, sem discutir com o grupo.

Por Balneário Camboriú, Carlos Humberto Silva (PR) confirmou a firme disposição para disputar pela primeira vez na vida um cargo político: o de prefeito. Mas foi cauteloso ao lembrar que as convenções só acontecem em abril de 2016, e até lá muita coisa pode acontecer.

Junior Pavan (PSDB) afirmou com absoluta convicção que vai concorrer ao cargo, enquanto Auri Pavoni declarou, com igual certeza, que vai cuidar da sua vida particular. “Nem tenho filiação, estou muito decepcionado com as coisas que têm acontecido”, desabafou.

Que venha a próxima Gororoba do JC no ano que vem. O socadinho prometeu que vai ser o segundo maior evento do ano, porque o primeiro serão as eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores. No balanço da festa, o baixinho fofoqueiro tava feliz da vida com o clima de camaradagem entre as mais de mil pessoas que participaram. “Se a Gororoba fosse uma coligação, seria a maior de todas”, discursou, e repetiu o que gosta de dizer: que o lema da coluna é disseminar a discórdia para o bem da coletividade.