Itajaí
Seis novos hotéis para Itajaí
Empreendimentos podem dobrar o número de leitos até 2020; grandes redes estão chegando à cidade
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]




Itajaí é a bola da vez dos investimentos do setor hoteleiro. Até 2020, serão pelo menos seis novos hotéis de grandes redes do setor. Além do Hilton Garden Inn, no complexo Riviera, é a vez da multinacional Accor Hotels entrar com tudo no mercado trazendo três unidades de suas linhas. O Novotel fica onde era o fantasma Mariner. Tem ainda um Mercure quatro estrelas no complexo comercial construído pela Procave, no centro, e o Ibis Budget que deve ser inaugurado até 2018. Tullip In e Blue Tree também devem se instalar em Itajaí até 2020, segundo informações da secretaria de Turismo. Com essa invasão de novos hotéis, o número de leitos disponíveis na cidade deve mais que dobrar, saltando dos atuais 2,6 mil divididos em 22 hotéis, de média três estrelas, para pouco mais de cinco mil. Para o secretário de Turismo, Evandro Neiva, com esses investimentos, Itajaí atingirá o número ideal de leitos para garantir a vinda de grandes eventos. “Com o Plano Municipal de Turismo, estamos tabulando todos esses números para ir a feiras e atrair novos empreendimentos de serviços turísticos para a cidade, além de novos eventos. Já sabemos que não só hotéis estão chegando, mas também grandes centros médicos”, revela. De acordo com o consultor técnico da secretaria do Turismo, Rodrigo Flamia, a taxa de ocupação de leitos em Itajaí é estável, se mantendo em 55% durante todo o ano. Em média, uma pessoa que se hospeda na cidade costuma injetar na economia diariamente R$ 145. Isso significa, que dos quase R$ 220 mil gastos todos os dias por quem se hospeda em Itajaí, a economia do município com as vagas duplicadas pode chegar a receber meio milhão de reais de hóspedes se mantida a média de ocupação. “Balneário já roubou mais turistas, como na primeira edição da Volvo Ocean Race. Agora, com a melhoria da qualidade de atendimento e com hotéis de melhor qualidade já fica visível a preferência do turista por ficar em Itajaí”, diz. Um dos planos da prefeitura é reforçar o calendário de eventos, com um grande atrativo por mês para movimentar o setor turístico. Hoje, basicamente, Itajaí recebe mais hóspedes ligados ao turismo de negócios, mas outro objetivo é o turismo de serviços e de lazer. “Sem dúvida nenhuma, Itajaí é a bola da vez para os investimentos do setor hoteleiro”, garantiu Neiva. Um dos motivos para atrair tantos hotéis é a localização estratégica de Itajaí, além de ter custos menores do que Balneário. “Estamos próximos ao aeroporto de Navegantes, à BR-101, Blumenau, Joinville, as belezas do nosso litoral e ainda contamos com um custo de vida e de investimento melhor do que cidades vizinhas”, comenta. Pro secretário, a chegada de grandes redes e eventos como a Volvo Ocean Race obrigaram antigos hotéis familiares a investir em melhorias e atendimento. “Vimos hotéis como o Marambaia e Sandri, por exemplo, investir para atingir um nível de conforto e atendimento que compete com hotéis de Balneário que antes roubavam nossos hóspedes. Estamos criando um ciclo virtuoso na cidade”, diz. Uma rede tipicamente catarinense Em agosto próximo, a Rede Innovare Hotéis, do Grupo Moresco, de Brusque, comemora um ano da inauguração da primeira unidade em Itajaí e a segunda em funcionamento da rede. O Innovare Slim Hotel, no bairro Fazenda, possui 50 apartamentos divididos entre luxo e standard e não deixa nada a desejar às redes internacionais. Segundo a diretora de Desenvolvimento Hoteleiro, Sally Trap, o grupo decidiu investir em Itajaí em setembro de 2015 quando um estudo de mercado detectou a carência de espaços mais atualizados na cidade. A primeira unidade da Rede Innovare, que tem apenas dois anos e meio, está em Brusque onde o grupo também percebeu o mesmo problema. “Itajaí e Brusque são cidades com muito potencial econômico mas que tinham a mesma característica de ofertar hotéis sucateados”, explicou Sally. O investimento foi certeiro. As taxas de ocupação variam entre 47 e 53% na baixa temporada e já atingiram mais de 80% em janeiro deste ano. “Itajaí está nos olhos do Brasil com o crescimento que teve nos últimos cinco anos. Além disso, mudou a imagem que tinha em outros estados com o preconceito do turista brasileiro de se hospedar em cidades portuárias. Depois da implantação da Marina e dos eventos como a Volvo, Itajaí se tornou uma ótima opção para turistas de lazer e negócios”, disse. Em setembro, a rede apostará em mais uma cidade catarinense, São João Batista, um polo do turismo de aventura e religioso, mas que conta apenas com pousadas. “Vemos um crescimento muito rápido para o próximo ano”. Medo da super oferta O professor de Turismo e responsável pela Agência de Viagens da Univali, Athos Teixeira, vê essa onda de investimentos com cautela. Segundo ele, cidades como Rio de Janeiro e Curitiba investiram no setor para receber grandes eventos, como a Copa do Mundo 2014, mas agora sofrem com a super oferta de leitos e a consequente ociosidade. “Itajaí é um centro logístico, está localizada estrategicamente e tem uma boa taxa média de ocupação. Mas, eu não vi nenhum estudo desse impacto e teremos que analisar em médio prazo como esse mercado vai se comportar e se teremos demanda suficiente”, diz. De qualquer maneira, Teixeira lembra que grandes redes como a Accor tem uma equipe de profissionais para orientar seus novos negócios e fazer pesquisas de mercado. “Obviamente viram o grande potencial turístico tanto de negócios como de lazer que existe em Itajaí. Além disso, nossa cidade sofre menos com a sazonalidade e até mesmo no verão recebemos a demanda latente dos turistas que querem se hospedar em Balneário, mas não encontram vagas. Temos muitos pontos positivos e que estão, sem dúvida, servindo de atrativo para esses investimentos”, explica. O professor chama atenção para mais um ponto que deve ser levado em consideração pelos empresários: a qualificação da mão de obra. Tanto universidades quanto o Sistema S oferecem cursos seja de graduação ou de qualificação para formar mão-de-obra para o turismo e a hotelaria, entretanto, ainda há um déficit. “Esse déficit é nacional e os próprios empresários reclamam da dificuldade de encontrar pessoas qualificadas. Muita gente se forma aqui e vai embora em busca de outras oportunidades. Por isso, temos que pensar e planejar para qualificar cada vez mais e assim fazer o turismo crescer na região”, finaliza.
Os novos hotéis | |||
HOTEL | STATUS | Nº DE LEITOS | LOCAL |
Ibis Budget | Em implantação | 125 | Avenida Abraão João Francisco |
Mercure Hotel | Em implantação | 180 | Rua Pedro Ferreira |
Novotel | Em implantação | 132 | Rua Lauro Müeller |
Hilton Garden Inn | Em implantação | 153 | Avenida Osvaldo Reis |
Tullip In | Em estudo | Em estudo | Não definido |
Blue Tree | Em estudo | Em estudo | possivelmente no Clube de Atiradores |