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Por conta do mau estado de conservação, a Univali decidiu retomar o prédio.

Por conta do mau estado de conservação, a Univali decidiu retomar o prédio.

Denúncias que chegam ao DIARINHO apontam lixo acumulado na área externa, fiação solta, paredes detonadas e telhado destruído.

O chefe do escritório do Ibama em Itajaí, Danilo Cohen, não autorizou a reportagem a filmar a situação, mas o DIARINHO está divulgando o vídeo que circula na internet. As imagens mostram funcionários com um guarda-chuva na mão e com os pés molhados na sala inundada por goteiras.

Um dos funcionários revelou que a última reforma que a casa recebeu foi em 1998. Depois disso, nunca mais foi feita qualquer manutenção. O telhado está todo esburacado e os cupins comeram o madeirame. A condição de insalubridade já foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho, mas nada mudou. Ele aguarda que o Ibama providencie com urgência um novo local de trabalho, independentemente das decisões que serão tomadas a respeito da posse do prédio da Univali.

A defesa Civil nega que tenha interditado a casa do Ibama. O coordenador, Everlei Pereira, diz que rolou apenas uma recomendação para que os responsáveis providenciassem a manutenção das instalações. “Se acontecer alguma coisa, todos (Univali, a dona do imóvel, e Ibama) serão responsabilizados; ninguém vai poder alegar desconhecimento”, afirma.

A defesa Civil deve voltar nos próximos dias para conferir se foi providenciada a limpeza da parte externa, especialmente nesses dias de proliferação de mosquito da dengue.

Univali quer o prédio

O procurador jurídico da Univali, Vilson Sandrini Jr., confirma que recebeu o auto de constatação emitido pela defesa Civil. Ele confirma que o imóvel é da universidade, que o cedeu através de um contrato de comodato (empréstimo) ao órgão federal desde 1977.

A partir da bronca da defesa civil, sabedor das responsabilidades sobre as questões de risco ao público e aos próprios funcionários, o conselho da fundação Univali optou por retomar a posse do prédio.

O prazo de 60 dias para desocupação vence agora em maio.

“Aquele que receber o empréstimo deve manter a coisa como se fosse sua e isto está no contrato; fomos surpreendidos pelo estado de degradação do imóvel”, disse Sandrini. O laudo da defesa civil ainda comprovou o abandono de objetos apreendidos e largados ao relento, nos fundos da casa.

O conselho, formado por representantes da Univali e das comunidades onde a universidade opera, considerou o caráter emergencial da situação e optou por não assumir os riscos de um eventual desastre.

“Infelizmente, eles não podem utilizar o edifício, nem nós”, considera o procurador. Por enquanto, considerando o estado da estrutura, Sandrini prefere não se manifestar sobre usos futuros das instalações.

O pedido informal de renovação do contrato de comodato foi negado. A resolução do conselho vai ser assinada nesta quinta-feira, 23, e a superintendência do Ibama em Florianópolis será comunicada imediatamente. O DIARINHO não conseguiu falar com o superintendente do órgão federal no estado.