Itajaí

Cordeiros e seus loteamentos

Casas e terrenos começam a dar lugar a prédios cada vez mais altos

O bairro Cordeiros é o mais populoso de Itajaí, com 37.355 habitantes. Considerando a variação de cerca de 8% estimada pelo IBGE em 2013, esse número já passa de 40 mil. O bairro abrange diversas localidades, e a área, descrita na lei 3359/98, é do canal de retificação do rio Itajaí-mirim, BR-101, avenida Reinaldo Schmithausen, avenida Presidente Castelo Branco, ribeirão da Murta, rua Envino Carlos Truppel, rio Itajaí-açu e rio Itajaí-mirim até o até o ponto inicial. Fazem parte de Cordeiros os loteamentos Abdon Fóes, Bertoldo Michels, Celeste Girardi, Costa Cavalcanti, Jardim Esperança, Jardim Juliete, Jardim Progresso, Jardim Itália, Jardim Santa Rita, Lar Brasileiro, Beira-rio (Canto do Rio), César Ramos, União e Murta. O bairro já desponta como alternativa no mercado da construção civil itajaiense, com diversos empreendimentos.

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Entre as atividades econômicas de Cordeiros, destaca-se o comércio em franco crescimento na rua Sebastião Romeu Soares, na localidade conhecida como Brejo. Na via de 2,4 quilômetros de extensão, ...

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Entre as atividades econômicas de Cordeiros, destaca-se o comércio em franco crescimento na rua Sebastião Romeu Soares, na localidade conhecida como Brejo. Na via de 2,4 quilômetros de extensão, os comércios se multiplicam e diversificam para atender a população crescente do lugar que leva esse nome por conta da sua proximidade com o Itajaí-açu e, por este motivo, estar mais sujeito a inundações. Resguardadas as proporções, já há comparação entre as ruas Sebastião Soares e a Estefano José Vanolli – principal rua do São Vicente e disputado corredor comercial.

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O acesso mais popular ao bairro é a avenida Reinaldo Schmitausen, que começa na ponte sobre o rio Itajaí-mirim e segue até a BR-101. Cordeiros tem escolas, postos de saúde, importantes empresas voltadas à logística, terminal retroportuário, indústria de embalagens, transportadoras, distribuidora de gás, indústrias pesqueiras, bancos, postos de combustíveis, o parque náutico Odílio Garcia que é um importante ponto turístico de Itajaí, dentre outras empresas de segmentos diversos.

A profissional de relações públicas Carol Campos, 31 anos, nasceu em Cordeiros e viu o bairro crescer junto com ela. “Morei a vida inteira aqui, estudei na escola estadual Elizabeth Konder Reis até concluir o ensino médio e depois fui estudar na Univali”, conta a moça. Embora tenha morado um tempo no São Vicente e no São João, ela voltou para Cordeiros e diz que fez uma boa escolha. “Apesar de morar tanta gente aqui, Cordeiros ainda não tem um grande supermercado, um centro de compras forte como em outros bairros. As linhas de ônibus e a frequência que atendem o bairro e todos os loteamentos também estão longe de ser ideais”, reclama Carol, que trabalha no centro, tem carro, mas já sofreu muito dependendo de ônibus. “Prefiro ir de bicicleta, mesmo levando meu filho pequeno na cadeirinha e do trânsito ser tão pesado e perigoso por aqui”, lamenta. A obra de revitalização da Reinaldo Schmitausen tem licitação prevista pra este ano e chega em boa hora, neste contexto urbano, para dar mais segurança e impulsionar a região.

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A expansão imobiliária de Cordeiros também está a todo o vapor. Diversos empreendimentos estão sendo lançados e muitos em construção, com apartamentos de alto e médio padrão em condomínios com área de lazer, academia e outras mordomias. Com preços acessíveis e financiamentos bancários, a compra da casa própria pelos trabalhadores em Cordeiros está cada vez mais facilitada.

Arnoldo Cueca e seu boi de mamão

Morador ilustre de Cordeiros fala da própria história

Uma das personagens mais antigas de Cordeiros é Arnoldo José Pinheiro, o Arnoldo Cueca, 94 anos, folclorista nascido em Porto Belo que se mudou pra Itajaí com a família quando era jovem. Ele conta que, apesar da idade, do recente problema na perna que lhe deu uma muleta e das dificuldades pra enxergar, a cabeça tá muito boa, obrigado. “Eu me lembro de tudo, minha mente não me trai e isso é o que vale, né?”, comemora. A vitalidade ele diz que vem de uma vida inteira de trabalho pesado e muita dedicação à brincadeira do boi de mamão – sua especialidade.

Arnoldo trabalhou na fábrica de Cimento Portland, em Salseiros, por 18 anos e se lembra bem de como era Cordeiros antigamente: “Não tinha nada aqui, nem plantação, só pasto. A gente atravessava o rio pra ir pro São Vicente numa balsa puxada por uma corda, e nem era esse nome, era Vassourão”, diz. Segundo Arnoldo, há 80 anos Itajaí era completamente diferente, tinha a usina de açúcar Adelaide lá perto do porto. Os bairros estavam começando a ganhar forma. Cordeiros também.

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Pai de quatro filhos e viúvo há 10 anos, Arnoldo vive atualmente com uma filha na rua Odílio Garcia. “O bairro mudou pra melhor, é claro, mas o comércio é muito fraco”, diz, se referindo ao núcleo onde vive, no entorno da igreja de São Cristóvão. “Se for depender de comércio, morre-se de fome, porque não tem quase nada”, lamenta, citando o vizinho São Vicente como exemplo do que seria bom pra Cordeiros. “Bom mesmo seria não ter que sair daqui pra ir comprar as coisas lá no centro”, sugere o morador.

O apelido de “Cueca” Arnoldo ganhou quando foi jogar futebol e tava com uma ceroula que tentou esconder por baixo do calção, mas não conseguiu. Ao final do jogo, depois de fazer um gol, a torcida começou a gritar: Cueca! Cueca! “Daí, pronto, apelido é uma coisa que pega, você sabe né?”, brinca. O boi de mamão é a paixão deste homem que tentou bravamente resistir à tradição que aprendeu com o pai quando era pequeno, mas por não aguentar ver gente “brincando errado”, se viu obrigado a ensinar. “Quando eu era criança, não existia festa, e a gente brincava com meu pai na frente das casas. Eram umas 10, 12 pessoas só. Eles abriam a janela e botavam duas luzes de querosene na soleira e a gente brincava à noite. Depois, entrava pra tomar café com coruja – que hoje chamam de rosca”, relembra o ‘brincador’, sem esconder a emoção.

Mas demorou pro Cueca assumir sua relação com a tradição, porque depois que foi trabalhar na fábrica, não quis mais saber de boi, bernunça, maricota, nem nada. O filho dele tinha uns 10 anos quando o viu com dois amigos tentando brincar com uma cabeça velha de boi que acharam num pasto. Ele disse que eles estavam fazendo tudo errado e deu uma esteira e um lençol pras crianças e começou uma brincadeira de verdade, que terminou à noite, na venda, com muita coisa pra comemorar. No dia seguinte, o diretor da fábrica chamou o Arnoldo porque queria saber o que tinha acontecido na noite anterior e acabou financiando a brincadeira, que passou a ser oficialmente da empresa. Foi assim que Arnoldo Cueca retomou sua veia e se transformou numa das principais referências do folclore catarinense, apresentando o boi de mamão em diversas cidades, com destaque para Brasília.




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