Casal de pastores deixa comando da Bola de Neve após denúncias
Pastor Natanael Nunes postou uma mensagem no Insta sobre a decisão; igreja também tem crise no comando nacional
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Anúncio vem após acusações de fraude e desvio de dinheiro em atividades da igreja
(Foto: Instagram/Divulgação)
O pastor Natanael Nunes, líder da igreja evangélica Bola de Neve em Balneário Camboriú, anunciou na quarta-feira que ele e a esposa, Ana Lúcia Paixão, se desligaram do comando. A decisão vem após as denúncias de fraudes e desvio de dinheiro envolvendo atividades da igreja e projetos sociais que repercutiram nacionalmente no final de maio.
“Vinte anos atrás dissemos sim para o chamado que o Senhor tem para as nossas vidas. Nessa caminhada criamos e vivemos muitas histórias maravilhosas, fizemos amizades eternas, vivemos ...
“Vinte anos atrás dissemos sim para o chamado que o Senhor tem para as nossas vidas. Nessa caminhada criamos e vivemos muitas histórias maravilhosas, fizemos amizades eternas, vivemos de forma intensa o ministério. Cuidamos da Igreja do Senhor com muito amor, zelo e dedicação e assim pretendemos continuar”, postou no Instagram.
“Movidos por um direcionamento do Senhor para um novo tempo em nossa família, comunicamos nosso desligamento do Ministério Bola De Neve. Somos gratos a todos que passaram pela nossa história nesses 20 anos. Não foi uma decisão fácil, peço que orem pela nossa família. Cremos que o Senhor é nossa força e com Ele vamos conseguir reconstruir a nossa história”, diz a despedida.
Na quarta-feira, um dos dias de culto na congregação, já não houve encontro. O cancelamento, anunciado nas redes sociais, teria partido de decisão do pastor Natanael. A medida, agora seguida da saída do pastor, deixa em aberto o futuro da igreja em BC. Ainda não há informações sobre quem deve assumir o comando da igreja, da qual o pré-candidato a prefeito pelo PL, Peeter Lee Grando, é pastor auxiliar.
As denúncias contra a liderança da igreja foram feitas por um ex-membro. Houve acusações contra o Instituto para Empreendedoras (Ipê), que estaria ligado à ONG Casa das Anas, que atende mulheres vítimas de violência doméstica. Doações para o instituto, que deveriam ir pra ações sociais da igreja, teriam sido usadas para abrir um salão de beleza da filha dos pastores.
Os pastores também teriam se beneficiado indevidamente do trabalho na Casa da Anas, usando as cozinheiras do projeto pra preparar o almoço deles todos os dias, inclusive com preparo especial em relação às marmitas para as mulheres acolhidas na instituição. O casal ainda foi acusado de ficar com os lucros da cantina e lojinha da igreja tocadas por voluntários.
No dia 22 de maio, o casal assinou uma nota rebatendo as acusações. O esclarecimento diz que o instituto Ipê, apesar de formalizado, não era da igreja e nem chegou a “acontecer” por falta de recursos, havendo apenas ações sociais pontuais. Os pastores explicaram que deram seus nomes para viabilizar as atividades, mas nada do que foi doado pertenceu a eles. O mesmo teria ocorrido com a lojinha e a cantina da igreja.
Investigação no MP
As denúncias envolvendo a igreja são investigadas pelo Ministério Público. O promotor Jean Michel Forest, da 9ª promotoria de BC, abriu uma Notícia de Fato, procedimento preliminar de apuração, em 22 de maio.
No alvo estão eventuais irregularidades na gestão e aplicação de recursos públicos recebidos do município pela organização Árvores da Vida, mantenedora da Casa da Anas, e pelo instituto Ipê.
As partes foram oficiadas pra prestar esclarecimentos e o processo ainda está em andamento, podendo evoluir para um inquérito civil público. A investigação leva em conta suspeita de possível desvio de recursos públicos para as entidades.
No caso da Casa das Anas, a instituição tem contrato de R$ 1,1 milhão com a prefeitura pra 2024. Ainda em maio, a entidade afirmou que não tem ligação com a igreja, o instituto ou outras instituições.
Bola de Neve em crise no Brasil
A crise na igreja Bola de Neve não é só em Balneário Camboriú. Nesta semana, o Conselho Deliberativo do ministério decidiu afastar o fundador da igreja, Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como apóstolo Rina, da liderança do ministério. A decisão vem após a esposa de Rina, Denise Seixas, conseguir uma medida protetiva contra o marido, denunciado por violência doméstica.
O pastor está proibido de se aproximar da esposa. Ele é acusado de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação. Rina nega as acusações e espera pela apuração do caso pela Polícia Civil e Ministério Público. A denúncia contra o pastor veio após Nathan Gouveia, filho de um relacionamento anterior de Denise, vazar vídeo de uma discussão do casal.
Em nota oficial, a igreja explica que o afastamento do pastor, que chegou a deixar o cargo após a repercussão das denúncias mas tinha retornado às pregações, é pra que ele se dedique a esclarecer os fatos e possa restabelecer a saúde e a relação com a família.
A partir de agora, a responsabilidade pelo ministério ficará por conta do Conselho Deliberativo da igreja, que pediu perdão por “falhas”.
Que derreta! Assim como toda a baboseira que envolve essa coisa toda.
lusega ••••••••
13/06/2024 22:36
Que derreta! Assim como toda a baboseira que envolve essa coisa toda.
Luciano Kneip Zucchi
13/06/2024 16:41
Destino inexorável de toda bola de neve, ''Derreter'', nestes tempos rápidos, e de mudanças climáticas, elas derreterão mais rápido ainda. Só tenho pena daquelas lá do ártico, farão falta aos ursos polares e outros animais. Já essa ''fake'', aqui no Brasil, realmente espero que o derretimento seja célere, para o bem dos adeptos.
Prof. Dr. Luciano Zucchi.
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