Os porres de Heleninha Roitman (Renata Sorrah), o visual descolado de Solange (Lídia Brondi), o mau-caratismo de Marco Aurélio (Reginaldo Farias), a ambição desmedida de Maria de Fátima Aciolly (Glória Pires) e a songamonguice de Raquel (Regina Duarte) estão de volta à cena, 22 anos após a primeira exibição do mega sucesso “Vale tudo”, de Gilberto Braga. A novela tá sendo reprisada no canal Viva e virou mania na madrugada. Ainda mais porque faz um profundo debate sobre a ética no Brasil, e bem no ano de disputa presidencial, onde a baixaria impera - nada mais oportuno.

Desde sua exibição, a novela virou um ícone da TV, embalado pela pergunta “Quem matou Odete Roitman?”, artimanha de busca por audiência levada à exaustão até hoje. Tinha como tema de abertura a canção “Brasil”, de Cazuza, na voz de Gal Costa, na época em que Cazuza começava a mostrar os sintomas da AIDS. Naquele tempo, os brasileiros estavam sentindo os primeiros ares de liberdade e não tinham votado pra presidente ainda, coisa que só rolou no ano seguinte, na disputa polarizada entre Lula (PT) e Fernando Collor (PRN). Dois anos após a vitória de Collor, o mar de lama na ‘Casa da Dinda’, residência do presidente, o levaria aos caras pintadas e ao impeachment.

A novela rola à 0h45, e desde o último dia 4, quando o primeiro capítulo foi ao ar, internautas lotaram o YouTube com cenas antológicas, lançaram comunidades no Orkut e criaram perfis dos personagens no Facebook. No Twitter, o termo #valetudo agora passou a ser citado ao lado de comentários críticos aos candidatos José Serra e Dilma Rousseff.