Itajaí

O ‘chef da chipa’ vai pro Mais Você

O salgado que o confeiteiro Lacir dos Santos vende nas esquinas de Itajaí vai ficar famoso pelo Brasil afora

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Compotas naturais e doces também são feitos pela família
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No próximo dia 9 de março, uma figura que já começou a ficar conhecida pelas ruas de Itajaí, vai participar do programa da Ana Maria Braga, na Globo. O confeiteiro Lacir dos Santos, 45 anos, vai até mesmo preparar uma receita para a apresentadora: a ‘chipa’ que vende em semáforos pela cidade. “Vou tomar café com o Loro José”, brinca Lacir, que ontem à tarde encarava mais um turno de trabalho no semáforo das ruas Antônio Manuel Moreira e Agostinho Fernandes Vieira, no bairro Fazenda. A ‘chipa’ é uma receita de origem paraguaia bastante comum no Mato Grosso do Sul, estado de origem de Lacir. É quase um pão de queijo mineiro, mas com formato mais alongado e sabor diferenciado. “Os ingredientes são os mesmos: queijo de colono, polvilho, margarina, ovos, leite e muito capricho”, brinca. Lacir frequenta duas sinaleiras. De manhãzinha cedo está na esquina da Unvali, na Contorno Sul. À tarde, no bairro Fazenda. Diferente de outros vendedores ambulantes, sempre se apresenta com uma doma, a vestimenta de um chef de cozinha. “A aparência é muito importante. E a educação também”, faz questão de explicar. E foi a danada da ‘chipa’, o jeitão educado e a aparência higiênica que acabaram levando Lacir até o programa Mais Você, da Ana Maria Braga. Claro, a história de vida dele também. “Sem eu saber, a minha mulher escreveu pro quadro ‘Tem que ir na Ana Maria’. Eu não sabia de nada e eles me chamaram”, conta. Aliás, mais do que chamaram. Parte da gravação aconteceu em Itajaí, no ponto onde ontem Lacir conversou com o DIARINHO, entre um atendimento e outro. A produção do programa chegou a trazer alguns dos filhos casados de Lacir que moram no Mato Grosso do Sul. Dia 9, ele vai fazer a ‘chipa’ no programa, para todo Brasil. Laci, claro, é um orgulho só. A história de vida dele também vai ser contada no quadro. E é uma história bonita, dessas de superação que faz a gente chorar. Conheceu e se apaixonou Lacir conta que o pai morreu quando ele tinha dois aninhos. A mãe se virou nos 30 pra cuidar dos cinco filhos. Por isso, desde cedo, já sabia o que era trabalhar. Ao 15, pegou um emprego como limpador de fornos numa padaria. “Seis meses depois o padeiro pegou férias e eu já tava cuidando do forno”, lembra. Dali em diante, virou confeiteiro profissional. Seu último emprego, afirma, foi num hotel de luxo em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Era o confeiteiro chefe e o responsável pelo café da manhã. Demitido, ano passado, veio para Itajaí buscar um carro para um cunhado, conheceu a cidade e se apaixonou. Como não conseguia emprego, há dois meses resolveu ir pras ruas. E no melhor dos sentidos: vender um dos produtos que faz com o maior capricho. Outros produtos na fábrica caseira A ‘chipa’ é o carro-chefe do negócio de Lucilene e Lacir. Mas não é o único produto. Lucilene está produzindo compotas e outros doces. Bala de banana, doces de laranja, goiaba, abóbora verde e até queijinho em compota. “Tenho aplicado nesses produtos o que aprendi: fazer a conservação sem usar conservantes”, explica a tecnóloga em alimentos. E tudo, faz questão de dizer, funciona como numa indústria. Só que em escala menor. Tem medidas, horários, turnos, padrões de produção e higiene. “É uma linha de produção”, resume Lucilene. Aos sábados e domingos a firma – que funciona na casa deles – fecha. “Nós decidimos isso, para termos qualidade de vida aqui”, argumenta Lucilene. Família empreendedora “Chipa do Cheff”, diz o rótulo das quatro unidades de ‘chipa’ que ele vende a R$ 5, num pacotinho plástico. É Laci, confeiteiro profissional, com 30 anos de experiência, quem aparece. Mas não é o único herói da história. Lucilene Dolci, 42 anos, a companheira, também é personagem importante. Tecnóloga de alimentos formada pela universidade Federal do Mato Grosso do Sul, com experiência na indústria de alimentos, ela divide as tarefas de preparo diário com o marido. Lacir acorda às 4h30 da madrugada para a primeira fornada e às sete da manhã tá na esquina da Univali. Volta às nove, descansa até o meio dia e Lucilene assume o turno da indústria caseira. Às 15h15, o ‘chef da chipa’ já está na rua novamente e Lucilene continua na cozinha. Rita, a filha caçula de 13 anos, também ajuda. Leva os produtos para o pai quando é preciso. Lacir diz que vende de 90 a 100 pacotes de ‘chipa’ por turno. Pelas contas de Lucilene, só de massa são 12 quilos, o que dá pra fazer cerca de 450 unidades da guloseima. A receita e o toque de chef é de Lacir. Mas a qualidade do produto e do ambiente de trabalho é de responsabilidade de Lucilene. “O produto tem que ser muito bem feito. Nossa cozinha é com mármore, tem bancada”, comenta o confeiteiro.




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