Bombinhas
Prefeitura aterra área de restinga em Quatro Ilhas
Agressão à área de preservação permanente ainda teve derrubada de vegetação
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]









Frequentadores da praia de Quatro Ilhas, em Bombinhas, denunciaram uma obra sobre a área de restinga feita pela prefeitura, na última terça-feira. Uma retroescavadeira da prefeitura de Bombinhas derrubou a vegetação nativa e aterrou uma área de restinga na orla.
“Aconteceu no canto direito da praia de Quatro Ilhas, sabemos que foi uma máquina da prefeitura que fez. @paulinhoprefeitobombinhas sabemos que é proibido tal agressão em uma área de preservação permanente (principalmente em uma praia de Bandeira Azul”, denunciou o perfil Surf Club 4 Ilhas na rede social Instagram.
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O surfista Alejo Muniz, que já fez parte da elite do surfe mundial e mora em Bombinhas, criticou a atitude da prefeitura. “Triste de ver isso na nossa linda 4 Ilhas”, escreveu o atleta na rede social.
Famab desmente prefeito
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Alguns surfistas chegaram a procurar a fundação Municipal do Meio Ambiente de Bombinhas (Famab) e o órgão teria dito que a obra seria embargada. Só que mais tarde, o prefeito Paulo Muller Dalago (PDT) respondeu na rede social que a intervenção tinha autorização do município para que sejam abrigados os barcos artesanais da pesca da tainha. “Foi autorizado pelo meio ambiente e pelo SPU [superintendência do Patrimônio da União]”, escreveu o prefeito.
Outro denunciante rebateu a postagem e citou a lei 12.651/2012 para explicar que a restinga é considerada área de Preservação Permanente e que só poderia ser suprimida em caso de utilidade pública ou interesse social. “Com certeza existia outra área alternativa para a realização desta ação”, opinou o denunciante.
O prefeito Paulinho mudou o tom da conversa ao dizer que os críticos da iniciativa são “forasteiros”. “Um mora no Canadá, outro na Austrália, outros nos EUA, outros em Balneário...”, disse o prefeito.
Ao ser questionada pelo DIARINHO, a Famab desmentiu o prefeito e disse que tomou ciência da ilegalidade e que está tomando providências. Os responsáveis, segundo a fundação, serão notificados para o isolamento e recuperação da área degradada.
A vereadora Isabela Camile da Silva (PSDB) informou que enviará ofício ao SPU questionando a suposta autorização pro aterro da restinga. A vereadora também quer uma posição oficial da Famab.