O senador Jorginho Mello (PL) e outras lideranças bolsonaristas estão na mira das denúncias do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, que acusou o político catarinense, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Telmário Mota (PROS-RR) de integrarem a chamada “Bancada do Crime” atuante na defesa de madeireiras ilegais da Amazônia.
A denúncia foi feita por Saraiva ao programa Estúdio I, da Globo News. O senador Jorginho nega as acusações, mas confirma que agiu para defender a liberação de “madeira legal”.
Saraiva prestou serviço por mais de 10 anos em investigações na floresta amazônica e foi afastado da chefia pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Suas acusações aprofundaram a indignação ...
A denúncia foi feita por Saraiva ao programa Estúdio I, da Globo News. O senador Jorginho nega as acusações, mas confirma que agiu para defender a liberação de “madeira legal”.
Saraiva prestou serviço por mais de 10 anos em investigações na floresta amazônica e foi afastado da chefia pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Suas acusações aprofundaram a indignação pela morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na Amazônia, cujos restos mortais foram encontrados na quinta-feira. Eles teriam sido esquartejados e depois queimados. Os dois lutavam contra as madeireiras ilegais.
Segundo Saraiva, os políticos citados por ele atuaram na defesa dos madeireiros de “maneira criminosa” na gestão de Ricardo Salles à frente do ministério do Meio Ambiente – Salles também saiu do cargo acusado de corrupção e atualmente é comentarista da emissora Jovem Pan.
O delegado prestou depoimento à Câmara de Deputados em 26 de abril, quando ficou acusou políticos. “Bandidos, até pela forma como se comportaram. Eu, que já fui em tantas audiências criminais, com advogados e criminosos à minha frente, nunca fui tão desrespeitado pelos criminosos”, disse, completando: “vou dizer nomes: Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecias de Jesus, Jorginho Mello mandou ofício. Carla Zambelli foi lá também, defender o madeireiro junto com Ricardo Salles”, completou.
As denúncias de Saraiva já foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal, onde a ministra Carmen Lúcia enviou notícia-crime e considerou os fatos de “gravidade incontestável”.
Saraiva foi quem comandou a maior apreensão de madeira ilegal da história do país, em 2021. Ele acabou afastado do cargo por denunciar Salles.
Contraponto
Segundo Jorginho Mello , sua participação neste tema foi única e exclusivamente direcionada a solucionar problemas com empresários catarinenses em relação à apreensão de madeiras “equivocadamente retidas”.
Jorginho ainda frisou que nunca apoiou extração ilegal e que as madeiras dos catarinenses teriam sido extraídas legalmente, com aval da PF e do Ibama. Jorginho reforçou que não participou da audiência com Saraiva e nunca ofendeu o delegado, mas avisa que pretende processá-lo pelas declarações.