O servente de pedreiro José Augusto Corrêa, 21 anos, e a esposa Carolaine de Moraes Alves, 19, estão presos desde dezembro e são acusados pelo crime. Apesar do corpo da garota não ter sido encontrado, a divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú não tem dúvidas de que eles mataram a adolescente.
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No dia 5 de julho do ano passado, Mirian saiu de casa, no bairro Tabuleiro, em Camboriú, e desapareceu. A mãe, Valdeci Guimarães Oliveira da Silva, 46, divulgou o sumiço da menor. Como havia suspeita de crime, a DIC assumiu as investigações do caso.
Através de testemunhas, a polícia descobriu que a adolescente estava tendo um relacionamento com um homem casado. José e Mirian até tinham um grau de parentesco distante. O tio dele era casado com a tia dela.
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O delegado Osnei Valdir de Oliveira pediu a quebra de sigilo telefônico do cara e descobriu que José marcou um encontro com a garota no dia do sumiço.
José fez a adolescente acreditar que eles fugiriam pra Caçador, onde cuidariam do filho que ela esperava. Estou indo ali ser feliz, disse Mirian aos irmãos antes de fugir de casa. Ela acreditou que ele iria assumir tanto o relacionamento quanto a paternidade, explicou o delegado.
O assassino teria, na verdade, armado a emboscada para matar a adolescente. Mirian foi levada no carro do cara até a área rural de Camboriú e estrangulada até a morte. A polícia ainda não sabe onde José escondeu o corpo da adolescente.
O delegado Osnei conseguiu autorização da justiça pra prender José e Carolaine por 30 dias. Ele foi preso no dia 1º de dezembro e a mulher no dia 19 do mesmo mês.
Prisão preventiva
As duas prisões temporárias foram revertidas em prisões preventivas aquela por tempo indeterminado e ambos continuam atrás das grades. José está no presídio da Canhanduba e Carolaine no presídio do Matadouro.
O casal não quis falar no depoimento prestado à polícia. Eles vão responder por feminicídio, aborto e ocultação de cadáver. Os três crimes podem render mais de 20 anos de cadeia para cada um. Os dois não tinham passagem pela polícia até então. José e Carolaine têm um filho pequeno.
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Acusada estava ameaçando a menina
O delegado Osnei não tem dúvidas de que foi José, a mando de Carolaine, quem matou e escondeu o corpo de Mirian. A mulher de José não aceitava a gravidez da adolescente. A menina, inclusive, já vinha sendo ameaçada pela esposa de José há cerca de duas semanas antes do desaparecimento.
Além do encontro marcado por José no dia do sumiço de Mirian, outros indícios levaram a DIC a concluir que o casal matou a adolescente. Uma das evidências foi o sangue encontrado no carro de José. O luminol, substância química usada pela perícia, confirmou sangue no carro. O material ainda tá sendo analisado pra confirmar se era de Mirian.
José faltou ao trabalho no dia do crime. Dois dias após o desaparecimento de Mirian, a mãe da garota recebeu uma ligação supostamente de um namoradinho da filha, dizendo que eles estavam em Blumenau.
A polícia conseguiu descobrir que a ligação partiu do telefone do trabalho de José, que tentou despistar o rumo das investigações. Essa soma de indícios nos permitiram concluir que eles mataram a Mirian, continua Osnei.
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A DIC vai continuar fazendo buscas pelo corpo.
Vida marcada pela tragédia
Mirian tinha nove irmãos. Apesar de ter apenas 15 anos, teve a curta vida marcada pela violência e pelo abandono. A menina sofreu abusos desde pequena. Aos sete anos, foi abusada sexualmente pelo pai. Ele ficou preso cinco anos, mas depois de solto voltou a estuprar a menor outras vezes. Aí o cara foi preso novamente. O novo marido da mãe de Miriam, padrastro da menor, também violentou a menina. Ele chegou a ser denunciado, mas está foragido da justiça e ainda não pagou pelo que fez.