Começou a floração do garapuvu, um dos mais belos espetáculos da nossa mata nativa. Até dezembro, as morrarias da região vão exibir um tom amarelado, por conta das flores das árvores também conhecidas como guapuruvu, faveira, birosca e pau-de-vintem. Segundo a engenheira florestal Rosemeri Marenzi, doutora em conservação da natureza e pesquisadora da Univali, o garapuvu é uma espécie típica da mata Atlântica. Ele pode ser visto de Santa Catarina a Bahia. Por aqui, pra nossa sorte, sua ocorrência é bastante intensa. De tão bonito, o garapuvu foi escolhido como árvore símbolo de Florianópolis, lembra a engenheira florestal. “É bastante ornamental, não só pela beleza e colorido das flores, mas também pelo tronco liso e acinzentado”, diz Rosemeri. O que faz esse tipo de árvore se ressaltar na mata verde é que além da floração de um amarelo intenso, ela é frondosa e costuma crescer uma perto da outra, numa ocorrência que os pesquisadores chamam de “maciço”. “Eles se concentram em regiões onde o solo tem mais umidade”, afirma a pesquisadora. Felizmente, ressalta Rosemeri Marenzi, o garapuvu não é uma espécie ameaçada de extinção no estado.“É bastante comum e ocorre muito na vegetação secundária, que são as áreas em regeneração natural, já quase florestas maduras”, informa. As sementes dos garapuvus são dispersadas pelo vento e a árvore tem um alto índice de crescimento. “É uma das árvores nativas de mais rápido crescimento na região sul e sudeste e pode chegar a 30 metros de altura e 80 centímetros de diâmetro”, completa a engenheira da Univali. “Ele se desenvolve muito rápido e é bastante recomendado para reflorestamento de espécies nativas, pois é pouco exigente em relação ao solo, a não ser pela umidade”, completa. Canoas Os garapuvus eram as árvores que os índios e pescadores mais antigos usavam para fazer canoas. Isso porque, além de ser extremamente leve, sua madeira é fácil de ser cavocada e moldada. Além da beleza estética, de ajudar na purificação do ar e contribuir para deixar os ambientes mais frescos, como toda a árvore, o garapuvu também tem uma importância para a melhoria da qualidade do solo. “Essa família tem uma simbiose com as bactérias que fixam nitrogênio no solo”, conclui. Ah! E não confunda o garapuvu com o ipê amarelo, que não é tão frondoso e floresce no inverno.