PREÇO NAS ALTURAS
Café tá mais caro no início de 2022
Consumidores sentiram no bolso o aumento significativo do quilo do café. Aumento acumulado é de 60%
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]



Quem não vive sem uma ou várias xícaras de café ao dia já sentiu no bolso o aumento no preço da segunda bebida mais popular entre os brasileiros: o café. Quem estava acostumado a comprar o meio quilo do café em pó por R$ 10,90, já teve que desembolsar R$14,90 na compra deste mês de fevereiro.
Apesar do Brasil ser o maior produtor mundial de café, a bebida teve um dos maiores aumentos acumulados dos últimos 12 meses na cesta básica do brasileiro. Em um ano, o quilo do produto teve aumento de 69,71% no Brasil, segundo o departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Continua depois da publicidade
Em uma rápida passada pelos mercados da região é possível sentir a carestia: o meio quilo do café Caboclo, que até metade do ano passado era vendido na faixa de R$ 10,90, agora custa de R$ 14,90 a R$ 16,90. Já 500 gramas do Melita estão sendo vendidos a R$ 17,99, assim como o Três Corações.
A pesquisa do Dieese confirma o que o consumidor sente no bolso: o quilo do café em pó subiu em todas as capitais em 2022. O motivo seria a quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais que elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos.
Continua depois da publicidade
O economista Jairo Ferraciolli destaca que, apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial do grão, o preço do café é cotado no mercado internacional, dependendo também da produção de outros países produtores, como Colômbia e Vietnã, entre outros. “Depende do preço cotado nas principais bolsas no mundo. No Brasil, tivemos uma queda na produção e uma elevação na demanda, causando esta elevação acima do normal. Diminui a oferta, o preço sobe, aumenta a demanda, o preço também sobe”, justifica.
O problema na safra também ocorre por conta das condições climáticas e do aumento do dólar. “Dependemos do preço no mercado internacional que é cotado em dólares; também dependemos da variação do dólar, que apesar da ligeira queda em janeiro, está num patamar bastante elevado nos últimos meses. Fora tudo isso, a inflação também impacta o preço. Resumindo: são vários fatores que estão impactando fortemente o preço, que quase dobrou de valor”, finaliza Jairo.
Brasil no top 15 do café
O estudo da plataforma CupomValido.com.br revela que se uma pessoa consumir de três a quatro xícaras de café ao dia, no final do ano ela terá ingerido quase seis quilos de café. O líquido só não é mais consumido do que a água, que bate o recorde na preferência dos brasileiros.
Mesmo assim, o gosto pelo cafezinho coloca o Brasil entre os top 15 países que mais consomem café no mundo, ocupando a atual posição de número 14ª dos 193 países pesquisados.
No topo do ranking está a Finlândia, com um consumo de mais que o dobro dos brasileiros, aproximadamente 12 kg per capita ao ano. Uma das explicações do alto consumo é o clima do país. Localizado no norte do planeta, a Finlândia possui temperaturas de extremo frio no inverno e o café é usado para aquecer o corpo.
Com relação à produção de café, o Brasil está no topo no ranking mundial, e o mais incrível é que o país detém este título por mais de 150 anos. Aproximadamente 40% de toda produção mundial vem do Brasil. Os principais estados produtores são Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Mesmo com tanta produção, o brasileiro está pagando caro o cafezinho.
Continua depois da publicidade