Indignados com a falta de reajuste e desigualdades de benefícios, mais de mil trabalhadores do consórcio MGT e Amal, que fabricam plataformas de petróleo pra Petrobras, cruzaram os braços ontem. De acordo com o sindicato da categoria, a promessa é de mais muvuca hoje. A greve geral não está descartada.
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O presidente do sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Material Elétrico e de Construção Naval de Itajaí e Região, Oscar João da Cunha, conta que desde fevereiro o sindicato ...
O presidente do sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Material Elétrico e de Construção Naval de Itajaí e Região, Oscar João da Cunha, conta que desde fevereiro o sindicato tenta um acordo com o consórcio. Como a convenção coletiva não se concretizou, a peãozada resolveu fazer o beicinho.
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Mais de mil formaram o piquete em frente a Teporti. Na manhã de ontem, uma comitiva entregou a pauta de reivindicações com 19 itens. O mais importante, segundo o metalúrgico Marcos Paulo Vieira Martins, 38 anos, é o reajuste no faz-me rir. O peão participou da primeira reunião ontem e conta que o encontro foi conturbado. Fomos ameaçados de sermos mandados embora, revela.
Além de 12% de reajuste, a categoria quer participação nos lucros, alojamento, direito às chamadas folgas de campo e pagamento das passagens pra quem for visitar a família em outros estados. De acordo com Oscar, a intenção é chegar a um acordo sem entrar em greve. Mas se amanhã [hoje] derem uma resposta negativa, o pessoal vai ficar parado, promete.
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Na negociação antes do beicinho, Oscar conta que o sindicato patronal havia proposto 5,62% de reajuste. Se tu fores ao mercado hoje e pegar a mesma mercadoria de abril, vai ver que elas ficaram bem mais caras. Aí, eles oferecem 5%? É ridículo, lasca.
O presidente do sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Itajaí, Maurício César Pereira, alega que até a semana passada, o pedido de aumento dos trabalhadores era de 10%, e não 12%. Não houve qualquer aviso do sindicato dos Trabalhadores. Esse confronto não leva a nada. O patrão não vai negociar sob pressão, avisa.
Segundo ele, a convenção coletiva não foi fechada até a data base, em 1º de abril, porque não houve acordo. Maurício diz que a última oferta da indústria era 6,62% de aumento. O valor seria suficiente pra repor a inflação e mais 1% de aumento real.