Fim de uma era

Padaria da 7 de Setembro fecha as portas após 64 anos

Texto de despedida deu o adeus à padaria que teve fama de fazer o melhor pão de Itajaí

Texto colado na parede da panificadora dá o recado de adeus aos clientes e amigos
(Foto: Franciele Marcon)
Texto colado na parede da panificadora dá o recado de adeus aos clientes e amigos (Foto: Franciele Marcon)
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“M e aposentei! Como a vida é feita de ciclos que encerram e começam novos caminhos, assim encerramos nossas atividades da Padaria 7. Foram 60 anos de história e somos gratos a todos os funcionários que aqui passaram, amigos e clientes. Muito obrigada. Vera e filhos!”. A frase num cartaz se destaca na parede da Panificadora Sete, na movimentada avenida Sete de Setembro, onde passam todas as linhas de ônibus de Itajaí.

O anúncio foi elaborado pela proprietária Vera Lúcia dos Santos, 65 anos, que passou da infância à terceira idade comandando o caixa do comércio familiar. A padaria foi fundada pelos pais de Vera. O ano era 1958. Sebastião João do Santos, o Tião, fundador do clube Fazenda, que faleceu em um acidente de carro em 1987, e a mãe Osvaldina Nascimento Santos, 90 anos, a dona Wanda, idealizaram o comércio.

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Rafael Seara, filho de Vera, conta que os avós vieram de Paulo Lopes e, ao lado dos irmãos, iniciaram a rede de panificadoras Santa Catarina, que depois se transformou em diversas outras padarias em Itajaí. “Em 1958, meu avô, já casado, abriu a Bel Panificadora. Na década de 70, ele já tinha duas padarias, a da Sete e a padaria Glória, bem próximo da atual Dan Jean”, conta.

Vera sempre trabalhou ao lado dos pais no comércio e resolveu comprar e assumir o negócio. “Todos os filhos da minha mãe nasceram dentro da padaria, mas só minha mãe deu continuidade ao negócio da família. A vida dela foi a padaria da 7”, conta Rafael.

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A decisão de fechar as portas foi difícil, mas planejada. “Nos últimos anos era a distração. O patrimônio que ela tem está bom, mas a padaria era também uma distração. Mas, por mais que fosse a vida da mãe, era também um trabalho bastante cansativo”, narra Rafael, lembrando que ele e os irmãos seguiram caminhos diferentes da panificação.

O irmão mais velho de Rafael é piloto de helicóptero há 25 anos. Rafael é advogado, a irmã é veterinária e a caçula trabalha com comércio exterior. Com a decisão de fechamento, o último dia de maio foi a data escolhida para o fechamento definitivo das portas pantográficas do comércio. “Foram quatro gerações da nossa família, de funcionários e de clientes que conviveram conosco. Clientes que se mantiveram fiéis. Não é só a nossa história, mas a história de muitas famílias”, resume Rafael.

Vera comandava o caixa da padaria

 

Pão e massinhas famosos

Tião fundou a padaria que, anos depois, foi comprada pela filha Vera

Clientes como a jornalista Jackie Rosa, que há mais de 20 anos frequentava a panificadora, sentiram o fechamento. “Gostava de tomar café da manhã. A massinha de farofa era a melhor do mundo. Gostava, também, dos bolinhos que levava para os amigos. E e eu dizia: ´eu que fiz´. Ninguém acreditava (risos),  então eu dizia que era, na verdade, da Sete”, relembra, Jackie.

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Já Rafael conta que todos os prefeitos eleitos de Itajaí foram clientes do pão francês da Sete. “Desde o Dadinho [Canziani] em diante, todo prefeito que se elegeu em Itajaí foi nosso cliente. A mãe sempre brincava: se não fosse freguês da padaria, não ia ganhar eleição, porque nunca comprou o pão da Sete”,  relembra Rafael.

A família não pretende vender o imóvel localizado em uma das principais avenidas de Itajaí, bem em frente ao terminal urbano. A ideia é alugar o ponto comercial para quem quiser explorar um novo comércio.






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