A ONG Frente de Ação Pelos Direitos Animais (Frada) denunciou através das redes sociais a ação de uma empreiteira em Barra Velha que teria demolido uma casa sem retirar uma ninhada de gatos que morava no local. A operação, segundo a ONG, matou alguns filhotes. 

A casa foi demolida na tarde de quarta-feira passada por uma empreiteira. Segundo a Frada, vários gatos conseguiram escapar, mas alguns ainda estavam sob o assoalho do imóvel.

A casa na rua Mato Grosso não tinha mais moradores humanos, mas foi tomada por gatos de rua, que ali tinham suas ninhadas. Os bichinhos eram alimentados pela própria comunidade.

Antes da demolição, a ONG havia entrado em contato com a prefeitura e o próprio prefeito Douglas Elias da Costa (PL) teria solicitado que a empresa não realizasse a ação sem antes passar pela Fundação do Meio Ambiente de Barra Velha (Fundema). A empresa não teria respeitado o pedido do próprio prefeito.

A entidade diz que até mesmo a primeira-dama de Barra Velha, Karla Chris da Costa, esteve na casa a fim de assegurar a proteção aos animais. Karla é ativista da proteção animal e tem trabalho reconhecido na cidade.

“Até agora não conseguimos entender a pressa de derrubar o imóvel, já que o prefeito de Barra Velha pediu para esperar a retirada dos animais”, acusa a ONG. A entidade suspeita que gatas fêmeas, mães dos filhotes, também tenham sido soterradas, na tentativa de protegê-los.

A Frada informou que registrou um boletim de ocorrência e encaminhará a denúncia ao Ministério Público. O assunto ganhou as redes sociais, com diversas manifestações contra a ação da empresa.

Empresa fala em calúnia

A empresa responsável pela demolição se posicionou, também pelas redes sociais. Alegou que a acusação da entidade se trata de “calúnia e difamação”.

Segundo S. de A., responsável por duas empresas atuantes na demolição, a retirada do imóvel começou no dia 16, foi gradual, e as empresas comunicaram aos vizinhos da demolição que era necessário retirar os gatos.

A empresa também alega que uma servidora da Fundema acompanhou a operação.

A primeira-dama Karla falou com a reportagem do DIARINHO e afirmou não acreditar que algum gato tenha realmente morrido no local. Segundo ela, quatro filhotes foram resgatados e já estão sob cuidados do Meio Ambiente.

Frada reafirma acusação

Mesmo após a manifestação da empresa, a ONG voltou a reafirmar a acusação. Segundo Liliane Frada, presidente da entidade, os moradores não teriam como retirar os gatos do local – eram todos ariscos.

“A prefeitura e a Fundema só ficaram sabendo da situação um dia antes. E quando Fundema e a primeira-dama chegaram ao local, a casa já havia sido derrubada”, frisou Liliane ao DIARINHO. “Temos testemunhas e prints que comprovam que os animais não foram retirados”. A entidade afirma que Polícia Civil vai investigar o caso.