Matérias | Entrevistão


Robson Ravache

"Quem faz o desenvolvimento da cidade realmente é o empresário, não é a política"

Empresário, dono da Ingresso Nacional

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]




O empresário Robson Ravache, 32 anos, ganhou destaque nacional neste início de ano ao ser personagem de uma matéria da revista Exame, da Editora Abril, onde era apresentado como o novo milionário. Robson, que filho de um pescador de Barra Velha, faturou R$ 45 milhões em apenas três meses, após a compra da tiqueteira Ingresso Nacional. Na entrevista à jornalista Franciele Marcon, Robson falou que o seu atual sucesso é fruto de muito trabalho e investimento em segmentos bastante distintos. Se considerando um vendedor nato, Robson fala sobre seu início de carreira, as sacadas que teve que o fizeram deslanchar profissionalmente e a compra da falida Ingresso Nacional – para se tornar um case de sucesso. Ele, que já atua no ramo imobiliário e de importação e exportação, também destacou a influência do dólar em seus negócios e fez projeções para o futuro do setor de eventos do Brasil. Robson também adiantou que, se receber uma boa proposta, não tem dúvida que vende a Ingresso Nacional. As fotos são de Fabrício Pitella. A entrevista completa você também confere em áudio e vídeo no Portal DIARINHO.net e nas redes sociais do DIARINHO.

 

DIARINHO – Você começou sua carreira no setor imobiliário, vendendo loteamentos no litoral. Em 2016, abriu uma empresa de importação de patinetes, scooters e bicicletas elétricas ...

 

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DIARINHO – Você começou sua carreira no setor imobiliário, vendendo loteamentos no litoral. Em 2016, abriu uma empresa de importação de patinetes, scooters e bicicletas elétricas, além de cosméticos. Como partiu para o setor de eventos?



Robson: Na verdade, o setor de eventos, quando nós entramos, entramos com oportunidade. A gente nunca quis entrar no setor de eventos. A gente viu uma oportunidade naquele momento, diante da pandemia e de tudo que tinha acontecido com o setor. A gente fez uma análise e viu o quanto o setor é grande no Brasil, quantos bilhões ele movimenta. Ele participa com 4% do PIB brasileiro. Assim como lá no loteamento, a gente começa a investir até ter retorno, payback de loteamento é sempre acima de sete anos. Eu entendi que o setor de entretenimento um momento voltaria. A gente começou a investir a partir de abril de 2021, acreditamos na empresa, que tinha um histórico de anos de sucesso. Decidimos encarar o desafio, fazer uma reestruturação que nos levou até aqui.

DIARINHO – O que o filho de um pescador, em uma cidade pequena de Santa Catarina, precisa fazer para faturar R$ 45 milhões em três meses?

Robson: Eu acho que tudo iniciou, a minha trajetória, lá na pesca mesmo, sabe? Quando eu via meu pai vendendo peixe na canoa. Por exemplo, eu sempre observei o formato que ele trabalhava. Eu com 10, 11, 12 anos. Eu ajudei a fazer filé de peixe com ele na praia. Eu via o esforço que ele fazia para vender. O que ele fazia. Ele sempre berrava muito alto, chamava o veranista até a canoa dele, abordava e já ia enfiando o peixe na sacola, empurrando o peixe. Meu pai sempre foi um bom vendedor. Eu acho que o sucesso de faturar é vender, é oferecer mais. Eu sempre brinco com o pessoal: quem não vende mais é porque não oferece mais. Às vezes você tem um amigo dentro da sua casa e você deixa de oferecer algo a ele. E ele vai lá e compra de terceiro. E você fica chateado. “Poxa, por que não comprou de mim?”. “Mas você não me ofereceu!” Isso muito acontece. Eu sempre aprendi, desde lá da pesca, que oferecer, aparecer, estar presente, tirar o TBT, tirar a bunda da cadeira, faz toda a diferença. Ir atrás do cliente, conversar com o cliente, entender o cliente e assim fechar o negócio. Foi assim pelo menos que eu fiz.


DIARINHO – Muitas empresas quebraram durante a pandemia de covid, mas o senhor comprou um negócio falido. O seu negócio tinha justamente como foco o setor de eventos. Como foi essa virada?

Robson: Na verdade, o grupo não comprou apenas, eu não comprei apenas a Ingresso Nacional. Em março de 2020, quando tudo fechou, eu assinei a compra de um loteamento também. Num valor de R$ 8 milhões, na época. E que também fez parte do desenvolvimento. Eu investi num momento de crise, em dois setores com mais força: o do loteamento e depois do entretenimento. Foram os que eu dei foco total. O que aconteceu? Nós tínhamos uma empresa, que é RAV do Brasil. A RAV foi, em 2016, pioneira na importação de scooter elétrica, patinete e bicicleta assistida. O que aconteceu? Quando veio a pandemia, nós estávamos com um estoque muito alto. Só que as pessoas, quando veio a pandemia, ficaram em casa. Elas começaram a procurar coisas para fazer. O nosso estoque de mercadoria, que nós achávamos que ia ser um problema, começou a derreter muito rápido. A gente começou a vender muito naquele momento. E sobrou dinheiro. A gente estava na incerteza, o dólar subindo, frete internacional subindo. Nós pensamos em diversificar em outras coisas. Vamos pegar esse dinheiro e vamos investir em outro. Eu fui lá e comprei um loteamento que estava paralisado há muitos anos pra começar a desenvolver ele novamente. Também teve aquele boom da venda imobiliária. A gente pegou o boom de 2020, em que quase todas as construtoras venderam todos os apartamentos, setores imobiliários ganharam muito dinheiro. Tem hoje uma nova onda de construção, porque o que veio na pandemia levou tudo. A baixa dos juros, a baixa do acesso, a facilidade do acesso ao crédito. Isso tudo nos facilitou naquele momento. Nós estruturamos, estávamos com o dinheiro, a gente viu a oportunidade da Ingresso Nacional. Foram oportunidades pontuais que a gente conseguiu, graças a Deus, estar inserido no setor e ter sorte que a pandemia, invés de nos derrubar nesse setor, ela nos potencializou. Uma delas é a Intervalo Comercial SA, que é aqui em Itajaí. Nós crescemos 21% no momento de pandemia, que foi na área de estética. Nessa empresa nós trazemos consumíveis para clínicas odontológicas, clínicas dermatológicas, tricologia, na área de tratamento capilar. Nós tivemos sucesso nesse período porque as pessoas em casa começaram a se cuidar mais, começaram a se olhar e ver o que elas poderiam fazer.

DIARINHO – Você investiu R$ 22 milhões, colocando a Ingresso Nacional novamente na liderança do setor de eventos. Como conseguiu capital pra investir tanto num negócio com futuro incerto?

Robson: Na Ingresso Nacional nós assumimos uma empresa que tinha um déficit de caixa, ela tinha um problema, pois ficou parada muito tempo e manteve a sua estrutura. Isso consumiu muita energia financeira dela. Nós assumimos esse déficit e reinvestimos na empresa. Nós reinvestimos em tecnologia, reinvestimos numa sede própria, reinvestimos em marketing, reinvestimos em reestruturar, de trazer pessoas de fora da área, de valorizar os nossos colaboradores no salário. Tudo isso foi investimento que a gente fez. Obviamente que também teve que comprar algumas carteiras novas. A gente teve que ajudar o nosso produtor. Nós demos aquela injeção pra roda voltar a girar. Tudo isso dependeu desse investimento. Exemplo, quando se fala em investimento na Ingresso Nacional, eu sou o CEO da companhia, mas eu não estou sozinho. Eu também tive os meus sócios, as outras empresas, todo um grupo por trás que ajudou nesse investimento.

DIARINHO – O pós-pandemia é incerto. O número de positivados, a ocupação hospitalar e as mortes voltaram a subir. Como fica o setor de eventos?


Robson: A Ingresso Nacional procurou diversificar o formato de vendas de ingressos dela. Nós não operamos hoje apenas shows ou baladas. Nós somos muito fortes em feiras de agronegócio, que começam a abrir com força a partir de março, que é a colheita. Nós hoje, graças a Deus, estamos num momento ainda muito bom, que a gente acabou o réveillon agora. Começa o carnaval. Para muitas cidades ainda tem carnaval. Exemplo, nós sentimos com a ômicron uma baixa de faturamento em janeiro, mas já sentimos uma retomada muito forte agora em fevereiro. O meu projeto de crescimento da empresa está dentro do que eu tinha feito de média mínima e máxima. Nós estamos continuando a crescer. Por quê? Porque muitas tiqueteiras no nosso mercado fecharam. Elas não conseguiram voltar, elas não têm estrutura de TI, não investiram. Por quê? Pra nós foi mais fácil, somos novos no mercado, é dinheiro novo de injeção nesse mercado. Muitas outras não conseguiram porque não tinham estrutura ou porque não veio alguém que comprou a empresa deles e quis dar continuidade. Isso está nos beneficiando. Estamos ganhando ainda mercado, estamos ganhando marketshare no Brasil. Estamos conseguindo capilarizar o nosso negócio onde outras não estão mais atendendo. Por isso estamos crescendo. Agora, sim, no mercado existe uma grande incerteza com a ômicron. No meu entendimento, a ômicron é uma grande imunizadora que veio por último e que os negócios, a partir de março, voltarão à normalidade. Até porque nós não podemos ter uma segunda onda “fique em casa”. Ninguém mais aguenta. Eu estava vendo numa reportagem essa semana que o maior valor de saque da poupança aconteceu nesse trimestre agora. Por quê? Porque parte das pessoas está sacando o dinheiro para pagar todos os prejuízos que tiveram. Eu sempre costumo falar, 80% sacaram pra pagar os prejuízos, 20% sacaram para comprar um imóvel novo ou que continuam investindo. Mas 80% desses saques que aconteceram foram para pagar o “fique em casa”. [E em relação ao crescimento da Ingresso Nacional, ainda tem estados que vocês pretendem explorar?] Nós estamos muito fortes, nós somos uma barreira de outras tiqueteiras no sul do Brasil. Nós estamos no Rio Grande, Santa Catarina, Paraná. Nós temos base hoje em Campo Grande, no Mato Grosso. Nós temos base em BH, em Minas Gerais; base em João Pessoa, na Paraíba. De lá nós atendemos mais aquele mercado. O que acontece, nós estamos com uma grande barreira para que entremos dentro de São Paulo. São Paulo tem algumas tiqueteiras fortes, que dominam o mercado lá. Nós estamos fazendo aquele trabalho de comer pela beiradinha. A gente veio por fora, nós estamos entrando na grande São Paulo. O que acontece? Os grandes eventos que nos interessam estão mais nas cidades litorâneas. Mas São Paulo é um grande polo de eventos que são rotineiros durante o ano. A gente quer estar lá também. Mas estamos fazendo o trabalhinho de comer pela beiradinha.

 

Ele [centreventos]é um potencial atrativo muito grande para Balneário Camboriú e um polo econômico muito forte que traz investimento e traz pessoas para a região”

 


DIARINHO – Você é de Barra Velha – cidade que começa a se destacar na construção civil. Mas Balneário Camboriú, Itapema e Balneário Piçarras já estão na frente. Como um grande empresário como você enxerga o setor no litoral catarinense?

Robson: Eu nasci em Joinville, vim morar em Barra Velha recém-nascido. Investi muito dinheiro na minha cidade e abri os olhos uns anos atrás para Araquari. Meus loteamentos hoje estão no município de Araquari. Eu tenho terrenos, sou terrenista hoje de permutas dentro de Barra Velha. O que acontece? Eu enxergo que Barra Velha teve um atraso político de muitos anos. Teve uma dificuldade, uma disputa, uma briga interna municipal. Assim a gente ficou pra trás de Balneário Piçarras. Penha pegou o Gravatá, que foi um grande polo construtivo de Navegantes. O que acontece? Penha e Piçarras, Penha conurbou isso tudo. Ela juntou e ela tem o Beto Carreiro, que faz um grande marketing pro município. Eu vejo que chegou a vez de Barra Velha agora. O que foi a grande decisão de Barra Velha mudar para esse desenvolvimento imobiliário? Alteração no Plano Diretor para que aumentassem os gabaritos dos prédios lá. Hoje permitem-se 18 pavimentos nas zonas urbanas e você pode fazer solo criado, que é outorga onerosa, até 30 andares. Esse foi o grande passo que Barra Velha deu para trazer os investidores imobiliários. Os incorporadores para nossa cidade. Eu acho que agora nós estamos fadados ao crescimento, Barra Velha não consegue mais parar. Não depende mais só de política. Porque quem faz o desenvolvimento da cidade realmente é o empresário, não é a política. Política tem que manter o básico da cidade. Quem desenvolve mesmo o município é o empresário, não são os políticos. Eu acho que agora chegou a vez de Barra Velha crescer no setor imobiliário. Temos grande lançamentos lá. Se não me engano, são mais de 1500 apartamentos já lançados em Barra Velha, para nos próximos anos serem construídos. Eu acredito num grande desenvolvimento.

DIARINHO – Uma tendência que já ocorre nos Estados Unidos chega ao Brasil: eventos com famosos, com lutas, música e outras atrações. O setor de entretenimento ganhará com isso?

Robson: Eu acredito que sim. Porque o produtor produz. Quanto mais você produzir um bom evento, mais número de acessos você tem. Mais público você tem. Eu acho que existe uma grande revolução digital vindo, que já está aí. Eu sempre falo que nos últimos 10 anos a gente viu lá o Messenger, quem teve acesso ao Orkut, ao Messenger, depois veio o Facebook. Antigamente a gente falava: fazer uma videoconferência pelo Skype. Hoje a gente faz pelo Facetime do celular. Eu acho que os últimos 10 anos a gente evoluiu muito. Só que imagina que esses 10 anos que a gente evoluiu levou 50, 60, 70 anos. Porque a internet veio desde a Segunda Guerra Mundial e ela começou a ter acesso às pessoas em 95, quando as pessoas começaram a ter computador em casa. E eu acredito que nos próximos três anos a evolução será tão grande que o que nós estamos falando hoje será diferente daqui três anos. Eu entendo que o mercado do entretenimento está acompanhando essa evolução. Um exemplo foi que eu estava no Rio Inovation, no Rio de Janeiro, e eles lançaram um produto para as tiqueteiras ou para os produtores, da seguinte forma. Hoje nós estamos começando a fazer, pelo Ingresso Nacional, jogos em estádios. Nós fizemos o Marcílio Dias, dias atrás. O que acontece, nós compramos quatro cadeiras em pontos estratégicos do estádio. A gente coloca uma câmera 360º dentro do estádio. E você pode assistir pelo streaming da sua casa, com uns óculos 3D. Você vê a bola, você olha, você vê que está do lado de uma pessoa, mas você está em segurança na sua casa. São novidades que estão vindo para o entretenimento que eu acredito que esse novo formato digital está trazendo. Exemplo, esse formato de venda de eventos para artistas que estão acontecendo, assim como foi a luta, também tem acontecido até em games. Estão fazendo estádios para jogar videogames. Eu não tive esse privilégio na minha infância de jogar videogames, de jogar esse tipo de brinquedo. Mas hoje virou um esporte muito respeitado e um dos esportes que mais recebeu investimentos nos últimos anos. Eu acredito que estão no caminho certo, eu acho que essa mudança acontece naturalmente.

DIARINHO – Balneário Camboriú ainda não finalizou seu centro de eventos. Esses espaços fazem diferença no atrativo turístico?

Robson: Fazem, eu acredito que isso impulsiona. Nós estamos num polo de entretenimento que é Balneário Camboriú. Eu acho que do estado de Santa Catarina inteiro é onde tem por metro quadrado ou quilômetro quadrado a maior quantidade de casas, e boas casas. Nós temos várias casas que comandamos aqui em Balneário Camboriú a venda de ingresso que são referências mundiais. Referências no mundo. Eu acredito que o centro de eventos de Balneário Camboriú traz oportunidades para quem vai fazer teatro, quem vai fazer um grande evento, uma grande feira. Eu acho que já deveria ter. Eu não sei quais os problemas que estão acontecendo hoje, mas acredito que sim, ele é um potencial atrativo muito grande para Balneário Camboriú e um polo econômico muito forte que traz investimento e traz pessoas para a região.


DIARINHO – O governo federal atual possui um forte discurso contrário à China e atrelado aos EUA. Isso não atrapalha um mercado fortemente amparado no comércio bilateral com os chineses?

Robson: Eu acredito que não. Nós temos uma dificuldade até mesmo de entrarmos na China hoje, com uma barreira lá. Nós não vamos ter feira novamente esse ano, eu acredito. A feira é onde a gente vai buscar as novidades para trazer pro Brasil. Nós somos o maior exportador de soja para China. Nós somos um mercado que a China depende muito. Hoje o alimento da China é muito produzido aqui no Brasil. E se eles tiverem dificuldade de exportar daqui pra lá, eles têm dificuldade de importar também. Sempre existe essa balança comercial entre Brasil e China. Eu não vejo essa dificuldade nos nossos negócios de importação. Eu vejo, sim, que existem novidades que a gente não vai conseguir trazer pro Brasil. Que a gente não está tendo acesso, porque devido à covid a China está fechada ainda. Eles estão racionando muitas coisas lá. Inclusive um dos racionamentos lá é em alimentação. Eles dependem muito do Brasil. Agora, o que aconteceu, todo o comércio internacional é taxado em cima do dólar, ele é trabalhado sobre o dólar. Veja, nós importávamos em 2016, 2017, ao custo de dois mil a três mil dólares um frete internacional. Nós chegamos ao frete internacional a 18 mil dólares. Você veja o tamanho desse aumento em dólar pra nós: o dólar saiu lá de R$ 4 e foi a R$ 5,70 na maior alta. Isso dificultou muito a importação pro Brasil. Perante os Estados Unidos, que saíram dos dois, três mil dólares e foi para 10 mil dólares, para eles pouca diferença fez. Porque pra eles é um por um. Pra nós não. Saiu de R$ 1 para R$ 5.7. Isso dificultou para o brasileiro importar. Mas porque o nosso câmbio é tratado em dólar – não porque existe briga ou por qualquer outra coisa.

DIARINHO – Você começou no mercado imobiliário, depois exportação e importação, e seguida, veio o ‘start’ para o mercado de eventos. Como a oscilação do dólar impacta os setores em que você atua?

Robson: Olha, no setor de eventos não tem grande impacto. Muito pouco. O que eles importam, o setor de eventos hoje importa telas de LED, iluminação, som, essas coisas. Fora isso é tudo produzido no Brasil. Agora, o que acontece na minha empresa de importação, como a Intervalo, nós tivemos que ter mecanismos de importação mais rápidos. Por exemplo, nós começamos a importar por via aérea. Via aérea nos deu a comodidade de estar com o produto no Brasil em 20 dias, 30 dias no máximo. Enquanto a gente levava até 90 dias numa importação normal, que é via contêiner. Então, exemplo, essa modificação de trazermos o produto pro Brasil, a gente teve que se reinventar. Temos que estudar diariamente, entender como a gente vai fazer. O que mais nos afeta é não podermos saber quais são as novas tendências que estão vindo, por nós não estarmos presentes lá. Isso é o único problema que a gente vê hoje.

 

Vendo tudo. Eu sou vendedor. O meu negócio é vender. Então venderia, sim!”

 

DIARINHO – Você já pensou que outras gigantes do setor possam vir a se interessar pela Ingresso Nacional? Se acontecer uma oferta, por exemplo, como houve com outras empresas catarinenses adquiririas por multinacionais, você aceitaria vender?

Robson: Sim, hoje, na verdade, existe sim. Existem outros players maiores que estão olhando para nós, que já entraram em contato conosco. Existem grandes bancos da América Latina que estão em contato conosco. O que aconteceu, com a nossa arrancada, nós saímos na frente de todas as tiqueteiras. Isso foi muito legal, porque quando nós adquirimos a empresa, nós começamos a reestruturar ela. Finalzinho de agosto, nós participamos da convocação para fazer a Expointer, que foi a maior feira do agronegócio, que movimentou R$ 1.6 bilhão em pandemia ainda. Foram 135 mil pessoas que movimentaram a feira. Nós pudemos participar porque nós estávamos prontos naquele momento. Nós largamos na frente de todos os nossos concorrentes, porque nós estávamos prontos, enquanto todos em meio de pandemia acharam que não iam voltar. E nós estávamos lá pra atender. Eu penso que isso nos deu visibilidade nacional. Porque nós operamos uma grande feira. Então outras feiras do agronegócio, pecuária, nos procuraram. “Poxa, vocês conseguiram fazer, como vocês fizeram o API com o estado pra fazer o controle de acesso a covid, tal?”. Isso tudo foi novidade que a gente implantou naquele momento para poder participar. Eu acho que isso foi o grande diferencial. Nos expôs na mídia cada vez mais. E a gente teve um bom resultado em 2021, no trimestre. Nós operamos 45 milhões em vendas e isso nos destacou. As pessoas entendem que nós temos uma energia diferente das demais para ganhar mercado e elas acabam olhando pra nós. [Mas venderia?] Venderia, se for um bom negócio, vendo. Vendo tudo. Eu sou vendedor. O meu negócio é vender. Então venderia, sim.

 

Raio X

NOME: Robson Ravache

IDADE: 32 anos

NATURAL: Joinville

ESTADO CIVIL: Casado

FILHOS: dois filhos

FORMAÇÃO: ensino superior incompleto

TRAJETORIA PROFISSIONAL: Empresário e investidor multissetorial, CEO da Ravache Propriedades há 14 anos, CEO da RAV do Brasil há quatro anos, Presidente na Intervalue Comercial S.A há dois anos e Presidente na Ingresso Nacional S.A. há menos de um ano; experiência em gestão e negócios no setor imobiliário, comércio internacional, saúde beleza e bem-estar e entretenimento.




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