O traficante itajaiense Carlos Alberto Gonçalves Junior, 19 anos, bem que tentou botar a maior chinfra na internet, mas acabou numa pior. Ele foi preso por tráfico depois de postar no Facebook uma foto em que aparece sorrindo ao lado da pequena plantação com 21 pés de maconha. Horas depois da postagem sem noção, no final da manhã de quarta-feira, o agricultor acabou guentado em casa, no bairro São Vicente. Além de ser preso, Carlos Alberto ainda teve que fazer uma segunda foto, desta vez nada sorridente, com os policiais que o prenderam - o que acabou provocando um constrangimento não só pro rapaz, como também pro comando da PM. O adolescente, que já tinha antecedentes, foi enquadrado como traficante e já tá no presídio da Canhanduba, em Itajaí.
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Foi na terça-feira que Carlos Alberto teve a ideia de gerico de postar na internet fotos da sua pequena roça da erva do Bob. Num local que parecia os fundos de uma casa, na rua Caçador, o rapaz ...
Foi na terça-feira que Carlos Alberto teve a ideia de gerico de postar na internet fotos da sua pequena roça da erva do Bob. Num local que parecia os fundos de uma casa, na rua Caçador, o rapaz enfileirou as mudas em cima de um sofá e fez pose pra tirar o retrato. Na primeira foto que o cara publicou no Facebook, ele tá com uma camisa de time de futebol, óculos escuros, uma baita corrente de prata no pescoço e um sorrisão de galã.
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Horas depois da publicação, Carlos recebeu a visita de, nada mais nada menos, que seis policiais militares, que tiraram um novo retrato antes de levá-lo pra delegacia. Desta vez o guri aparece com a mesma roupa, sentado no sofá ao lado dos pés de maconha, com a cara de amuado e com cinco fardados rindo atrás dele.
Além das 21 plantas, os milicos também encontraram na casa de Carlos um caderno com anotações de venda de drogas e dois torrões pequenos de maconha.
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Ficha suja
Sipagar de maconheiro na internet foi apenas mais uma das encrencas em que Carlos Alberto se meteu. De acordo com informações da PM, ele já tem passagens por tráfico de crack, em 2011, e agressão, em 2012.
Segundo o delegado José Antônio Peixoto, o rapaz foi enquadrado como traficante por conta da grande quantidade de plantas que foi apreendida com ele. Carlos Alberto já tá no presídio da Canhanduba. Ele quis mostrar que podia fazer qualquer coisa e ninguém ia tomar providências, só que a polícia Militar tem um departamento de inteligência que pesquisa sites em busca de eventuais crimes ou participação no crime organizado, comenta o dotô. O delegado explica que a lei considera crime tanto produzir como vender drogas.
O dotô ficou surpreso com a segunda roça da erva do Bob encontrada na mesma semana em Itajaí, mas não acredita que as iniciativas sejam de usuários. Ele tem a mesma opinião da PM: as plantações são coisas de traficantes.
O delegado também descarta a possibilidade de que o povo peixeiro esteja se influenciando com a liberação da erva em outros países. Por enquanto, aqui é proibido. E enquanto for proibido, é crime e vamos combater, concluiu.
Para o comandante, foto da prisão não deveria ter ido parar no Face
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Procurado pelo DIARINHO, o tenente-coronel Clayton Marafioti Martins, comandante do batalhão da polícia Militar de Itajaí, informou que abriu um procedimento administrativo pra apurar a divulgação da foto. Não é prática da polícia Militar divulgar fotos de pessoas presas nas redes sociais, como aconteceu, declarou o chefão da PM peixeira.
Ele não acredita que os seus subordinados tenham divulgado por conta própria a foto no Fecebook. Segundo ele, a imagem em que os PMs aparecem ao redor do preso teria, possivelmente, sido postada por outra pessoa. Os policiais jogaram no Whatsapp, sem intenção, e alguém puxou para o Facebook, opina o tenente-coronel. A foto, no entanto, apareceu na conta do feice do próprio batalhão da PM, ainda na quarta-feira, mas ainda ontem foi retirada.
A exposição exagerada do preso, que aparece na foto como se fosse um troféu conquistado, não é questionada pelo comandante. Não acredito que houve constrangimento. A foto, em si, não é o alvo do procedimento interno, acrescentou o coronel.
Pro comandante, a polêmica em torno da foto é injusta e não condiz com o trabalho feito pra capturar o traficante. Tá havendo uma inversão. A atenção está na foto e deveria estar no trabalho dos policiais, que tiraram um traficante de circulação, concluiu o coronel.
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