Em 25 de fevereiro de 1988, na maternidade do hospital Marieta Konder Borhausen, nascia Kelvin Borges Konz. Exatos 25 anos depois, ele se tornaria o primeiro natural de Itajaí a ser ordenado padre pela Arquidiocese de Florianópolis, em 30 anos – o último tinha sido Francisco de Assis Wolch, em 12 de dezembro de 1975. Na última semana, padre Kelvin celebrou uma missa na Paróquia da Fazenda e conversou com o DIARINHO sobre sua vocação.

Ele morou em Itajaí até os 14 anos, no bairro Fazenda. Além de ser atuante na religião desde cedo, pois sua família sempre frequentou à Igreja católica, ele gosta muito de estudar história. “Gostava de pesquisar sobre a história de minha cidade. Quando tinha 12 anos eu me propus a investigar a história da “Casa Rauert”, que há anos estava abandonada. Consegui coletar dados e até a planta da casa eu tinha! Quando o prédio foi demolido, eu apresentei ao DIARINHO o material que eu tinha. O fato foi noticiado na edição do dia 31 de outubro de 2000”, lembra.

O chamado

A vontade de ser padre surgiu ainda na infância, pois Deus e a Igreja o fascinavam. Sua primeira experiência na Igreja foi quando rolou uma Missa na “Casa do Peregrino”, dirigida pelas Irmãzinhas da Imaculada Conceição Foi o começo de uma vida direcionada a Deus. “Naquela ocasião, como não havia nenhum coroinha, a irmã Gaudência Motter me convidou para servir ao altar. Inicialmente eu relutei, pois nunca havia sido coroinha, entretanto ela se prontificou a me ensinar. Ao final daquela missa, o padre Hélio da Cunha, que era nosso pároco, me convidou para fazer parte do grupo de coroinhas da Paróquia”.

A história da sua família sempre esteve ligada à igreja. Era comum ler a bíblia e fazer orações na casa de Kelvin. Ir à missa também era um dos programas da família. “Quem foi um grande incentivador de minha vocação, com certeza, foi o padre José Kunz, que era tio de meu pai. Padre José sempre deu um belo testemunho de vida sacerdotal, testemunho que marcou toda a minha”, afirma. Padre Kelvin entrou pro Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes em 2002, em Azambuja, onde estudou Filosofia e, depois, Teologia no Seminário Teológico Convívio Emaús, a casa de formação dos seminaristas estudantes de teologia da Arquidiocese de Florianópolis, e no Instituto Teológico de Santa Catarina, em Floripa. Em agosto de 2012, foi ordenado padre na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Itajaí. “No dia seguinte celebrei minhas primeiras missas: às 9h30 na Fazenda e às 18h na Matriz do Centro”. Hoje ele integra a arquidiocese de Floripa e também é vigário paroquial na Paróquia da Santa Cruz, em São José, mas sempre que pode celebra missas em sua terra-natal. “Manifesto sempre meu amor e carinho por esta cidade, a quem afetuosamente chamo como nomeava o venerável conterrâneo Marcos Konder: nossa ‘Pequena Pátria’”.