Economia
Itajaí tem demanda reprimida por imóveis novos
Mesmo com R$ 2 bilhões estimados em novas construções, a procura é maior do que a oferta
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Itajaí tem hoje mais de 1,35 milhão de metros quadrados autorizados para novas obras no município. Entre janeiro e outubro deste ano foram expedidas 647 licenças de construção. O volume de obras na cidade cresce ano após ano, mas ainda assim há alta demanda por imóveis. Especialistas em mercado imobiliário creditam a grande procura à qualidade de vida no município [que tem bom Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o segundo maior Produto Interno Bruto do Estado (PIB)], e também ao elevado padrão construtivo das incorporadoras instaladas na cidade.
O consultor imobiliário Leo Rostro diz que o mercado de Itajaí hoje é excepcional [assim como o mercado do litoral norte catarinense], o que acaba impactando na procura por novos imóveis. “Temos muitos lançamentos, mas eles não suprem a demanda. Itajaí hoje está consolidada com uma cidade com elevado padrão de vida, o que impacta no aquecimento do mercado imobiliário”, explica o especialista.
Leo diz que entre os itens que contam a favor de Itajaí, em comparação com outros municípios da região, estão a segurança, a proximidade com as praias e a Beira Rio como local de contemplação. “Até temos um estoque de imóveis no município, mas é insuficiente para atender a demanda crescente, puxada pela vinda de pessoas de outros municípios e estados que escolhem a cidade como moradia”, acrescenta. Outro ponto que comprova o aquecimento do mercado é que em Itajaí atualmente os imóveis são lançados e a comercialização ocorre muito rápido.
Bruno Pereira, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, explica que o mercado é bastante diversificado, com imóveis destinados desde à baixa renda até os de altíssimo padrão. “Nos censos que realizamos, nosso maior estoque são apartamentos entre 60m² e 80m², na faixa que compreende entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão”, pontua.
Mercado exigente
O alto poder de compra do itajaiense e a crescente busca por imóveis na cidade também impactam na melhora dos padrões construtivos. Bruno Pereira explica que, via de regra, o consumidor [de todas as fatias de mercado] está mais exigente e focado em conforto. “Ele se concentra na oferta de áreas de lazer bem estruturadas e na questão do espaço ideal para bem acomodar a família”, explica o executivo. “Temos hoje uma concentração de renda muito grande e isso fez com que as construtoras tivessem que melhorar a qualidade dos seus produtos, e as que não se adequaram às exigências do mercado acabaram saindo por seleção natural”, acrescenta Leo Rostro.
Os elevados padrões construtivos e a oferta menor que a procura também acabam impactando na maior valorização imobiliária. Hoje o valor médio do m² em Itajaí é de R$ 9.090 e é o sétimo mais caro do país, segundo os dados do relatório FipeZap de outubro. Já a valorização imobiliária na cidade no mês ficou em 1,13%, acumulando 12,18% entre janeiro e outubro deste ano, e de 14,56% nos últimos 12 meses. A pesquisa é feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nos imóveis anunciados no portal Zap.
Investimentos de mais de R$ 2 bilhões
A área licenciada para a construção civil deve gerar investimentos de mais de R$ 2 bilhões por parte das incorporadoras e uma arrecadação de mais R$ 30 milhões decorrente do Imposto Sobre Serviços (ISS), segundo números da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação. O secretário Rodrigo Lamin informa que o município também expediu 384 novos habite-se nesses 10 meses, com a liberação de 761,2 mil m² de área concluída e arrecadação de mais R$ 17,51 milhões em ISS. Outro ponto destacado por Lamin é que o município arrecadou cerca de R$ 60 milhões com a outorga onerosa do direito de construir aprovada em 2022. “Recursos que serão investidos em planejamento urbano”, informa o secretário.
"A construção civil é uma forte matriz econômica, geradora de emprego, agente de fomento ao ambiente de negócios e de grande contribuição ao desenvolvimento urbano”
Bruno Pereira