FUNDO DO MAR

Turismo de naufrágio atrai visitantes para cemitério de navios

Novidade ainda não foi regulamentada

SC teve 79 naufrágios históricos  (Foto: ICMBIO)
SC teve 79 naufrágios históricos (Foto: ICMBIO)
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria
miniatura galeria

Santa Catarina tem mais de 200 embarcações naufragadas na costa, com apenas a metade com localização mapeada pela Marinha do Brasil. Desde 2011, o órgão faz um levantamento do patrimônio cultural subaquático pra definir políticas de gestão.

Continua depois da publicidade

As descobertas estimulam projetos de turismo, além de afundamentos artificiais pra formar recifes e promover mergulhos, pesquisa e exploração sustentável.

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

As descobertas estimulam projetos de turismo, além de afundamentos artificiais pra formar recifes e promover mergulhos, pesquisa e exploração sustentável.

Continua depois da publicidade

As atividades turísticas carecem de regulamentação e as pesquisas são feitas se houver autorização. A fiscalização, proteção e controle compete à Marinha do Brasil. De acordo com o Atlas dos Naufrágios de Interesse Histórico da Costa do Brasil, até 2022 foram mapeados 79 naufrágios históricos em Santa Catarina.

A maior parte está no litoral sul, entre Floripa e Laguna. Na costa de Itajaí são 13 registros. Também há casos em Balneário Piçarras, Barra Velha e Bombinhas. Até 2018, foram levantados 234 naufrágios no estado e mais de 2 mil no país. Em Florianópolis, o projeto do Museu do Naufrágio ajudou a resgatar a história das ocorrências.

Continua depois da publicidade

Em Itajaí, os casos mapeados se concentram na costa de Cabeçudas e na entrada do canal portuário. Um dos acidentes famosos foi o do navio mercante Pallas, que foi usado durante a Revolta da Armada. A embarcação naufragou há 130 anos, após bater em rochas na barra do rio Itajaí-açu. Destroços foram encontrados em 2018.

Entre Laguna e Jaguaruna, a região é considerada um “cemitério de navios”. As pesquisas indicam 72 naufrágios na área, 27 deles mapeados pela Marinha. A concentração de acidentes está ligada às condições do mar e à conhecida “laje de Jaguaruna”, uma montanha de pedra sob as águas que provoca ondas gigantes. O local é próximo da costa e algumas embarcações acidentadas foram parar nas praias.

Em Bombinhas, a ilha do Macuco foi cenário para o naufrágio do navio Orion, em 1915, quando estava a caminho do porto de Itajaí. Os destroços foram explorados por mergulhadores nos últimos anos. Em Barra Velha, o Cruzeiro dos Náufragos, na Praia Central, marca o acidente do vapor Pedro II, atingido por uma tormenta em 1865. O navio levava combatentes da Guerra do Paraguai, que foram socorridos pela população local. 

Preocupações ambientais

O curador do Museu Oceanográfico da Univali, professor Jules Soto, explica que há diferenças entre os naufrágios artificiais, que envolvem o afundamento de cascos pra promoção de mergulho, e o turismo de naufrágios decorrentes de acidentes marítimos. Os naufrágios provocados são considerados recifes artificiais e têm impasses ligados à legislação.

“A autorização para provocar um naufrágio na Marinha é bastante complexa. Tem que constar em carta náutica e tem uma série de questões que inviabiliza algumas coisas, como, por exemplo, a pesca, por causa dos arrastos, redes de emalhe que podem prender nesses cascos”, observa.

A profundidade que ele vai ficar e o tipo de materiais que a estrutura pode soltar ao longo dos anos também estão entre as demandas. “E tem a questão ambiental, que é a preparação do casco para poder ser submergido. É bastante caro, tem que tirar todos os componentes poluentes, e o tanque [de combustível] tem que ser totalmente lavado, o que é caríssimo hoje em dia”, observa.

Continua depois da publicidade

Mas já há barcos que são feitos para ser afundados. “Eles já são construídos para isso, com chapas mais finas, com câmaras e galerias já pensadas para o mergulho. E, às vezes, isso é mais barato e dá um melhor efeito”, comenta. Quanto aos impactos ambientais, o professor informa que todo naufrágio provoca mudanças na vida marinha.

“Se é num fundo de areia, passam a existir, com o passar dos anos, espécies de recife, que passam a utilizar essa estrutura como se fosse um costão rochoso. Tem uma mudança da fauna naquele local”, diz. “Em termos de turismo de mergulho, é muito interessante, desde que seja muito bem pensado o local e o que as pessoas procuram, o que elas vão querer ver”, ressalta.

Incremento ao turismo

O secretário estadual de Turismo, Evandro Neiva, destaca que Santa Catarina, com um litoral extenso, tem espaços que poderiam receber a implantação de atividades do turismo de naufrágio.

“Isso é muito importante, sim, pro turismo, porque você começa a criar um novo roteiro. E essas experiências são importantes, tanto pro pessoal que faz isso com regularidade, mas também como uma proposta nova de experiência aqui no litoral”, avalia.

Continua depois da publicidade

Evandro informa que a secretaria acompanha estudos e o projeto pra regulamentação das atividades, além de ter conversas com técnicos sobre a visitação nas profundezas, que estaria cada vez mais perto de acontecer.




Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

WhatsAPP DIARINHO

Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.118

TV DIARINHO


🩺🔄 MUDANÇA À VISTA! A gestão do hospital Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú, passará do município para ...





Especiais

Mendonça relativiza combate a mentiras e propõe autorregulação das redes sociais

REDES SOCIAIS EM PAUTA

Mendonça relativiza combate a mentiras e propõe autorregulação das redes sociais

Comando Vermelho usa o WhatsApp para vender de tudo

Armas, drogas, carros e macacos

Comando Vermelho usa o WhatsApp para vender de tudo

Reconhecimento facial racista: prisão virou mercadoria para empresas, diz pesquisador

TECNOLOGIA

Reconhecimento facial racista: prisão virou mercadoria para empresas, diz pesquisador

Prefeitura barrou atuação de coletivos na Cracolândia dias antes de região ser esvaziada

SÃO PAULO

Prefeitura barrou atuação de coletivos na Cracolândia dias antes de região ser esvaziada

“Ao menos 50 crianças”: as acusações de estupro contra Padre Bernardino dos Santos

IGREJA CATÓLICA

“Ao menos 50 crianças”: as acusações de estupro contra Padre Bernardino dos Santos



Blogs

A ozonioterapia medicinal para tratamento da saúde

Espaço Saúde

A ozonioterapia medicinal para tratamento da saúde

Empresa Federal

Blog do JC

Empresa Federal



Diz aí

Senador Jorge Seif participa do “Diz aí!” desta segunda-feira

AO VIVO

Senador Jorge Seif participa do “Diz aí!” desta segunda-feira

"A ideia é que o parque também tenha acesso pela Praia Brava”

Diz aí, Maria Heloisa!

"A ideia é que o parque também tenha acesso pela Praia Brava”

Diretora do Inis participa do “Diz aí!” no DIARINHO

AO VIVO

Diretora do Inis participa do “Diz aí!” no DIARINHO

“O online não vai superar nunca o físico. A gente é de relação. A relação humana está sempre acima de tudo”

Diz aí, Michael Domingues!

“O online não vai superar nunca o físico. A gente é de relação. A relação humana está sempre acima de tudo”

Superintendente do Itajaí Shopping é o convidado do “Diz aí” desta quarta-feira

ENTREVISTA AO VIVO

Superintendente do Itajaí Shopping é o convidado do “Diz aí” desta quarta-feira



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.