Pesca e meio ambiente
Governo federal estuda uso de rejeitos da pesca para geração de energia limpa
Representantes dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente se reuniram com lideranças empresariais na manhã de quarta
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Lideranças do setor pesqueiro da região se reuniram nesta quarta-feira com representantes dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para discutir a possibilidade de investimentos do governo federal na aquisição de equipamentos para a produção de biogás e biometano a partir de rejeitos gerados pelo setor.
A intenção é fazer parte do Programa Metano Zero, lançado em março, que define medidas para incentivar a prática, além de prever investimentos no setor.
Segundo o secretário nacional de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, Olivaldi Alves Borges, o projeto “ainda em fase bastante embrionária” e engloba a elaboração de estudos de viabilidade técnico-econômica e a implementação das usinas em casos viáveis.
“O governo contratou a CIBiogás, uma empresa ligada a Itaipu, que já iniciou os estudos no Norte do país e possivelmente fará os estudos aqui na região”, pontuou o secretário. Ele diz que a intenção do MMA é concluir os estudos no prazo de um mês. Já a implementação está relacionada a uma série de outros fatores, a exemplo da localização, modelo de gestão, e a própria viabilidade de geração do biogás.
Programa Metano Zero
O presidente da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu (Amfri) e prefeito de Penha, Aquiles José Schneider da Costa (MDB), diz que a região assume papel de protagonista pelo seu grande potencial pesqueiro. Aquiles saiu da reunião bastante otimista com a possibilidade da região ser contemplada com investimentos do Programa Metano Zero.
“São recursos que estão lá, disponíveis para esse tipo de investimento, e essa matriz de geração energética renovável é totalmente sustentável. Em termos regionais, saímos na frente porque, devido ao nosso potencial, certamente geraremos bons resultados para quem investir em usinas geradoras de biogás e biometano”, diz.
Sustentabilidade
Jairo Gund, secretário nacional de Aquicultura e Pesca do Mapa, vê essa possibilidade como uma alternativa para transformar pontos de contaminação (que são os aterros sanitários que recebem esses rejeitos) em locais de geração de energia.
Ele destaca que hoje 95% da frota pesqueira brasileira pode ser considerada artesanal (em comparação com alguns países europeus) e vê a legislação ambiental como um empecilho para a sustentabilidade econômica do setor. “Hoje tem embarcações de pesca que são verdadeiros porta-aviões e são usadas em outros países”, destaca.