Uma ave de rapina foi encontrada caída perto de uma árvore na noite de terça-feira, em Balneário Camboriú. José Guimarães viu o animal, que parecia machucado. Ele ligou para a polícia Ambiental, mas não conseguiu ajuda.

Na esperança de encontrar algum órgão que pudesse fazer alguma coisa pela ave, o bom samaritano levou-a para a fundação Cultural de Balneário Camboriú. Ali o bichinho se animou e saiu voando para o telhado de uma casa na rua 300. Depois disso, sumiu novamente.

Pela análise das fotografias, os biólogos Guilherme de Melo e Cristiano Voitina confirmam que se trata de um falcão peregrino jovem e atrasado na sua migração em direção ao norte. “Ele faz as rotas migratórias de norte a sul e de sul a norte nas Américas, sempre procurando os climas mais quentes”, conta Cristiano. “Já deveria estar no México ou Estados Unidos”, acrescenta o colega.

Os especialistas concordam que o falcão parece meio malzão. Guilherme recomenda que se alguém encontrar e quiser ajudar o bichinho, pode providenciar poleiros com cabos de vassoura e oferecer o alimento certo, que seria codorna ou pombo. Ratos seriam opção se fosse um gavião, explica.

Cristiano diz que achou a ave fraca ou machucada.

O que rolou?

“Acontece de bater contra um vidro. É comum ficar no topo dos prédios, caçando pássaros menores”, opina o biólogo sobre a visita inesperada do pássaro.

O especialista em educação ambiental considera o falcão como a “Ferrari da espécie”. Pela velocidade que atinge nos mergulhos, chega a ultrapassar os 300 km/h, recorde mundial para animais.

Encontrado no mundo todo, menos na Antártida, pois detesta frio, a passagem desse pássaro de hábitos solitários pelo litoral brasileiro rola normalmente de outubro a abril. O visitante de Balneário Camboriú está atrasado, mas é só o tempo de ganhar uma gordurinha de reserva para enfrentar a longa jornada de volta para casa.