O terminal de ônibus urbano de Cordeiros foi inaugurado com a promessa de facilitar a integração do transporte público de Itajaí. O sistema permite que o povão circule pagando apenas uma passagem, desde que as trocas de busão rolem dentro dos três terminais: Fazenda, Cordeiros e Ressacada. Apesar da boa notícia, o novo terminal ainda é apenas de passagem e não tem ônibus que partem de lá. Além disso, o número de ônibus e linhas continua o mesmo, transformando o terminal, segundo alguns usuários, em um ponto de ônibus de luxo.

O gerente da Coletivo Itajaí, Marco Littig, defende que o novo terminal abre grandes possibilidades para os usuários. “Pra começar, há a integração e o usuário que sair em qualquer um dos terminais poderá pegar outro ônibus sem pagar outra passagem. Segundo, aumenta as possibilidades de transporte. Agora, uma pessoa do Santa Regina pode ir ao São Vicente tranquilamente”, explica.

No terminal de Cordeiros, muitos usuários não se entusiasmaram com a nova parada. “Estou desconfiada. Pra mim só ficou mais confortável. Temos uma sombra maior, mas não aumentou o número de ônibus, nem o número de linhas que passam por aqui. Eu moro no São Vicente e fico mais de meia hora esperando o ônibus”, comenta a auxiliar de produção, Fátima da Silva.

Apesar da reclamação, a usuária tem esperança de melhora. “Tomara que aumentem as linhas para que eu possa chegar a minha casa mais cedo, porque agora é um ponto com uma sombra maior”, desabafa.

Para a esteticista Jessica Felizari, que estava pela primeira vez no terminal, os locais onde esperar o ônibus ainda estão confusos. “Estou perdida. Achava que todos os ônibus iam para o centro”, expôs. A jovem se confundiu e acabou pegando o ônibus errado, voltando ao terminal minutos depois. Pra um funcionário da Coletivo, que não quis se identificar, o que falta é leitura. “Os usuários não leem. É só você olhar pra cima e ler as placas”, carca. PA n

Povão tem que fazer conta pra não perder o buso

Usuários do terminal de Cordeiros precisam da matemática pra não perder o latão. Como o Cordeiros é um terminal de passagem, o povão precisa usar como referência o horário que o ônibus sai do terminal da Fazenda. Segundo Marco, da Fazenda até o Cordeiros o buso demora cerca de 15 minutos, se não tiver trânsito.

Pra Marco, a falta de um corredor de ônibus piora a situação. “Estamos reivindicando uma pista apenas para os ônibus. Pelos menos na Sete de Setembro, Irineu Bornhausen, Silva, Heitor Liberato e Estefano José Vanolli. Assim teríamos como chegar no horário de uma maneira mais precisa”, fala.

O futuro do terminal é incerto. Segundo Marco, a Coletivo vai levar sugestões pra próxima reunião do conselho Municipal de Transporte. Segundo César Pereira, presidente do Conselho, até o momento existem poucas informações.

“Como ficou ativo agora, ainda não recebemos informações sobre o terminal. Nós só avaliamos e damos aval. Quando chegarem informações sobre linhas e horários, vamos discutir com a população para saber qual são as linhas que eles necessitam”, explica.