A música itajaiense perdeu na noite de quarta-feira uma voz marcante: Roberto Parisi, 49 anos, o Betão, que morreu vítima de diabetes. O músico estava internado há três semanas e teve falência múltipla dos órgãos. A morte foi confirmado pela mulher dele, Karim Moreno Parisi, no Facebook. O corpo foi velado e sepultado na tarde de ontem, na cidade de Assis, interior de São Paulo, onde ele morava atualmente com a mulher e o filho mais novo. Betão ganhou fama à frente das bandas Estatura Mediana e Tribuzana.

O músico Cristiano Lima, guitarrista e fundador da Estatura Mediana, conta que o amigo sofreu bastante por causa da diabetes. A doença começou a incomodar nos últimos cinco anos. Foi nesta época em que ele resolveu largar a carreira e se mudou pra Assis. A doença se agravou, e Betão já tinha amputado o pé direito por causa de um corte no dedo. O avanço do diabetes, as cirurgias e os tratamentos o impossibilitaram de subir aos palcos. A última vez que veio pra região foi em 2013, quando tocou com Cristiano na banda Vintage Cult.

Voz ímpar

Natural de Floripa, em Itajaí Betão fez fama. Cristiano lembra que conheceu a voz inconfundível dele em 1995, numa noite em que Betão cantava no bar Concha Turbinada. Foi aí que Betão se tornou o quarto vocalista do Estatura Mediana. Foram 10 anos de trampo. “A gente se xingava e depois de cinco minutos estava no palco fazendo coreografia e rindo, e ele com as mesmas piadas durante anos, levava muita alegria aos fãs. Era uma criança gigante”, diz Cristiano. “Este ano, queríamos reunir a banda de novo, mas não deu tempo”, lamenta.

Segundo Cristiano, Betão deixou marcas na vida de músicos, amigos e fãs. “A música dele tá eternizada nos trabalhos de outras pessoas, pois ele disseminou a alegria”, resume. Betão deixa uma filha em Itajaí e um filho em Sampa.

Outros músicos e amigos postaram homenagens nas redes sociais. O músico Vê Domingos escreveu: “Nosso grande amigo Betão foi quem me ensinou que o palco era um lugar pra se divertir e que as pessoas que nos olhavam esperavam mais que notas musicais e boas letras. Querem alegria, todos nós queremos”.