O projeto do Triumph Tower, da construtora FG em parceria com o empresário Luciano Hang, das lojas Havan, ainda está em processo de análise do pedido de alvará pela prefeitura de Balneário Camboriú. Enquanto o processo avança, o projeto já gera uma expectativa sem precedentes, mesmo na cidade conhecida pelos grandiosos arranha-céus e que vive uma alta recorde de valorização imobiliária.

Não é para menos. O Triumph Tower será o prédio residencial mais alto do mundo e o 10º maior edifício do planeta entre todas as categorias. O projeto prevê altura de 509 metros, onde serão distribuídos 140 pavimentos e 233 apartamentos. Os números vão colocar o empreendimento como o segundo maior prédio da América Latina e o segundo do mundo em número de andares.

Antes da construção, as cifras também impressionam. A negociação do terreno para o prédio, entre as avenidas Atlântica e Normando Tedesco, ao lado do edifício Aurora, na Barra Sul, envolveu pagamento de R$ 150 milhões em cash pelo imóvel. Trata-se da maior operação de compra de terreno já feita na Atlântica, área mais valorizada da cidade, que chegou à marca do metro quadrado mais caro do Brasil, segundo o índice FipeZap divulgado em abril.

O terreno foi vendido à vista para o dono das lojas Havan e a construtora, sócios no empreendimento. Segundo corretores do mercado imobiliário, os apartamentos – serão dois por andar – podem custar cerca de R$ 15 milhões. O tríplex na cobertura tem estimativa de passar dos R$ 45 milhões. A previsão do chamado Valor Geral de Vendas (VGV) é de que todas as unidades do prédio somem mais de R$ 3,5 bilhões.

Empreendimentos “fora da curva”

O presidente do Sindicato da Construção Civil de Balneário Camboriú e Camboriú (Sinduscon), Nelson Nitz, lembra que Balneário sempre teve lançamentos de vários prédios diferenciados, mas comenta que esse “vai ser bastante” inovador, com uma importância a nível mundial.

Mesmo Nelson, que é engenheiro civil há quase 50 anos, se mostra surpreso com o projeto, embora considere que o avanço das tecnologias, materiais e estudos permitam obras cada vez mais inovadoras. “A gente a cada dia é surpreendido mais com empreendimentos fora da curva. São projetos que não são da área comum”, destaca.

Ele avalia que os projetos mostram a força do setor, não apenas em Balneário, como também em outras cidades pelo país, com a tendência de menos espraiamento da ocupação e as pessoas concentradas num ponto só, onde têm acesso a diversos serviços no próprio empreendimento ou no entorno. “O mundo está se transformando. Daqui a pouco as pessoas não vão mais precisar sair de casa de carro”, diz.

BC no topo do mundo

Atualmente, o mais alto residencial do mundo é o Central Park Tower, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, com 470 metros de altura e 131 pavimentos. Além de superar o concorrente, o Triumph Tower vai se consagrar como o maior da América Latina, título que hoje é do Infinity Coast Tower, com altura de 235 metros e 66 andares, também da construtora FG, em Balneário Camboriú.

A própria empresa, no entanto, também em parceria com a Havan, já está construindo um novo arranha-céu, que será o maior da América do Sul, o edifício One Tower, com 290 metros de altura. A construtora tem novos empreendimentos, mais altos do que o Infinity, previstos para serem anunciados em breve, mas eles serão “menores” que o Triumph Tower, que deve reinar soberano no horizonte da cidade.

O prédio tem projeto arquitetônico do escritório Triptyque Architecture, do arquiteto Grégory Bousquet, um dos mais renomados do mundo. Em número de pavimentos, o edifício só ficará atrás do Burj Khalifa, em Dubai, com 163 andares e 828 metros de altura, sendo o maior prédio do mundo. Em Balneário, a FG ainda fará o lançamento oficial do empreendimento, isso após a aprovação do município, esperada para ainda neste ano. A prefeitura poderá exigir adequações no projeto final.

A área soma mais de 6 mil m², reunindo três lotes. O espaço já passou por limpeza e está cercado. A construtora pediu licença para montar o plantão de vendas, que será aberto quando o projeto receber a incorporação imobiliária, que permite o anúncio e a negociação dos apartamentos.