Duas novas denúncias pesam contra o vereador Antônio Aldo da Silva, o Tonho da Grade (PP). No ano passado, o parlamentar prestou serviços à fundação Municipal de Cultura e à associação Desportiva Natalense Futebol Clube, vinculada à fundação Municipal de Esporte e Lazer (Fmel), através de sua empresa Semofer Indústria e Comércio de Ferragens. A vereadora Anna Carolina Martins (PRB) levantou as irregularidades e oficializou as denúncias de enriquecimento ilícito ao ministério Público.
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O primeiro ato ilegal rolou em março de 2013, quando a Semofer trampou pra fundação Cultural na fabricação e colocação de 10 barras de ferro pra corrimões da Casa da Cultura e do conservatório de ...
O primeiro ato ilegal rolou em março de 2013, quando a Semofer trampou pra fundação Cultural na fabricação e colocação de 10 barras de ferro pra corrimões da Casa da Cultura e do conservatório de Música. Conforme consta na nota pública de emprenho, a empresa de Tonho da Grade recebeu R$ 1670 pelo serviço. Na época, o empresário já era vereador e, conforme manda a lei, qualquer pessoa em cargo público não pode prestar serviços paralelos pra administração municipal.
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Na denúncia feita ao MP, Anna Carolina quer ferrar também o superintendente da fundação Cultural, José Amádio Russi, e o prefeito Jandir Bellini (PP). A loiruda pede o enquadramento do trio por improbidade administrativa. O vereador é vice-presidente do partido do prefeito e líder da bancada do PP na câmara. Portanto, não há dúvidas de que os envolvidos o conhecem e sabem que a empresa Semofer é de sua propriedade, argumenta a vereadora.
Na segunda denúncia da loiruda, as tretas envolvendo a Semofer foram encontradas num repasse de verba da FMEL para o Natalense. Em agosto do ano passado, a câmara aprovou um repasse de R$ 45 mil da fundação pro clube de futebol. Na prestação de contas do clube à prefa, consta que a bolada foi aplicada na compra de peças metálicas com a empresa de Tonho da Grade. Ao todo, seis notas fiscais de novembro de 2013 comprovam a irregularidade: quatro no valor de R$ 7500, uma de R$ 8 mil e outra de R$ 7 mil.
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Anna Carolina acredita que o parlamentar tem se aproveitado do cargo político pra conseguir vantagem pessoal, o que é ilegal. Tonho da Grade pode responder por improbidade administrativa, sendo uma das penalidades a perda dos direitos políticos.
Como tá curtindo as férias, o DIARINHO não conseguiu conversar com Russi pra que ele explicasse por que concordou em contratar a firma do vereador. A reportagem também não conseguiu contato com o presidente do clube Natalense pra esclarecer o caso. Já o presidente em exercício da câmara, Douglas Cristino da Silva (PSD), afirma que ainda não recebeu a denúncia oficial, mas garante que vai encaminhar o caso pra análise da comissão de ética da casa do povo.
O vereador Tonho da Grade foi procurado pelo DIARINHO, mas não quis falar sobre o assunto. Vou me pronunciar apenas à comissão de ética, à comissão da procuradoria da prefeitura e ao ministério Público, falou, elencando a renca de gente que está atrás de explicações. A reportagem insistiu em ouvir a versão do vereador, que prometeu repassar o telefone do advogado, mas não o fez até o fechamento desta edição.
DIARINHO denunciou
A pá de denúncias envolvendo o vereador Tonho da Grade começou no dia 19 de março, com a publicação da reportagem do DIARINHO. Na ocasião, a reportagem revelou que a empresa Concretil, ea que ganhou duas licitações pra fazer a primeira e a segunda etapa das obras do centro Integrado de Saúde (CIS) do São Vicente, repassou parte da empreitada para a empresa do Tonho. De acordo com a lei de licitações, a terceirização de obras públicas é ilegal e o vereador nem poderia se envolver em qualquer prestação pública de serviço. A vereadora Anna Carolina também levou o caso ao MP, e a comissão de ética da câmara já investiga o caso inicial.