Brasil
Após atirar e ferir policiais, Roberto Jefferson se entrega
Ex-deputado teve prisão decretada por atacar ministros do TSE
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB Roberto Jefferson se entregou à Polícia Federal por volta das 19h de domingo, após ter reagido à prisão, disparado 10 tiros e arremessado duas granadas contra agentes federais na manhã de domingo.
O ex-parlamentar reagiu com violência a ação dos policiais federais que cumpriam uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson por ele descumprir restrições da pena e gravar vídeos com ataques ao processo eleitoral e a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a ministra Carmem Lúcia, que foi chamada de “prostituta arrombada”.
O ataque ocorreu na casa do ex-deputado, em Comendador Levy Gasparian, a cerca de 140 km do Rio de Janeiro. Uma agente e um delegado ficaram feridos no ataque. Os policiais foram atingidos por estilhaços, foram socorridos e passam bem.
Jefferson se entregou à PF perto das 19h. Ele entrou em uma viatura preta, escoltada por outras duas, sendo uma delas caracterizada da PF. A casa estava rodeada por militantes que gritavam palavras de apoio ao ex-parlamentar. Na frente do imóvel um jornalista da rede Globo foi agredido.
Equipes do batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM que faziam um cordão de isolamento na residência deixaram o local em seguida. Já outras quatro viaturas permaneceram resguardando o acesso à casa, já que PFs trabalhavam no interior da residência. A informação é que eles estariam apreendendo armamento pesado do ex-deputado.
Um guincho foi usado para retirar a viatura da PF destruída pelos tiros do ex-deputado.
Logo após o ex-parlamentar deixar a casa escoltado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo no Twitter confirmando a prisão de Jefferson, que vinha sendo um forte aliado político. Bolsonaro chamou o ex-deputado de "bandido" pelo ataque à PF. “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado em quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", disse Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes também se manifestou parabenizando a PF pelo trabalho e se solidarizou com os policiais feridos. "Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós, brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", escreveu.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também gravou um vídeo no domingo falando sobre o episódio. “Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões que ele utilizou contra uma pessoa comum, muito menos contra uma pessoa que exerce o cargo de ministra da Suprema corte (...). A gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão, que é o meu adversário, estabeleceu no país. Ele conseguiu criar uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro sem se importar se o filho dele está vendo, ouvindo a mentira ou não. Eu acho que isso gera comportamentos como esse do ex-deputado Roberto Jefferson”, disse Lula.
A Federação Nacional dos Policiais Federais, entidade que congrega 27 sindicatos estaduais e representa mais de 14 mil policiais federais, manifestou repúdio ao ato de violência protagonizado por Roberto Jefferson.