Itajaí

Difícil acesso ajudou a “esconder” a Brava

A ocupação da Praia Brava começou lá pelos anos 1950, com a instalação de alguns loteamentos como o Vila Iris e o Jardim Copacabana, entre outros. Na época havia apenas uma picada de ligação entre Itajaí e Balneário chamada de Estrada Geral, área onde até então só havia botecos, casebres e casas de prostituição.

De acordo com a historiadora Glória Alejandra Guarnizo Luna, trafegar pela Estrada Geral era uma empreitada e tanto, até o início da década de 1970. Subir o morro Cortado, além de cansativo, era um perigo. A estrada serpenteava em curvas fechadas, especialmente a curva do anzol, que, vencida, expunha uma descida sinuosa até a planície. Andar de carro por ali era quase impossível. Apenas os cavalos davam conta da aventura. Mesmo difícil, foi essa mesma Estrada Geral que possibilitou a vinda de turistas, principalmente teuto-brasileiros do vale do Itajaí. Até o nome mudou para Estrada do Turismo.

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Com a implantação da rodovia Osvaldo Reis, nos anos 1970, ficou resolvida a questão do acesso. Aos poucos, a praia agreste foi sendo descoberta e visitada geralmente por surfistas em busca de suas grandes ondas. Os primeiros moradores de repente se viram cercados de vizinhos. O lugar distante tornou-se próximo.

A rua Luci Canziani era a única que existia naquele tempo para chegar ao mar da Brava. Surgiram, nos anos 1980, as principais ruas do bairro: avenida José Medeiros Vieira, que costeia toda a praia, e avenida Carlos Drummond de Andrade, através do loteamento Praia dos Amores, já em território de BC. No fim daquela década, mais uma rua importante foi pavimentada, a Delfim Mário Pádua Peixoto, para fazer a interligação entre os loteamentos existentes.

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A visitação mais intensa no verão trouxe problemas sérios. Os frequentadores estacionavam os veículos em cima das dunas, obstáculos naturais às ressacas. Em consequência, nas marés violentas a água começou a arrancar o calçamento da avenida e derrubar os quiosques construídos sobre a areia. A partir dos anos 2000, a situação foi agravada pela construção de casas noturnas na Brava Norte, perto do canto do Morcego. Kiwi e Galeras ajudaram a espalhar a fama mundial da praia das ondas e baladas.

Ambientalistas restringiram o acesso às restingas e dunas com estacas, e o Ministério Público agiu, exigindo a retirada dos bares e quiosques instalados nas áreas a serem protegidas. Por ordem da Justiça, a prefeitura contratou a Univali para elaborar um plano de recuperação ambiental e ordenamento da orla da Praia Brava, que acabou integrando o Projeto Orla, do Ministério do Meio Ambiente. O cenário à beira-mar mudou, a partir de 2006. Posteriormente foram construídas passarelas sobre a vegetação, que voltou a ocupar seu espaço.

Na porção Norte, no entanto, as festas para milhares de pessoas, o estacionamento dos carros, sujeirada, barulho, consumo de drogas e as confusões entre baladeiros provocaram e ainda provocam muitos conflitos com os conservacionistas. Atualmente o canto do Morcego é ocupado por três grandes bares, quatro estacionamentos, um quiosque e algumas poucas residências ocupadas irregularmente. Ao lado do Warung, uma grande cerca envidraçada delimita a obra que está sendo construída pela PB Internacional Empreendimentos Imobiliários e será também uma reserva particular.

  • Trecho da reportagem especial publicada na edição de segunda-feira, 9 de maio de 2016.




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