entrevista
Aquiles da Costa encerra seu mandato frente à Amfri com novo ritmo
Ele falou sobre seu registro de candidatura à Federação Catarinense dos Municípios
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

O prefeito de Penha, Aquiles da Costa (MDB), encerra o seu mandato como presidente da Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (Amfri) nesta terça-feira, 28 de fevereiro. Nesta entrevista ele fala sobre os principais desafios que enfrentou e faz um balanço da sua gestão.
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O seu mandato frente à Amfri termina agora. Qual o legado que o senhor deixa para a associação?
Aquiles: Eu saio muito feliz, com sentimento de dever cumprido. O nosso propósito desde o início, que era aproximar mais a Amfri dos municípios, dos prefeitos, a gente conseguiu concluir com sucesso, além de ampliar o leque de serviço nos grandes gargalos que os prefeitos têm no dia a dia. Havia um grande gargalo na área de engenharia. A gente conseguiu ampliar o trabalho, conseguiu produzir mais projetos. E o foco maior nosso, óbvio, que é voltado para questão do crescimento sustentável, econômico, à mobilidade. A gente conseguiu provocar a economia que precisava, conseguimos ampliar os serviços e acho que é isso que a Amfri precisa fazer e tenho certeza que o Paulinho vai dar continuidade.
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Funcionários e pessoas ligadas à Amfri citam o senhor como um gestor que participou ativamente da associação. Por que não existe reeleição na Amfri?
Aquiles: É acordo, e acordo é feito para ser cumprido. E eu vejo assim, um mandato compreende um período de quatro anos. Então se a gente tiver um presidente a cada quatro anos, não tem alternância de poder. Acho que dá oportunidade para que pelo menos quatro prefeitos possam dar o seu melhor, porque cada um tem uma personalidade, cada um tem uma maneira, visão. E cada um pode contribuir de alguma forma para a Amfri. São 11 municípios, então mesmo quem se reelege no município, com oito anos, às vezes não consegue atingir a presidência da Amfri. Então se alguém se reelege na associação acaba tirando o espaço de outra pessoa que também poderia estar contribuindo.
O senhor implantou a comissão legislativa, chamando os vereadores para participar da Amfri, especificamente no caso do plano de mobilidade que pode revolucionar nossa região. Qual a importância deste ato?
Aquiles: Eu já fui parlamentar, já fui vereador e sei que o parlamento é onde tá mais latente o anseio da comunidade. Então, o vereador tem essa prerrogativa de conduzir esse sentimento. Eu acho que se aproximar do legislativo significa se aproximar da sociedade. Então é importante construir a várias mãos. Um projeto como o Promobis não pode ser um projeto isolado, entre quatro paredes. É uma inversão de pauta. Pegar o projeto e levar para a câmara. Não, peraí. Vamos trazer os vereadores para participar do projeto. O sentimento é de pertencimento, participar do processo, e acho que isso faz toda diferença.
O túnel ligando Itajaí e Navegantes vai virar realidade algum dia? O governo do estado será chamado a ajudar?
Aquiles: Não há que se falar em Promobis se não falar no túnel. Até aqui o governo do estado não participou do processo. Apesar de ter interesse, a gente já viu publicação de que o governador tem interesse e espero que ele cumpra. Se ele participar, o custo para os municípios, para as prefeituras, diminui. Mas eu não tenho dúvida nenhuma que, com ou sem a participação do estado, esse projeto, da maneira que ele foi concebido e da maneira que tecnicamente ele foi desenvolvido, aprovado por comissões técnicas, a Univali que foi uma ferramenta muito importante da estruturação dessa PPP, Banco Mundial participando ativamente, temos certeza absoluta que o projeto se mantém de pé. Com todas as prefeituras dando sinal verde para a gente seguir, junto com os vereadores. Aprovar o projeto, aprovar o financiamento, arrumar o concessionário, dar ordem de serviço para ele iniciar. Então a resposta é sim, eu acredito que vai ter o túnel.
O senhor entrou com uma ação na justiça cobrando melhorias da Arteris e da ANTT para o gargalo da BR 101 na região de Piçarras a Balneário Camboriú. Qual a expectativa de melhoria para esse trecho?
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Aquiles: O que nós fizemos foi cobrar da ANTT que ela dê a autorização para que a Autopista Litoral Sul possa executar as obras. A concessionária tem um gatilho previsto no contrato para sempre que houver um trecho da rodovia colapsado, que é o nosso caso. No horário de pico a gente tem uma velocidade média de 10 km/h. Isso significa dizer que a BR entrou em colapso. Ela trava totalmente. Então quando isso acontece, é uma obrigação de fazer, da companhia, prevista em cláusula contratual, de apresentar uma solução. A solução para esse problema específico é a construção de marginais desde Penha até Balneário Camboriú, incluindo viadutos e pontes, de maneira que a gente possa transitar de Penha a Itajaí ou a Balneário sem a necessidade de pegar a rodovia. Só pela marginal. Esses investimentos chegam a R$ 500 milhões. A concessionária já apresentou os projetos para a ANTT e a ANTT não liberou. Então a nossa ação é para que a ANTT tome a decisão através da Justiça Federal.
E o InovAmfri quando inicia os trabalhos?
Aquiles: A gente participou do lançamento do Elume, que está sendo muito bem pensado. Achei muito importante essa pegada da prefeitura de Itajaí, enfim, do governo Volnei Morastoni. A gente tem um cenário regional com várias universidades. Então a ideia de trazer esse centro de inovação e se colocar de uma maneira regional partiu da prefeitura de Itajaí. Vamos fazer um centro só. Esse centro não é de Itajaí, esse centro é regional, esse centro é da Amfri.