Antes de abrir o jacaré pro delegadão, Edinho se defendeu diante dos jornalistas. Eu não fugi. Estava em Joinville quando soube da notícia (do mandato de prisão). Fui a Curitiba, acertei com meu advogado e fiquei à disposição do advogado até agora. Fui um ótimo prefeito, ganhei com 64% de aprovação. Eu tô muito tranquilo que isso será resolvido, garantiu.
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O ex-prefeito diz ter certeza que é vítima de uma perseguição política. Eu tenho certeza. Usar o nome do ex-prefeito é fácil. Eu tenho amizade com o ex-governador, com o governador. O que a polícia está falando não tem nada a ver, concluiu.
Apesar de ter esperado longas duas semanas pra ficar cara a cara com o ex-prefeito, o delegado da Deic que tá remexendo a sujeirada, Renato Hendgens, só ouviu de Edinho que ele quer falar em juízo. Ele está com prisão preventiva pelos atentados e também com a preventiva pelo homicídio. O pedido de prisão foi em razão da periculosidade que ele representa e da possibilidade dele acessar testemunhas. Ele tentou fazer isso nesse período que ele estava fora, diz.
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Renato quer finalizar o inquérito em duas semanas e encaminhar tudo pra justiça. Segundo ele, informações obtidas da boquinha de outros presos envolvidos nas tretas e dados telefônicos do dia em que o deficiente físico Eneri Antônio de Souza foi morto serão importantes pra incriminar o tucano.
Outro que quis dar uma de tranquilão foi o advogado de Edinho, dizendo que o cliente é inocente e as otoridades tão combinados de fazer birra pra pegar no pé do coitado. Quando surgiram na imprensa as primeiras notícias da eventual participação dele nesses fatos, o ex-prefeito se colocou à disposição e jamais qualquer um desses órgãos pediu informações. A investigação seguiu apenas uma linha e nossa intenção é esclarecer e deixar tranquila a comunidade que gosta dele, lasca Brzezinski.
Edinho não fez faculdade, mas não vai se acotovelar com a malacada presa em celinhas normais. O delegado Renato afirmou que o ex-prefeito corre risco de morte caso pise no local, pois o resto da bandidagem ficou revoltada com o assassinato do deficiente físico.
Relembre
Edinho é acusado de ter mandado uma trupe dar um susto nos vereadores da Capital do Mármore Claudinei Loos, (PMDB), Imenésio de Souza (PDT) e Lucien Anderson de Aguiar (PT), todos envolvidos com uma comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava maracutaias em sua administração.
O ex-prefeito também teria mandado matar o inimigo político dele, Ângelo Manoel de Souza, mas os escolhidos pra fazer o silviço sujo se confundiram e mandaram pro além o irmão de Ângelo, Eneri, em agosto de 2008.
Já tão presos Vagner Correia de Souza, Isaías Ferreira de Santiago, Marcelo de Prado, Guilherme Nelson de Souza Fernandes, Uilian Estevam da Silva, Ânderson Alves de Souza e Paulo Alves de Souza. Todos acusados de estarem metidos nas armações a mando do tucano.
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Vítimas tão aliviadas com ex-prefeito enjaulado
Alívio. Esta é a palavra que representou ontem o sentimento das vítimas dos crimes que envolvem o ex-prefeito de Camboriú, Edson Olegário, o Edinho. Com a prisão do tucano, a mãe do deficiente físico Eneri Antônio de Souza e os vereadores Claudinei Loos e Lucien de Aguiar puderam, enfim, sentir o gostinho da justiça.
Soluçando de tanto chorar, dona Laudelina Soares de Souza (na foto ao lado), 81 anos, mãe de Eneri, assassinado em 30 de agosto de 2008, disse que tava muito contente ao saber que Edinho foi pro xadrez. Pra puliça, o homicídio rolou por engano, já que o alvo seria o irmão de Eneri, Ângelo Manoel de Souza, um dos relatores da CPI que investigava trambicagens no governo de Edinho.
Pra senhorinha, foi feita justiça. Afirma que não quer que o ex-prefeito fique preso por vingança, mas pra poder resolver a questão da morte do seu filhote. Perder um filho deste jeito e ver que não tem ninguém preso faz aumentar mais a dor, lamentou.
Quem também se sente mais aliviado é Lucien Anderson de Aguiar, que em dezembro de 2005 teve a casa invadida e quase levou uns balaços, pois era um dos vereadores contra Edinho no caso da CPI.
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Lucien afirma que, na época, chegou a morar em hotel. O próprio delegado fala que o ex-prefeito é perigoso e todos têm que saber, disse. Acredito que a justiça realmente vai punir e vamos conseguir tirar Camboriú das páginas policiais, completou Lucien.
Já o vereador Claudinei Loos se disse um pouco aliviado com Edinho no xilindró, mas preferiu ficar em cima do muro. Diz que acompanha as investigações e confia no trampo dos policiais. Não quero acusar ninguém. Deixo nas mãos da polícia, que irá punir os culpados, disse.
Entre 2005 e 2007, Claudinei teve a casa e o escritório crivados de balas. Sua família também foi mantida refém durante um roubo a sua baia. Mesmo com tanta desgraceira, Claudinei diz que nunca pensou em largar do posto na câmara, tanto que continua até hoje. Se a gente desiste, dá oportunidade pra essas pessoas continuarem com agressões e ameaças.
A equipe do MACRIADO não conseguiu contato com Imenésio de Souza, que estava com o celular desligado durante todo o dia de ontem.
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